EUA - FDA com novos critérios
A agência de produtos farmacêuticos e alimentares dos EUA (FDA) já autorizou os primeiros ensaios com células embrionárias.
Os novos responsáveis da administração da saúde já autorizaram os investigadores a confirmar se estas células extraídas de embriões humanos são eficazes para tratar doentes com lesões da espinal medula.
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É bonito ver um grande país, que preza os valores da liberdade, a ganhar credibilidade no mundo!
Com os dois vetos que incidiram sobre a proibição das investigações que utilizassem células estaminais, Bush, foi um inultrapassável obstáculo ao desenvolvimento científico nos EUA.
Estas atitudes entroncam-se nas convicções religiosas, evangélicas, do ex-presidente.
Foi, na modernidade, uma desajeitada cópia de Urbano VIII, o papa que "condenou" ... Galileu!
Por considerar que o uso das células estaminais vai influenciar determinatemente a evolução da Medicina Reprodutiva, aproveito a oportunidade para salientar uma recente e inadiável medida de barack Obama - quem segiu a sua campanha eleitoral sabia-o - e que, para já, teve as seguintes consequências:
"PRIMEIRAS CRÍTICAS A OBAMA VÊM DO VATCANO E OPOSITORES DO ABORTO
Barack Obama incluiu nas suas primeiras medidas a autorização de financiamento de organizações humanitárias que praticam ou facilitam o aborto no estrangeiro - revogando uma medida de George W. Bush, que normalmente era apontada como a nódoa da sua política de apoio ao desenvolvimento, que costumava suscitar elogios.
Mas a decisão do novo Presidente dos Estados Unidos, como seria de esperar, é polémica.
Ontem, vários altos dignitários do Vaticano criticaram duramente a medida de Obama - "a pior decisão que poderia tomar", segundo o presidente emérito da Academia Pontifícia, Elio Sgreccia, citado pela agência AFP.
As primeiras críticas à acção de Obama vêm, assim, de religiosos. A decisão, disse o actual presidente da Academia Pontifícia, Rino Fisichella, está marcada "pela arrogância dos que se julgam justos" e "pensam poder decidir sobre a vida e a morte".
Consciente de que a revogação da medida imposta por Bush - que foi lançada por Ronald Reagan e apenas não foi aplicada durante os dois mandatos de Bill Clinton - seria polémica, Obama não assinou esta directiva frente aos media. Fê-lo em privado, e divulgou apenas um comunicado.
Nele, dizia que as medidas revoga-
das eram "inutilmente alargadas e injustificadas", ao impedirem apoios dos EUA a organizações que promovessem a saúde reprodutiva feminina noutros países.
"Nos últimos oito anos, minou os esforços para promover o planeamento familiar voluntário, seguro e eficaz nos países em desenvolvimento", diz ainda a nota.
A medida foi assinada um dia depois do aniversário da decisão do caso Roe vs Wade (22 de Janeiro), que legalizou o aborto nos EUA, por decisão do Supremo Tribunal, e deu novo fôlego às tradicionais manifestações contra e a favor do aborto que assinalam esta data."
C.B. ,Público, 25.01.2009
o "caso Roe versus Wade" é um caso histórico na jurisprudência norte-americana.
Segundo especialistas em Medicina da Reprodução a decisão do Supremo Tribunal dos EUA terá salvo, nas décadas seguintes, milhares de vidas femininas, quer nos EEUU, quer em países em desenvolvimento.
Esta medida de Obama veio por fim à ignomiosa interrupção da vigência da decisão do Tribunal que foi ordenada por G.W. Bush. Esta medida administrativa foi considerada uma séria ameaça aos Direitos Reprodutivos nos Estados Unidos. Mas quem sustenta Guantamano, Abu Graib, etc., não se comove com avisos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 70.000 mulheres morrem a cada ano devido à complicações causadas por abortamento inseguro.
G.W. Bush empenhou-se, durante 8 anos, na guerra "anti-escolha", sustentada pelas Igrejas e movimentos "pela vida"...
Obama "fez" Bush perder mais esta guerra.
O Vaticano chora... por Bush - esse desacreditado "simbolo da vida", que sujou as mãos com sangue... quase por todo o Mundo.
Já sabiamos que "isto", algum dia, havia de acontecer.
Aconteceu!