Eleições autárquicas_2009
Quando se julgava irreversível a radicalização política do país, as eleições autárquicas vieram repor os brandos costumes que levam os eleitores a votar no que mais dizem abominar – o centrão.
As eleições de domingo reduziram o espectro partidário a três partidos tradicionais: PS, PSD e PCP. O BE nunca mais deixará de ser o apeadeiro onde estacionam desiludidos do PCP, até passarem para a direita, e ressabiados do PS antes de engrossarem a abstenção. O CDS serve apenas para protestar contra a liderança do PSD ou para ser a sua muleta.
O único voto útil contra o PS é ainda o PCP, cuja ortodoxia pode ser motivo de arrepio para alguns mas continua um abrigo seguro para quem perfilha a via revolucionária para a conquista do poder. Não é por acaso que Lenine e Staline triunfaram e Trotsky acabou assassinado.
O PS, para o bem e para o mal, é o partido social-democrata português onde florescem e fenecem utopias, o partido que os militantes dizem querer reformar, sem vontade de o fazerem, e que a direita moderada quer diferente com medo de com ele se confundir.
Com a grave crise actual, e outras sucederão, é movediço o terreno social mas não são previsíveis terramotos e só uma grave ruptura social reformará os partidos actuais.
O CDS, cada vez mais o partido de Paulo Portas, aguarda há muito que se desagregue o PSD para formar o grande partido liberal e expurgar os resquícios salazaristas que ainda o contaminam e o antieuropeísmo que o sufoca. As últimas eleições autárquicas, onde o PSD foi o seu seguro de vida, devem ter alertado o CDS para o papel secundário que lhe cabe.
O PSD tem convivido com liberais puros e duros, sociais-democratas e democratas-cristãos, além de militantes sem quaisquer convicções, como, aliás, acontece no PS e no CDS, mas, para resistir às ambiguidades ideológicas, dispõe da forte rede de autarquias e de grande implantação no aparelho de estado.
O PCP, perdida a força e a dimensão do operariado e do campesinato, numa sociedade cada vez mais terciarizada, também não está imune a alterações que o descaracterizem em nome da renovação, com os ortodoxos a acusar de traição os renovadores e estes a chamarem imobilistas aos primeiros.
Nos próximos anos, salvo um cataclismo económico-social, a vida política portuguesa gravitará em torno destes três partidos que resistirão às dissidências, à corrupção e aos oportunismos. Mas temos de viver com os partidos que temos. Serão eles que, com os seus defeitos, garantirão a continuidade democrática e a dialéctica da luta partidária.
As eleições de domingo reduziram o espectro partidário a três partidos tradicionais: PS, PSD e PCP. O BE nunca mais deixará de ser o apeadeiro onde estacionam desiludidos do PCP, até passarem para a direita, e ressabiados do PS antes de engrossarem a abstenção. O CDS serve apenas para protestar contra a liderança do PSD ou para ser a sua muleta.
O único voto útil contra o PS é ainda o PCP, cuja ortodoxia pode ser motivo de arrepio para alguns mas continua um abrigo seguro para quem perfilha a via revolucionária para a conquista do poder. Não é por acaso que Lenine e Staline triunfaram e Trotsky acabou assassinado.
O PS, para o bem e para o mal, é o partido social-democrata português onde florescem e fenecem utopias, o partido que os militantes dizem querer reformar, sem vontade de o fazerem, e que a direita moderada quer diferente com medo de com ele se confundir.
Com a grave crise actual, e outras sucederão, é movediço o terreno social mas não são previsíveis terramotos e só uma grave ruptura social reformará os partidos actuais.
O CDS, cada vez mais o partido de Paulo Portas, aguarda há muito que se desagregue o PSD para formar o grande partido liberal e expurgar os resquícios salazaristas que ainda o contaminam e o antieuropeísmo que o sufoca. As últimas eleições autárquicas, onde o PSD foi o seu seguro de vida, devem ter alertado o CDS para o papel secundário que lhe cabe.
O PSD tem convivido com liberais puros e duros, sociais-democratas e democratas-cristãos, além de militantes sem quaisquer convicções, como, aliás, acontece no PS e no CDS, mas, para resistir às ambiguidades ideológicas, dispõe da forte rede de autarquias e de grande implantação no aparelho de estado.
O PCP, perdida a força e a dimensão do operariado e do campesinato, numa sociedade cada vez mais terciarizada, também não está imune a alterações que o descaracterizem em nome da renovação, com os ortodoxos a acusar de traição os renovadores e estes a chamarem imobilistas aos primeiros.
Nos próximos anos, salvo um cataclismo económico-social, a vida política portuguesa gravitará em torno destes três partidos que resistirão às dissidências, à corrupção e aos oportunismos. Mas temos de viver com os partidos que temos. Serão eles que, com os seus defeitos, garantirão a continuidade democrática e a dialéctica da luta partidária.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários