Divagando (10) – #montenegronaomarcelonunca
Enquanto se ignoram os danos ao País da última dissolução da AR, por desaforo do PR, é um dever cívico escrutinar este governo e denunciar os seus perigos.
O ministro das Finanças não poderá repetir que foi pesada a
herança, embora jamais se saiba o que faria com ela António Costa durante os
quase três anos que lhe faltavam para cumprir o mandato que a PGR interrompeu ou
o que faria dele o PS com outro PM, o que o conspirador Marcelo não permitiu.
Montenegro já gastou, antes da entrada em vigor do OE/2025,
graças ao Orçamento que Medina deixou, a folga que nos próximos anos pode não ter
para despesas correntes. Ao desejo de novas eleições sacrificou a racionalidade
com subsídios surpresa de 100, 150 e 200 euros a pensionistas para comprar
votos para as eleições legislativas que desejava.
O dinamismo herdado permite ao governo, nos próximos dois
anos, obter um excedente orçamental, que a execução do PRR facilita, embora muito
aquém dos mais de 4% que Montenegro prometeu em campanha eleitoral. A memória é
curta. Vamos estar atentos para ver se o ministro das Finanças deste Governo é
o Ronaldo que o PSD dizia ou a Maria Luís de Passos Coelho.
Os problemas herdados, saúde, ensino e segurança, estão
piores, mas a perceção é muito melhor, e o PR, sedado, promulga agora
rapidamente todos os diplomas do governo sem estados de alma, lamentos, avisos
ou ameaças. Jamais promulgará um qualquer aumento a uma determinada classe
profissional e dizer «agora tem de fazer o mesmo às outras». Nem os insultos do
irascível MNE a um chefe militar lhe quebram o silêncio.
A devastação dos incêndios, a fuga dos mais perigosos
foragidos de uma cadeia de alta segurança ou o roubo de segredos de Estado do
MAI já não afetam o governo.
Entretanto prossegue a contrarrevolução em curso oriunda do
Palácio de S. Bento, com o inquilino de Belém como facilitador. Com o PS
tornado refém, as bandeiras do Chega são agora empunhadas pelo PM.
Montenegro é tão hábil a gerir a propaganda e a confiscar o
aparelho de Estado como a martelar um cheque para dissimular a aceitação da
viagem da Galp a Sevilha, na final da seleção portuguesa de futebol, oferta que
levou à demissão de três secretários de Estado do governo PS tendo-se mantido
incólumes Montenegro e Hugo Soares.
Na educação, a aula de cidadania, tornada guerra ideológica,
já pode ser substituída pela Religião e Moral com a cidadania a regressar ao
modelo Deus, Pátria e Família.
Olhos nos olhos, é presido dizê-lo, este governo é
perigoso. Não lhe darei tréguas.
Apostila – Com o país sobressaltado com os tumultos na área de Lisboa, antes de a PSP repor a ordem, o incendiário Chega, à semelhança do PSD nos fogos de Pedrógão, usou a tragédia. Perante o desassossego do País, a PSP e o seu sindicato dos oficiais vieram prestar as declarações que cabiam ao PM e à MAI. Até o PR se substituiu ao Governo, desta vez, sem pedir a demissão da incapaz ministra da Administração Interna que só falou, e de forma insatisfatória, depois do PR.
Comentários