Notas Soltas – março/2017
UE – Os países
cosmopolitas, pluriétnicos, multiculturais e secularizados encontram-se sob ameaça
do individualismo e do comunitarismo, em risco de ver perigar os direitos
individuais e a sobrevivência democrática.
Transparência –
Durão Barroso foi para o banco Goldman Sachs, mais de 1 ano depois de ter saído
da CE, e motivou o inquérito da Provedoria de Justiça Europeia. Maria Luís saiu
da pasta das Finanças diretamente para a Arrow Global e Portugal conformou-se.
Comissão Europeia – O
presidente Juncker apresentou 5 propostas ao PE para abertura do debate sobre o
futuro da UE. Sem renegociação das dívidas, e aumento da integração económica,
social e política, é de crer que ocorra a implosão, omissa nas 5 propostas.
Fome – Quando 1/3
dos alimentos se desperdiçam e há 20 milhões de pessoas em risco de morrer à
fome, só em 4 países, com guerras ignoradas, Sudão do Sul, Iémen, Nigéria e
Somália, percebemos o que é a banalização
do mal, de que falava Hannah Arendt.
Turquia – Erdogan,
pretende legitimar-se como ditador e chama nazi à Alemanha, por impedir o seu ministro
da Justiça de participar num comício junto de imigrantes turcos, a promover o referendo
para institucionalizar o poder absoluto. É demo-muçulmano.
Coreia do Norte –
A exótica monarquia comunista, é
perigosa e imprevisível. Quando minguam alimentos, aumenta os testes com
mísseis, para assustar o Japão, ou promove o assassinato de um membro da
família, caído em desgraça, para aterrorizar o País.
Deutsche Bank – O
tamanho das perdas do colosso alemão e do buraco financeiro, que ameaça a
economia mundial, explica o mau humor do ministro das Finanças, Schäuble, contra
os países europeus mais pobres da UE. Trata-se de terrorismo económico.
Rússia – Putin é
um cínico, sem escrúpulos, mas com visão estratégica. A subserviência da UE aos
EUA, levou-o a privilegiar a cooperação, económica, diplomática e militar, com
a Turquia. É um profundo revés para o Ocidente,
na Síria, e a UE fica mais frágil.
Banco de Portugal
– A recondução de Carlos Costa, sem acordo do maior partido da oposição,
fragilizou o governador. As falhas na supervisão bancária deixaram-no sem
condições para o cargo, e ao atual Governo sem possibilidade de o substituir.
Belém – Após o
primeiro ano do seu mandato, Marcelo não é apenas o PR com cultura, otimismo,
inteligência e sentido de Estado, é um exemplo de lealdade institucional e de
patriotismo a redimir a década anterior. O País deve-lhe o bom senso e a estabilidade.
EUA – Preet
Bharara, de Manhattan, um Procurador nomeado por Obama, famoso por investigar a
corrupção e processar mais de cem executivos de Wall Street, foi demitido por
Trump após rejeitar a renúncia. Eis o modelo de Estado de Direito, de Trump.
Excisão do clitóris
– Segundo a ONU, há 200 milhões de mulheres vítimas do crime de mutilação
genital. A castração, às vezes mortal, é imposta por uma tradição impiedosa que
não respeita a integridade física e a autodeterminação sexual da mulher.
Escócia – Um novo
referendo à independência antes da conclusão do “Brexit”, ameaça dividir o
Reino Unido antes de este fazer implodir a UE. Theresa May critica a decisão por
que será responsabilizada, “profundamente lamentável” – segundo ela.
Holanda –Não foi
ainda, desta vez, que o partido da extrema-direita foi o mais votado, mas a
radicalização e o definhamento de partidos tradicionais são motivo de apreensão.
Há precauções a tomar no seio da União Europeia, se ainda houver tempo.
Donald Trump – Ao
acusar Barack Obama de o ter escutado na Trump Tower, durante a corrida
presidencial de 2016, sem provas, e comprovadamente mentira, arrisca-se a ser
destituído. Em Portugal, Cavaco só insinuou o receio de que pudesse ter sido escutado.
Alemanha – Martin
Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu obteve uma votação de 100% na
eleição do líder do Partido Social-democrata, sendo rotulado de
"salvador" da social-democracia alemã. A unanimidade tanto gera a esperança
como a frustração.
PàF – Assunção
Cristas, na entrevista ao “Público”, disse que nas reuniões de Conselho de
Ministros, por opção de Passos, não se falava na banca, e só “vagamente” se
falou no caso BES. Se não é divórcio, é a separação de pessoas e bens. Com desonra
para ambos.
Tratado de Roma –
A celebração do 60.º aniversário pode constituir um novo impulso para o
aprofundamento da integração económica, social e política, condição sem a qual,
depois do Brexit, põe em causa a própria sobrevivência da UE e da moeda única.
Eurogrupo
– Porque o presidente, Jeroen Dijsselbloem, acusa os países do Sul de gastarem
o dinheiro em aguardente e mulheres e pedirem em seguida a ajuda da UE, deve
ser demitido, por indignidade. A Europa não pode consentir um Trump a
ultrajá-la.
Aquecimento global
– O desmantelamento da política ambiental de Obama, pelo atual inquilino da
Casa Branca, não é só um perigo para os EUA, é um péssimo exemplo, e a tragédia
para o mundo. O lucro fácil e rápido é o desígnio do empreiteiro narcisista.
Paulo Portas – Instalado
nos negócios, no interregno da política, e a convite de Durão Barroso, fez uma
conferência em que esqueceu as suas antigas exigências de referendos, afirmando
que «as diretas, primárias e referendos são o reino das minorias
ativistas».
Cristiano Ronaldo
– O atleta de exceção, com 31 anos, deu o nome a um aeroporto. A insensatez
mostra a hierarquia de valores de quem decidiu, num gesto provinciano que devolve
Portugal aos 3 FF salazaristas: Fátima, Futebol e Fados.
Comentários
A guerra anterior, 1914-1945 foi necessária para erradicar o comunismo. A próxima servirá para erradicar o islamismo...
Há profundas semelhanças nas conjunturas de há cem anos para cá comparando com hoje.