Divagando (11) – #montenegronaomarcelonunca
Caros leitores, seria profunda leviandade inorar a tensão de polícias em bairros onde, ao longo dos anos, se organizaram gangues, ou não ser solidário com a corporação que tem o monopólio da violência para assegurar e repor a ordem.
É, de resto, uma exigência democrática castigar os marginais
que semearam a destruição e o terror em numerosos bairros da área metropolitana
de Lisboa. É dilacerante pensar que há um condutor de autocarro em perigo de
vida, possivelmente um cidadão que vive com as mesmas condições e dificuldades e
em bairro idêntico ao dos moradores onde os delinquentes o esperaram.
Aparentemente estamos perante um ato de violência organizado
por quem esperava um pretexto, tal a dimensão e diversidade geográfica onde
eclodiram os atos de vandalismo que urge reprimir, mas sempre, sempre, sempre de acordo com as normas
do Estado de Direito democrático.
Dito o que acima se refere, é altura de apreciar as pessoas
de quem esperamos a defesa do Estado de Direito e a reposição da tranquilidade
pública. Com verdade. E é aqui que se observam as insuficiências, a
incapacidade ou o perigo dos diversos atores.
Quanto à ministra da Administração Interna nem o Governo
confia nela e o País treme a pensar que, desde os bombeiros, à PSP e GNR é ela
que os comanda, a menos que seja o ministro Leitão Amaro que também já a
substitui, como o faz em declarações aos media.
O PM também esteve mal, apesar de ter falado tarde, a
dizer-se determinado a endurecer medidas quando estava presente uma morte às
mãos de um polícia que, cada vez mais, parece ter cometido um homicídio sem
causa forte.
Mal esteve a direção da PSP a falar da arma branca do
condutor de carro roubado, que originou o disparo que o matou, quando o carro
era do próprio e inexistente a arma. Se vier a confirmar-se que a morte se
aproximou de uma execução é uma tragédia para a confiança que a PSP deve
merecer.
Repito, se vier a confirmar-se que morreu um inocente, que
os agentes mentiram e que a Direção Nacional da PSP mentiu e não é demitida,
teremos de concluir que o Governo é perigoso.
E que dizer de um PM que prometia um banho de ética e reiterou
a confiança em Paulo Rangel, sem desmentir que o MNE virou as costas e recusou
apertar a mão ao general CEMA depois de lhe dizer: “camelos e burros isto com
os militares é sempre a mesma merda”?! E o Comandante Supremo das Forças
Armadas fica em silêncio perante tal desaforo contra o chefe máximo da Aeronáutica!!? Já nada surpreende.
Falta uma palavra para o inqualificável chefe do bando de 50 incendiários que desejam semear o ódio e destruir a ordem democrática. É, aliás, ele próprio que defende veneras para estimular os polícias a matarem. Não admira, pois, que o líder parlamentar, Pedro Pinto, diga que “Se calhar, se [os polícias] disparassem mais a matar, o país estava mais na ordem” ou que o assessor do seu partido verbalize o que pensa sem o demitir.
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