João César das Neves (JCN) – o ungido do Senhor
João César das Neves está para o bom senso como Cicciolina, ex-deputada italiana, para a castidade. O facto de ser defensor do liberalismo, nem sequer dos mais extremistas, é apenas um dado que pouco acrescenta ao perfil do mais devoto dos economistas.
O que faz correr o DN atrás da entrevista de quatro páginas completas ao ex-assessor do ex-PM Cavaco Silva (1991/95), catedrático da U. Católica, 56 anos, e técnico do Banco de Portugal, na sua edição deste domingo?
JCN afirma que, ao contrário de muitos, vê, sem problemas e de forma positiva, o atual fluxo de emigração, ele próprio tem dois filhos no estrangeiro, e conclui que «A maior parte dos pensionistas não são pobres e estão a fingir», e afirma que aumentar o salário mínimo «é estragar a vida aos pobres».
Depois de ter sido crítico para os Governos de Guterres, Barroso e Sócrates, sem referir a passagem efémera de Santana, esta boa alma, que os anjos esperam em ânsias, acabou a entrevista a manifestar receios de que, depois deste Governo, os próximos voltem aos disparates.
Consegui ler a entrevista sem uma única obscenidade, sem sequer me indignar, convicto de que é no sofrimento que a boa alma pretende redimir dos pecados o povo português. Não foi o economista que deu a entrevista, foi o ungido do Senhor, o penitente capaz de viajar de joelhos a caminho de Fátima e de regressar de rastos à missa mais próxima.
JCN é a D. Isabel Jonet de fato e gravata, um santo laico, carregado de fé e convicto de que «a vida é apenas o caminho para Deus», como sabiamente lhe ensinou a Irmã Lúcia.
A obsessão dos pobres por comida é um pecado que pode perigar a alma e comprometer as delícias do Paraíso. JCN, entre a gula, que é um pecado capital, e a bem-aventurança eterna, escolhe a última. Pelo menos, para os outros.
O que faz correr o DN atrás da entrevista de quatro páginas completas ao ex-assessor do ex-PM Cavaco Silva (1991/95), catedrático da U. Católica, 56 anos, e técnico do Banco de Portugal, na sua edição deste domingo?
JCN afirma que, ao contrário de muitos, vê, sem problemas e de forma positiva, o atual fluxo de emigração, ele próprio tem dois filhos no estrangeiro, e conclui que «A maior parte dos pensionistas não são pobres e estão a fingir», e afirma que aumentar o salário mínimo «é estragar a vida aos pobres».
Depois de ter sido crítico para os Governos de Guterres, Barroso e Sócrates, sem referir a passagem efémera de Santana, esta boa alma, que os anjos esperam em ânsias, acabou a entrevista a manifestar receios de que, depois deste Governo, os próximos voltem aos disparates.
Consegui ler a entrevista sem uma única obscenidade, sem sequer me indignar, convicto de que é no sofrimento que a boa alma pretende redimir dos pecados o povo português. Não foi o economista que deu a entrevista, foi o ungido do Senhor, o penitente capaz de viajar de joelhos a caminho de Fátima e de regressar de rastos à missa mais próxima.
JCN é a D. Isabel Jonet de fato e gravata, um santo laico, carregado de fé e convicto de que «a vida é apenas o caminho para Deus», como sabiamente lhe ensinou a Irmã Lúcia.
A obsessão dos pobres por comida é um pecado que pode perigar a alma e comprometer as delícias do Paraíso. JCN, entre a gula, que é um pecado capital, e a bem-aventurança eterna, escolhe a última. Pelo menos, para os outros.
Comentários
Bem, será mais do que 'isso'.
É também um 'pobre de espírito' (ou finge ser) que, por esta insidiosa via bíblica, pretende conquistar o 'reino dos céus'...
Pertence ainda a um restrito grupo de 'bem-aventurados'. Aqueles que trabalham (ou trabalharam) no BdP e cujas reformas, que se conquistam em poucos anos, não são a 'fingir'...