Divagando (9) – #montenegronaomarcelonunca
Não fazia ideia de escrever sobre o congresso de consagração do líder do PSD, comício igual ao dos outros partidos quando chegam ao poder.
Foi a intervenção da editora política da CNN, Carla Moita,
que provocou este desabafo. Atribuiu a demissão de António Costa à referência
ao nome no comunicado da PGR, o que foi verdade, e à descoberta de dinheiro no
gabinete, o que é de enorme ignorância ou incomensurável perfídia. António
Costa, demitiu-se antes de a PSP ter encontrado esse dinheiro como, aliás, foi
divulgado pelos media.
O 42.º Congresso do PSD teve uma originalidade na
democracia, foi a festa comum de 4 (quatro) partidos, PSD, CDS, PPM e Aliança,
este com a presença do ex-PM do PSD, Santana Lopes. E foi divertido ver ali os dois
vultos intelectuais que ornamentam a nova AD, agora heterónimo do PSD, Nuno
Melo e Gonçalo da Câmara Pereira!
O resto resume-se a um comício, como em qualquer partido, e
à tentativa de lançamento da candidatura de Marques Mendes a PR o que não gerou
especial emoção do conclave. Nem a presidência do Congresso de Miguel
Albuquerque lhe retirou o sorriso, apesar de o saber devedor ao Chega do
Governo da RAM e do lugar de Conselheiro de Estado.
Não admirou a obra exibida pelo PSD em sete meses de
propaganda, graças à melhor situação económica e financeira que algum governo herdou
em 50 anos de democracia. O momento escolhido pelo PR e PGR não podia ter sido
melhor e Montenegro limitou-se a agradecer ao PR, na pessoa do presidente da
Casa Civil, o «bom relacionamento institucional» de quem o fez PM. Para a
apoteose contribuiu a rendição prévia do PS à aprovação do OE/2025 o que levou
à festa muitos notáveis a render-lhe vassalagem. A rendição do PS foi a
excelente prenda ao PSD, ao Chega e, sobretudo, ao azougado PR.
Certamente, os leitores estiveram mais tempo expostos à
propaganda do Congresso do que eu. Por isso limito-me a assinalar a dificuldade
de Luís Montenegro com o idioma.
No seu discurso de encerramento referiu-se ao valor da
cortiça, «de que pouca gente falamos» (sic), e reincidiu na virtude de outro
qualquer produto «de que pouca gente falamos». Estou certo «de que pouca gente
falaremos» disso, como ele diria, depois do Congresso.
Chumbou na gramática, mas esperamos, para bem do País, que não delapide a herança do anterior governo que Marcelo e a ex-PGR, injustamente esquecida, lhe entregaram.
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