ANTÓNIO BORGES e a divinatória pulhice economicista apregoada como ‘inteligente’…
As declarações de António Borges (conselheiro governamental para as privatizações), no Fórum Empresarial do Algarve, tiveram a qualidade de agitar o terrível espantalho que tem ensombrado o apregoado ajustamento económico e social a que o País está sujeito.
Por outro lado, mostraram como o actual Governo é um saco sem fundo de 'erros de casting'.
Considerar que a transferência de capital dos trabalhadores para as empresas como uma medida 'inteligente' é, no actual contexto económico, uma atitude de puro ‘infantilismo neoliberal’, experimentalista, vendida com inovadora e salvadora em aparente 'terra de cegos'. Socialmente - uma vertente em que Borges não passará de um ‘petulante’ analfabeto - deverá ser entendida como provocatória e, pior, capaz de despoletar o caos.
O senhor professor de economia veio (mais uma vez) a terreiro em confrangedor contra ciclo político. A sua encarniçada defesa das alterações da TSU é, acima de tudo, reveladora de um academismo obsoleto e gratuito…link. Refugia-se como ex-director do Departamento Europeu do FMI e académico credenciado para tentar enxovalhar como ignorantes os ‘outros’. Como se fosse o único economista português.
É exactamente aí – no seu percurso no FMI – que reside a gritante fragilidade do seu discurso. Saberá António Borges que já não vivemos na dependência de dogmas ditados por arremedos ex cathedra que, como vemos no dia a dia, já não colam no âmbito religioso e muito menos em Economia.
De facto, hoje, a circulação de informação não está condicionada, nem enfeudada, ao estatuto de ‘lente’. No presente, os cidadãos têm oportunidade de ler e não estão dependentes das enviesadas leituras de privilegiados doutores apresentadas como sábias. Na realidade, regressando ao seio da evocada fonte de idoneidade (ex-quadro do FMI), não precisamos de grandes voos para detectar o impostor. Ao lermos um artigo (de Abril 2012) elaborado por um painel de peritos (fiscais) do FMI (Michael Keen, Ruud de Mooij) link torna-se demasiado evidente o rosário de baboseiras de Borges a ombrear com a sua insuportável petulância.
Este senhor mais do que um professor será um exímio feirante, um vendedor de gato por lebre. Cheio de certezas não é capaz de parar para reflectir e ter a humildade de verificar que a medida tentada pelo Governo de Passos Coelho não está testada, nem confirmada, como se pode inferir do citado artigo escrito por ex-colegas (que acumulam com o estatuto de ‘professores’) no FMI (Fiscal devaluation as a cure for Eurozone ills – Could it work?) / link anterior.
Recorrendo à imagem dos esforços curriculares e lectivos do primeiro ano da sua Faculdade (actualmente a U. Católica) e aos ameaçadores 'chumbos', seria de esperar que o seu exibido espírito académico, para preservar uma nesga de idoneidade, tivesse a humildade (científica) de questionar como fizeram os seus ex-companheiros do FMI: could it work?
Os portugueses começam a estar cheios de duas coisas: de intratáveis doutores de teoria económica e dos seus seguidores políticos, armados em ‘salvadores’ (da Pátria, do País, da Economia, das Finanças, do Euro – à escolha). Entre estes atributos e o estatuto de persona non grata, não existe nenhuma escala de diferenciação.
Resta concluir que o estafado slogan ‘vivemos acima das nossas capacidades’ esconde os paroquiais ‘eméritos pensadores’ a debitar acima das suas capacidades e para além da sua credibilidade.
Assim não vamos lá!
Comentários
Falta ao triunvirato o ex-jovem agricultor Borges de Macedo, reincidente defensor das alterações à TSU e igualmente petulante. Foi mais um ministro das Finanças de Cavaco.
Os que lá estão e são sérios bem podem contribuir para a fundação de um novo movimento cívico DE BASE que corra com estes parasitas da política e não só
Os que lá estão e são sérios bem podem contribuir para a fundação de um novo movimento cívico DE BASE que corra com estes parasitas da política e não só