A mentira das religiões


Quando Deus ordenou a Abraão para lhe sacrificar o filho, o estúpido preparava-se para obedecer ao monstro que trazia em si. Valeu a Isaac que o pai, demente e subserviente a Deus, acabou por vê-lo substituído por outro animal que a cegueira mística projetou no altar do sacrifício.

É desse tresloucado que as religiões do livro se reclamam herdeiras, do louco capaz de imolar o filho por uma ilusão, disposto a derramar o sangue do inocente para obedecer à vontade de um patife imaginário.

Foi o Deus que, no Monte Sinai, havia de obrigar Moisés a descalçar-se antes de revelar a sua vontade e lhe ditar o futuro da humanidade, em data cuja falsificação é hoje uma evidência, e sentenças que só os doidos acolheriam. Mas o negócio à volta dos livrinhos sagrados originou falsificações ainda mais toscas e a perpetuação do deus abraâmico.

No fim de cada ano, em Meca, mais de três milhões de intoxicados pelo Corão prestam vassalagem a Maomé, um rude pastor de camelos que acreditava falar com Deus. Ainda hoje há indivíduos assim, desde a liderança de grandes nações até – o mais frequente –, aos serviços de psiquiatria dos hospitais. Têm em comum conversas com o Divino.

Aliás, não é monopólio de uma religião o curto-circuito dos neurónios dos crentes. Uns odeiam o porco porque o profeta, que não era um modelo de asseio, embirrou com o bicho; outros não usam preservativo porque o almocreve de Deus o condena na teologia do látex; muitos fazem jejum; quase todos viajam de joelhos e viram o rabo em sentido contrário ao altar onde presumem um deus que julgam omnipresente.

Os muçulmanos não podem urinar virados para Meca; os católicos não o podem fazer nos bispos; todos temem os padres e receiam duvidar de Deus.

A religião é o pântano da fé onde os homens perdem o senso e ganham medos, onde a razão dá lugar à superstição e a dignidade se esvai de joelhos ou de rastos.

Comentários

helena Andrade disse…
A história de Abraão é exatamente o contrário.Ilustra sim a consciência que os homens ganharam de que os sacrifícios humanos não agradavam a Deus
Jaime Santos disse…
Não, Helena Andrade, Deus ordena primeiro a Abraão que sacrifique Isaac para o substituir in extremis por um cordeiro. Testar a fé de um velho mandando-o sacrificar o seu próprio (e único) filho é, por si só, repugnante mesmo que o assassínio de um inocente não seja consumado...

Felizmente, os escritos mudam com os tempos, sinal da mudança de mentalidades dos que os foram escrevendo (a Bíblia é supostamente apenas divinamente inspirada e não ditada, o que explica talvez as dificuldades dos muçulmanos com a adaptação do Alcorão à passagem das eras).

Muito mais tarde, um outro homem, esse um jovem, mandava os crentes lerem nas escrituras que o que Deus queria era a misericórdia e não sacrifícios...

E essa mudança continua nos dias de hoje, felizmente, como o próprio Carlos Esperança seguramente reconhece. Um católico seguidor do Vaticano II é seguramente bem diferente de um tridentino ou de protestante literalista...
Julio disse…
Todos os deuses são criações antropomórficas, feitos todos à imoral imagem e semelhança do escultor e seu cinzel.

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