Mário Soares e a toponímia
Considero Mário Soares a maior referência política da segunda República. É a minha opinião.
Não me incomoda, nesta matéria, como em outra qualquer, que os amigos, conhecidos e quaisquer outros cidadãos tenham uma posição contrária. Não sofrerá, por isso, quebra a amizade ou beliscadura a consideração que me mereçam. Nem Soares sairá diminuído.
Admito que, entre fascistas impenitentes, haja honrados cidadãos a pedir à AR que recuse o seu nome para crismar o futuro aeroporto civil do Montijo. Há boas e más razões para não gostar de Mário Soares, antifascista de sempre e indómito combatente da liberdade.
Nem sequer me interrogo se, quem agora se insurge contra a homenagem a um cidadão cuja dimensão histórica dispensa o nome esculpido em placas toponímicas, contestou o nome de Sá Carneiro para o aeroporto de Pedras Rubras, homenagem merecida, a meu ver, talvez desadequada num aeroporto, apenas por ter falecido em acidente aéreo.
Lamento que o nome de um Papa, por sinal dos mais reacionários da Igreja católica, dê o nome ao aeroporto de Ponta Delgada ou o maior futebolista de sempre tivesse aos trinta anos uma tão precipitada homenagem no do Funchal.
Um papa passou no largo dos Arcos do Jardim, em Coimbra, apenas por ter o nevoeiro impedido a viajem de helicóptero, e logo lhe erigiram uma estátua e rebatizaram o largo com o seu nome. No aeroporto de Ponta Delgada, bastou descer ali uma única vez, para preterir os nomes de Teófilo Braga, presidente do 1.º Governo Provisório da República e PR, ali nascido, ou de Manuel de Arriaga, também açoriano, e primeiro Presidente da República portuguesa.
O papa que impôs a um PM oportunista uma Concordata que torna Portugal protetorado do Vaticano, merece; os mais destacados políticos democraticamente eleitos provocam azia.
Obrigado, Mário Soares. A luta da sua vida viabilizou a liberdade de o contestarem, sem riscos, sem prisão, sem desterro, sem perseguições ou torturas. É esse exemplo a razão da admiração de quem apoiou Zenha, desprezou a UNITA e muitas vezes divergiu dele.
Na defesa da Europa, da liberdade e da democracia nunca estive melhor acompanhado.
Não me incomoda, nesta matéria, como em outra qualquer, que os amigos, conhecidos e quaisquer outros cidadãos tenham uma posição contrária. Não sofrerá, por isso, quebra a amizade ou beliscadura a consideração que me mereçam. Nem Soares sairá diminuído.
Admito que, entre fascistas impenitentes, haja honrados cidadãos a pedir à AR que recuse o seu nome para crismar o futuro aeroporto civil do Montijo. Há boas e más razões para não gostar de Mário Soares, antifascista de sempre e indómito combatente da liberdade.
Nem sequer me interrogo se, quem agora se insurge contra a homenagem a um cidadão cuja dimensão histórica dispensa o nome esculpido em placas toponímicas, contestou o nome de Sá Carneiro para o aeroporto de Pedras Rubras, homenagem merecida, a meu ver, talvez desadequada num aeroporto, apenas por ter falecido em acidente aéreo.
Lamento que o nome de um Papa, por sinal dos mais reacionários da Igreja católica, dê o nome ao aeroporto de Ponta Delgada ou o maior futebolista de sempre tivesse aos trinta anos uma tão precipitada homenagem no do Funchal.
Um papa passou no largo dos Arcos do Jardim, em Coimbra, apenas por ter o nevoeiro impedido a viajem de helicóptero, e logo lhe erigiram uma estátua e rebatizaram o largo com o seu nome. No aeroporto de Ponta Delgada, bastou descer ali uma única vez, para preterir os nomes de Teófilo Braga, presidente do 1.º Governo Provisório da República e PR, ali nascido, ou de Manuel de Arriaga, também açoriano, e primeiro Presidente da República portuguesa.
O papa que impôs a um PM oportunista uma Concordata que torna Portugal protetorado do Vaticano, merece; os mais destacados políticos democraticamente eleitos provocam azia.
Obrigado, Mário Soares. A luta da sua vida viabilizou a liberdade de o contestarem, sem riscos, sem prisão, sem desterro, sem perseguições ou torturas. É esse exemplo a razão da admiração de quem apoiou Zenha, desprezou a UNITA e muitas vezes divergiu dele.
Na defesa da Europa, da liberdade e da democracia nunca estive melhor acompanhado.
Comentários
Soares um homem que apoiou a UNITA. Que apoiou o 25 de Novembro que inverteu o rumo do País para o socialismo, o qual foi por ele metido na gaveta e que está na origem do retorno das forças de direita. Que se mancomunou com chefe da CIA de se nome Carlucci. Que abriu as portas ao regresso do capital monopolista. Que entregou parcelas da nossa soberania ao eixo Paris-Berlim. Que contrariou a política de Paz consignada no texto constitucional. Que...Que...Que abriu portas para a perseguição dos trabalhadores que têm medo de perder o emprego. Que abriu portas ao acentuar das desigualdades. Enfim um homem de Novembro contra o sonho dos espoliados por uma sociedade nova em conformidade com a CRP. Nem era preciso ir programaticamente mais longe. Erguendo fantasmas e demónios. Pode gostar muito de Soares, está no seu direito, mas eu, com 72 anos, não posso gostar de um homem que sufocou os meus sonhos. E certamente que esses sonhos não era de explorar, oprimir, maltratar o meu semelhante.
Por tudo isso assistimos a uma política dissolvente da coesão social e da unidade nacional, a uma regressão social e civilizacional.
Cumprimentos.
João Pedro
O 25 de novembro foi ganho pelo grupo dos 9. Pensa que não eram democratas? E pensa honestamente que, se a vitória fosse do lado contrário, teria sido possível a democracia? Não deve ter vivido no norte do País nesses tempos.
O grupo dos 9 com toda a direita atrás mais o PS. Queriam bombardear a Intersindical mas, é certo, Eanes a isso se opôs. Não vivi no Norte, já que sempre andei pela Grande Lisboa, desde menino. Território libertado, portanto. Mas, confesso, não entendi bem o alcance do "Não deve ter vivido no norte do País nesses tempos"...Será que por aí reinava o obscurantismo e portanto teríamos que ceder a essa realidade ? Campo largo para o MDLP, ELP, Mota Freitas, Regadas, Cónego Melo, membros do C.R. e tutti quanti ? É isso, caro Carlos Esperança ? Quando, perante a passividade do grupo dos 9 e de Mário Soares Portugal ardeu. A memória, Carlos, a memória...
João Pedro
Se tivesse vivido no norte, certamente teria percebido que qualquer militante do PCP e mesmo do PS teria corrido risco de vida se o outro lado tivesse vencido.
Mas, para que não restem dúvidas, sou partidário da democracia política e não da conquista do poder contra a vontade expressa nas urnas, por voto secreto e universal.