Tarrafal – O Campo da Morte Lenta (29 de outubro de 1936 – 88.º aniversário)

Há 88 anos abriu, com 152 presos políticos, o Campo de Concentração do Tarrafal, onde a morte era mais doce do que a vida e o Inferno da vida o Paraíso dos torturadores.

Saídos de Lisboa, em 18 de outubro de 1936, foram nessa primeira leva os grevistas do 18 de janeiro de 1934, na Marinha Grande, e alguns dos marinheiros que participaram na Revolta dos Marinheiros de 8 de setembro desse ano. E ali chegaram, no dia de hoje, há 88 anos. Outubro era mês, nesse dia 29, no ano de 1936.

Salazar teve lá, no severo degredo da ilha de Santiago, Cabo Verde, o seu Auschwitz, à sua dimensão paroquial, ao seu jeito de tartufo e de fascista, os algozes torturadores, ao serviço da ignóbil ditadura de facínora de Santa Comba Dão.

Foram 37 os presos políticos que lá morreram, sucumbindo na «frigideira» ou privados de tudo, assistência médica, água, alimentos, e os mais elementares direitos humanos, alvos de sevícias, desterrados em vida e na morte. Só depois do 25 de Abril puderam os seus corpos ser exumados e trasladados.

Recordar esta data de ignomínia é execrar o facínora que o quis, o regime que o instituiu e os cúmplices que apoiaram.


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