Há um clima de medo numa atmosfera irrespirável
A central de intoxicação deste governo e desta maioria, que
este PR e a comunicação social ungiram, está ativa e com escândalos preparados
contra adversários políticos. O PR considera a indecência política mera
guerrilha partidária e as falências fraudulentas dos bancos, azar de amigos que
lhe merecem prudente silêncio.
O domínio dos meios de produção, a manipulação da informação
e os funcionários de serviço nas redes sociais cumprem a tarefa de evitar uma
alternativa à tragédia que nos coube. Preferem um país ingovernável à sua
substituição no aparelho de Estado. E não lhes faltam idiotas úteis como
cúmplices.
Não é por acaso que nada foi feito contra a dimensão
faraónica do aparelho de Estado, das assembleias municipais, regionais ou de
freguesia e contra o número de concelhos e freguesias. Os partidos, todos os
partidos, encontram aí guarida para os seus militantes.
As IPSSs pululam sem fiscalização, as EPs mantêm-se, as
Fundações atraem a evasão fiscal e o confisco de subsídios, para colocação de
amigos e criação de clientelas, numa multiplicação de lugares parasitários,
enquanto empresas rentáveis e as que contribuíam para a identidade do País são vendidas
à pressa.
O mundo é um local mal frequentado, com gangues religiosos,
políticos ou meramente criminosos, a tomar conta dos destinos individuais, à
sombra do pensamento único, uma globalização financeira que impõe o status quo
e produz turbas de pobres e famintos.
O futuro é uma incógnita onde a equação da guerra se desenha
sem sonhos de amanhã. A Europa deixou de ser um local de paz e prosperidade
para se transformar numa arena onde se digladiam os seus povos.
Portugal, exonerada a ética do Estado e a competência nas
funções, está em vias de se tornar um protetorado que invertebrados gerem por
conta de outrem.
Num horizonte sem futuro e sem salubridade, a coragem foi
bloqueada e cresce o medo. Sinto que o próprio ar se deteriorou e tornou
irrespirável.
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