Divagando (7) – #montenegronaomarcelonunca

Enquanto o primeiro-ministro, sem desmentir reuniões secretas com o líder do Chega, se diz focado no que é essencial, que não fala de questões menores e só quer o bem dos portugueses, Ventura, cuja credibilidade já era menor do que a do BES quando Cavaco garantiu que era um Banco sólido, conseguiu arrastar Montenegro para a lama. Já nem o País se interroga se quer continuar a confiar num PM que não desmente ser trapaceiro e mentiroso. De pouco valem as conjeturas do líder do IL a procurar parecer relevante.

Entretanto, começa a ser julgado Ricardo Salgado, o poderoso banqueiro que arrastou na queda a economia portuguesa. O advogado exibiu a imagem de um velho face a uma vítima que perdeu as poupanças no BES. A coreografia obscena e escusada convinha à defesa e, perdido o pudor, a longa exposição televisiva trouxe à memória o caso dos submarinos cujo suborno a PGR de turno arquivou apesar de provado na Alemanha.

Por sua vez, enquanto o mundo se encontra em desvario, à beira da tragédia nuclear, o julgamento de Ricardo Salgado, na solidão de um velho abandonado pelos amigos, traz à memória os dias felizes em que ajudou a elaborar, em 2011, o programa eleitoral do PSD de Passos Coelho, ou aquele em que reuniu em sua casa os casais Marcelo Rebelo de Sousa, Durão Barroso e Cavaco Silva para preparar a candidatura do último a PR.

Enfim, enquanto se julga quem já não tem noção dos crimes que cometeu, os seus mais próximos amigos são hoje as referências da direita que ele ajudou a impor ao País.


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