O proto-califa MaomÉrdogan e a democracia
O desejo do Presidente turco era mudar a Constituição e sepultar a herança de Atatürk. A seis anos do centenário da República laica, o Irmão Muçulmano a quem a UE e EUA outorgaram sucessivamente o epíteto de democrata muçulmano, acabou de transformar a natureza do regime.
No domingo, com o referendo duvidosamente democrático, em estado de emergência e com fortes suspeitas de irregularidades, Erdogan chamou a si os poderes do PM, cargo ora extinto, e iniciou a caminhada para se manter no poder até 2029.
O partido islamita (AKP) confundia-se com o Governo e o Estado. Erdogan usou-o para asfixiar as liberdades, perseguir opositores e abolir a laicidade. Agora, com os Tribunais subjugados, o Parlamento diminuído nas funções, as Forças Armadas expurgadas e o poder executivo concentrado nas suas mãos, a democracia é uma farsa à espera das leis corânicas.
A República constitucional democrática, secular e unitária foi derrotada no domingo e a herança de Atatürk, que reprimiu os xeques e libertou as instituições turcas de Maomé, o ‘beduíno analfabeto e amoral’, terminou.
Não mais se ouvirão as palavras do fundador da Turquia moderna: “São os professores, somente eles, quem libertam os povos e transformam as coletividades em verdadeiras nações”. Erdogan pretende restabelecer a pena de norte e virar-se para Meca. A paz na Síria fica mais difícil, os curdos mais ameaçados e a Europa apavorada, sob chantagem, com 4 milhões de refugiados na Turquia.
A ditadura islâmica está em marcha. Sob o poder de Erdogan os cinco pilares do Islão sustentam o regresso ao califado. MaomÉrdogan é o paradigma de uma ambição que o Ocidente amamentou num país que tem o maior exército da Nato fora dos EUA e o seu maior arsenal nuclear estacionado na Turquia.
No domingo, com o referendo duvidosamente democrático, em estado de emergência e com fortes suspeitas de irregularidades, Erdogan chamou a si os poderes do PM, cargo ora extinto, e iniciou a caminhada para se manter no poder até 2029.
O partido islamita (AKP) confundia-se com o Governo e o Estado. Erdogan usou-o para asfixiar as liberdades, perseguir opositores e abolir a laicidade. Agora, com os Tribunais subjugados, o Parlamento diminuído nas funções, as Forças Armadas expurgadas e o poder executivo concentrado nas suas mãos, a democracia é uma farsa à espera das leis corânicas.
A República constitucional democrática, secular e unitária foi derrotada no domingo e a herança de Atatürk, que reprimiu os xeques e libertou as instituições turcas de Maomé, o ‘beduíno analfabeto e amoral’, terminou.
Não mais se ouvirão as palavras do fundador da Turquia moderna: “São os professores, somente eles, quem libertam os povos e transformam as coletividades em verdadeiras nações”. Erdogan pretende restabelecer a pena de norte e virar-se para Meca. A paz na Síria fica mais difícil, os curdos mais ameaçados e a Europa apavorada, sob chantagem, com 4 milhões de refugiados na Turquia.
A ditadura islâmica está em marcha. Sob o poder de Erdogan os cinco pilares do Islão sustentam o regresso ao califado. MaomÉrdogan é o paradigma de uma ambição que o Ocidente amamentou num país que tem o maior exército da Nato fora dos EUA e o seu maior arsenal nuclear estacionado na Turquia.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
O seu comentário é rigoroso e irrespondível.
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O meu post reflete a convicção, cada vez mais forte, de que o Islão é incompatível com a democracia, à semelhança das outras religiões e dos monoteísmos, em particular. Sem repressão política sobre o clero nunca foi possível uma democracia constitucional que, como já deve ter visto, é o paradigma que defendo.
A partir de hoje é surrealista que seja em território da Turquia que existe o maior contingentes de de armas da Aliança Atlântica. Vamos esperar que essas armas não transitem para mãos jiadistas sunitas... A Aliança Atlântica está obsoleta... disse ele.
Mais uma vez penso estar em sintonia consigo, salvo no que diz respeito à necessidade de repressão política (o adjetivo é aqui imprescindível) sobre o clero. Nenhuma religião aceitou a laicidade sem essa imposição política.