O terrorismo já condiciona as eleições em toda a Europa
O racismo e a xenofobia, defeitos genéticos que a civilização quase erradicara, voltam à Europa, à espera de nova catástrofe, com desfecho imprevisível, sete décadas após o fim da guerra de 1939/45.
Depois de Paris, Londres, Madrid ou Nice, só nesta semana, o terror regressou a Berlim e a Zurique, com o assassinato adicional do embaixador russo, em Ancara, no país onde o presidente abandonou a defesa da Europa para se transformar numa das suas maiores ameaças.
No último domingo, atentados contra forças policiais, em três localidades da Jordânia, só podem significar que a guerra mundial, localizada na Síria, vai alargar-se e, com ela, o número de refugiados que chegam à Europa, com terroristas misturados.
Paradoxalmente, agora que a Europa é governada quase exclusivamente por partidos de direita ou de extrema-direita, é esta última que ganha terreno com o medo instalado e a renúncia dos cidadãos às liberdades a troco da segurança que vislumbra no despotismo.
A democracia, já de si débil, apenas com a superioridade moral em relação às ditaduras, encontra-se à mercê do populismo que o terrorismo, metódica e eficazmente alimenta.
É nesta atmosfera de medo, com o descontentamento generalizado das populações, que a União Europeia, sem liderança nem força anímica, corre o risco de se desintegrar e deixar os países que a integram abandonados, falidos e à espera dos míticos salvadores.
Se as forças democráticas não conseguirem manter unida e reforçar o que resta da UE é a civilização que fica em risco e as fronteiras que dos países que se fragilizam.
Depois de Paris, Londres, Madrid ou Nice, só nesta semana, o terror regressou a Berlim e a Zurique, com o assassinato adicional do embaixador russo, em Ancara, no país onde o presidente abandonou a defesa da Europa para se transformar numa das suas maiores ameaças.
No último domingo, atentados contra forças policiais, em três localidades da Jordânia, só podem significar que a guerra mundial, localizada na Síria, vai alargar-se e, com ela, o número de refugiados que chegam à Europa, com terroristas misturados.
Paradoxalmente, agora que a Europa é governada quase exclusivamente por partidos de direita ou de extrema-direita, é esta última que ganha terreno com o medo instalado e a renúncia dos cidadãos às liberdades a troco da segurança que vislumbra no despotismo.
A democracia, já de si débil, apenas com a superioridade moral em relação às ditaduras, encontra-se à mercê do populismo que o terrorismo, metódica e eficazmente alimenta.
É nesta atmosfera de medo, com o descontentamento generalizado das populações, que a União Europeia, sem liderança nem força anímica, corre o risco de se desintegrar e deixar os países que a integram abandonados, falidos e à espera dos míticos salvadores.
Se as forças democráticas não conseguirem manter unida e reforçar o que resta da UE é a civilização que fica em risco e as fronteiras que dos países que se fragilizam.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
Polónia, Hungria, Holanda, França, Grã-Bretanha, França, Itália e, por último desde o último domingo, a Alemanha, mostram evidentes sinais de contaminação.
Por enquanto, apresentam-se ainda como 'portadores sãos' (aparentemente sãos) desta virulenta doença.
Os sintomas confinam-se, no momento, às redes sociais ao twitar (muito ao 'estilo trumpista').
Estão a aguardar escrutínio popular em permanente incubação. Hoje já nada garante que sejam contidas aí (nas urnas).
As expectáveis atitudes profiláticas decorrentes do último conflito mundial (1939-45) revelaram-se pouco eficazes e relativamente efémeras (pouco mais de 70 anos).
O 'guarda-chuva' da Europa Ocidental - a UE - desfaz-se dia após dia.
A vacinação que o percurso efetuado pelos nazis no século passado deveria ter induzido nos europeus esgotou a capacidade de imunizar (evitar o mal).
Uma recidiva (bélica) global, dadas a evolução tecnológica e das armas estratégicas, será mais destrutiva para a Humanidade, mas será no imediato a grande ameaça.
O terrorismo poderá ser (em breve o saberemos) um mero epifenómeno palpável (e visível) desta ameaça mais lata.
A árvore a esconder a floresta. Será?
a fugaz ilusão de paz
mas como se sustenta o sonho
se mataram o menino?
A indiferença do homem foi capaz.