Notas Soltas _ Abril/2018
Egito – Em países
de hegemonia islâmica, as eleições livres conduzem à teocracia e as manipuladas
confirmam o ditador, mais ou menos laico. Estas destinaram-se a conferir a aparente
legitimidade num país onde os Direitos Humanos são ignorados.
Rússia – Putin é
um autocrata populista de direita. Fundiu o nacionalismo, a mitologia czarista
e o cristianismo ortodoxo, numa mistura do pior passado e dos mais perigosos
anseios, tornando-se um líder carismático. O Ocidente trata-o ainda como comunista!
U. E. – A rápida solidariedade
com a Sr.ª May, a pior inimiga do projeto europeu, sem provas da origem do
veneno do ex-espião russo, originou a valsa dos diplomatas. Putin ficou mais
credível, a Nato mais suspeita e Portugal foi um caso raro de ponderação.
Brasil – Quando o
Exército pressiona os juízes para prenderem Lula da Silva, deixa de ser
relevante se há ou não motivos. O Brasil deixou, há muito, de ser uma
democracia, quando os juízes a capturaram. Agora, os militares garantem o regresso
da ditadura.
Espanha – A
transição democrática suave foi a sua fragilidade. A falta de rutura com a
ditadura fascista conduziu a um Governo atolado em corrupção, uma Justiça
franquista e uma monarquia sem crédito, num país a que falta o cimento de um
projeto comum.
Hungria – Cada
vez mais próximo dos líderes autoritários da Rússia, Turquia e China, e
afastado da cultura e civilização europeias, Viktor Orbán exerce uma liderança
racista, xenófoba e nacionalista, sendo um perigo para a U. E. e uma vergonha
para o PPE.
Síria – É uma das
muitas estações onde descarrilou o comboio das primaveras árabes, onde a população ansiou por liberdade e acabou no
pesadelo Deus é grande, na guerra
onde xiitas e sunitas vertem ódio e petróleo ao serviço de países e interesses alheios.
Celtejo – A multa
de 12.500 euros, alterada para repreensão, foi a absolvição obscena a quem poluiu
o Tejo, matou os peixes e a pesca e comprometeu a saúde das populações
ribeirinhas, com o rápido silêncio da comunicação social, ao seu serviço.
Alemanha – A
sensatez e capacidade da Sr.ª Merkel continuam a pautar a única grande
estadista dos países europeus influentes. A prudência, face ao entusiasmo
belicista dos EUA, RU e França, contra a Síria, definem um padrão ético e
político.
George Soros – O magnate
americano, especulador e filantropo, de origem húngara, é opositor de Viktor
Orbán. O regime, à maneira fascista, denunciou a rede de inimigos, com nomes e apelidos, de ativistas de direitos humanos,
intelectuais e jornalistas.
PJ – Revela
enorme eficácia na descoberta do financiamento islâmico e do terrorismo. Só os crimes
do MDLP, nos primórdios da democracia, bem investigados, não foram a julgamento
porque, entre os terroristas, havia poderosos e respeitados facínoras.
América Latina – Como
o Islão político, a fé evangélica organizou-se politicamente e tornou-se um ator
político determinante, em vários países da região, impondo a agenda política,
reduzindo as liberdades democráticas e liderando a reação.
Incêndios – O
incêndio que consumiu 86% do Pinhal de Leiria entre 15 e 16 de outubro do ano
passado foi planeado um mês antes, em reuniões secretas entre madeireiros, com
preços da madeira combinados na altura, segundo a TVI24. Estranha-se o silêncio.
SIC – A
transmissão de vídeos de interrogatórios judiciais, além da grave violação dos
mais elementares direitos dos arguidos, torna a Justiça um cano de esgoto a céu
aberto, que a desprestigia e abre a porta às piores suspeitas.
Sintra – A oferta
de terreno camarário para a construção de uma mesquita é abuso que se repete,
agora a favor do Islão, na reiterada afronta à laicidade e na leviana
utilização dos bens públicos. É irrelevante que fosse o anterior autarca o
responsável.
Descentralização
– A regionalização que o País, ao que parece, recusa, não poderá ser
substituída pela transferência de competências e dinheiro para municípios,
alguns com menos de 3 mil eleitores, sem massa crítica, com risco de fortalecer
o caciquismo.
ETA – A
organização basca foi um exemplo na luta contra a ditadura fascista espanhola e
acabou sem rumo, sem objetivos e sem glória. A dissolução, com pedido de perdão
às vítimas, foi o único ato de lucidez depois de décadas de terrorismo sem sentido.
França – A reforma
da União Económica e Monetária e novos recursos próprios para a integração
europeia, era o projeto de Macron, falhado por culpa alheia. Falhou o que era
bom e venceu o pior, o espírito belicista e autocrático, no leviano ataque à
Síria.
Iémen – País com
maior crise humanitária mundial, tem 80% da população a sofrer de pobreza
extrema, 8,6 milhões de crianças sem água suficiente nem serviços
higiénico-sanitários, com desnutrição, cólera e outras doenças a ameaçarem a sua
sobrevivência.
Catalunha – O
Governo e os juízes foram incompetentes e rancorosos contra a maioria
conjuntural que julgou ter direito a alterar fronteiras e incendiar o país e a
Europa. São urgentes mudanças políticas, e as alterações territoriais
destruiriam a Espanha e a UE.
25 de Abril – Em
Almeida, frutificou o espírito democrático do ex-edil, Batista Ribeiro. O
almoço comemorativo reuniu a edilidade, a Junta de Freguesia e uma larga centena
de outros cidadãos na data que une os democratas de vários partidos. Parabéns a
todos.
Cristina Cifuentes
– O falso mestrado e um vídeo de 2011, a roubar duas bisnagas de creme num
supermercado destruíram a reputação da líder da Comunidade de Madrid, de Rajoy
e do PP, mas a divulgação do vídeo foi um ato de pornografia informativa.
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