CORRUPÇÃO: a gestão do risco, a prevenção, a repressão ou a impunidade...?
Quando ouvimos falar de mais um caso de corrupção somos impelidos a defender e a pugnar que o Estado tem de tomar as rédeas da prevenção e gestão do risco desta calamidade.
Que cada vez é mais se evidencia como um insanável e endémico crime público.
Em termos de contágio mais virulento do que a "gripe A"...
O País que tem sido regularmente surpreendido pela divulgação de investigações policiais sobre o tema CORRUPÇÃO. Ontem foi confrontado como mais um caso
com o nome de código “Face Oculta”, que colocam sob investigação altas figuras financeiras e empresariais do País.
Sobre este novo caso, o PGR, Pinto Monteiro, disse, esta semana,:
“A procuradoria-geral da República foi informada da operação e estas são diligências necessárias num processo que está em investigação há um ano. As empresas não são necessariamente arguidas e este é um caso complexo, cuja base é a corrupção”.
O MP e a PJ parecem ter aprendido a resguardar o teor das investigações, mas mesmo assim o "festival" mediático permanece ao nível da América Latina.
Sendo uma operação policial a nível nacional o “aparato” foi mínimo. Mas a especulação mediática adivinha-se "farta".
A credibilização da investigação destes novos casos continua a não poder contar com a sua tramitação célere.
Quando começou, p. exº., a “operação Furacão”? Em 2005?
Alguém conhece qualquer desfecho judicial?
Mas os cidadãos portugueses vivem um clima em que o espantalho de um pântano de corrupção e das ilegalidades prolifera fora do alcance e do controlo democrático.
Um exemplo paradigmático é o caso BPN - decorrente da crise 2008-09 - e, que parece entroncar-se – embora com outras vertentes - na mesma matriz de corrupção da actual operação “Face Oculta”.
Neste momento, o caso BPN depois de inquéritos parlamentares, aturadas investigações, o resultado depois de um período de detenção domiciliária é uma “pulseira electrónica” e milhões de euros fora dos bolsos dos contribuintes.
Em 27 de Julho de 2009, na RTP, O Engº. João Cravinho dizia:
"Na grande corrupção de Estado, toda a gente tem a sensação que estamos numa situação muito complicada e em crescendo, porque a grande corrupção considera-se impune e age em conformidade e atinge áreas de funcionamento do Estado, que afectam a ética pública"..
Nada mais explícito para traduzir o crescente "sentimento popular"!
Pena é que um homem que dedicou grande parte da sua vida política ao estudo da corrupção esteja afastado do processo de combate a este cancro social e económico, trabalhando como administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD).
Esperemo-nos que a catadupa de casos de corrupção que continua a confrontar a vida pública e de negócios portuguesa venha a reconhecer esta lúcida premonição de Cravinho:
- O Governo tem de avançar para uma política sistemática de prevenção e gestão do risco de corrupção.
Os temas sociais fracturantes, como os que actualmente estão na berra, não podem protelar este candente e emergente problema nacional.
Uma sociedade límpida, transparente e justa deverá ser, para a República, uma tarefa prioritária.
Cem anos, deveria ter dado tempo para construí-la...
Que cada vez é mais se evidencia como um insanável e endémico crime público.
Em termos de contágio mais virulento do que a "gripe A"...
O País que tem sido regularmente surpreendido pela divulgação de investigações policiais sobre o tema CORRUPÇÃO. Ontem foi confrontado como mais um caso
com o nome de código “Face Oculta”, que colocam sob investigação altas figuras financeiras e empresariais do País.
Sobre este novo caso, o PGR, Pinto Monteiro, disse, esta semana,:
“A procuradoria-geral da República foi informada da operação e estas são diligências necessárias num processo que está em investigação há um ano. As empresas não são necessariamente arguidas e este é um caso complexo, cuja base é a corrupção”.
O MP e a PJ parecem ter aprendido a resguardar o teor das investigações, mas mesmo assim o "festival" mediático permanece ao nível da América Latina.
Sendo uma operação policial a nível nacional o “aparato” foi mínimo. Mas a especulação mediática adivinha-se "farta".
A credibilização da investigação destes novos casos continua a não poder contar com a sua tramitação célere.
Quando começou, p. exº., a “operação Furacão”? Em 2005?
Alguém conhece qualquer desfecho judicial?
Mas os cidadãos portugueses vivem um clima em que o espantalho de um pântano de corrupção e das ilegalidades prolifera fora do alcance e do controlo democrático.
Um exemplo paradigmático é o caso BPN - decorrente da crise 2008-09 - e, que parece entroncar-se – embora com outras vertentes - na mesma matriz de corrupção da actual operação “Face Oculta”.
Neste momento, o caso BPN depois de inquéritos parlamentares, aturadas investigações, o resultado depois de um período de detenção domiciliária é uma “pulseira electrónica” e milhões de euros fora dos bolsos dos contribuintes.
Em 27 de Julho de 2009, na RTP, O Engº. João Cravinho dizia:
"Na grande corrupção de Estado, toda a gente tem a sensação que estamos numa situação muito complicada e em crescendo, porque a grande corrupção considera-se impune e age em conformidade e atinge áreas de funcionamento do Estado, que afectam a ética pública"..
Nada mais explícito para traduzir o crescente "sentimento popular"!
Pena é que um homem que dedicou grande parte da sua vida política ao estudo da corrupção esteja afastado do processo de combate a este cancro social e económico, trabalhando como administrador do Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD).
Esperemo-nos que a catadupa de casos de corrupção que continua a confrontar a vida pública e de negócios portuguesa venha a reconhecer esta lúcida premonição de Cravinho:
- O Governo tem de avançar para uma política sistemática de prevenção e gestão do risco de corrupção.
Os temas sociais fracturantes, como os que actualmente estão na berra, não podem protelar este candente e emergente problema nacional.
Uma sociedade límpida, transparente e justa deverá ser, para a República, uma tarefa prioritária.
Cem anos, deveria ter dado tempo para construí-la...
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