Os bispos e os referendos
Andaram os bispos portugueses 48 anos em paz, sem preocupações com a democracia, com direito a báculo e mitra apenas com autorização de Salazar, indiferentes aos crimes da ditadura e à guerra colonial, e tornaram-se agora os paladinos da democracia directa.
Todos os dias saltam prelados a agitar a mitra contra os casamentos homossexuais, a brandir o báculo contra o aborto, a perorar sobre a família, como se disso tivessem alguma experiência. Disparam ave-marias e salve-rainhas contra os “inimigos da moral e dos bons costumes” e, finalmente, exigem um referendo sobre matéria que fez parte da campanha eleitoral e dos conselhos pios aos eleitores para se afastarem de partidos que, na sua pitoresca linguagem, são contra a família.
Os bispos, que impedem a interrupção voluntária do celibato aos padres, em nome de uma decisão que lhes aumenta o poder, estão agora na vanguarda da defesa da família e da reprodução. Por que motivo não referendam, entre os padres, o celibato?
Com que legitimidade exigem a uma beata, amiga do peito e da missa, que decida sobre direitos de quem não vai à missa nem frequenta os sacramentos? Que dêem normas de conduta aos crentes é um direito, que exijam a outros que se rejam pelas normas pias é um acto prepotente e uma manifestação totalitária.
É altura de se dedicarem ao breviário e deixarem os políticos decidir em paz. Não têm, nesse campo, grande autoridade nem bons exemplos. E arriscam-se a perguntas incómodas.
Todos os dias saltam prelados a agitar a mitra contra os casamentos homossexuais, a brandir o báculo contra o aborto, a perorar sobre a família, como se disso tivessem alguma experiência. Disparam ave-marias e salve-rainhas contra os “inimigos da moral e dos bons costumes” e, finalmente, exigem um referendo sobre matéria que fez parte da campanha eleitoral e dos conselhos pios aos eleitores para se afastarem de partidos que, na sua pitoresca linguagem, são contra a família.
Os bispos, que impedem a interrupção voluntária do celibato aos padres, em nome de uma decisão que lhes aumenta o poder, estão agora na vanguarda da defesa da família e da reprodução. Por que motivo não referendam, entre os padres, o celibato?
Com que legitimidade exigem a uma beata, amiga do peito e da missa, que decida sobre direitos de quem não vai à missa nem frequenta os sacramentos? Que dêem normas de conduta aos crentes é um direito, que exijam a outros que se rejam pelas normas pias é um acto prepotente e uma manifestação totalitária.
É altura de se dedicarem ao breviário e deixarem os políticos decidir em paz. Não têm, nesse campo, grande autoridade nem bons exemplos. E arriscam-se a perguntas incómodas.
Comentários
"INSTRUÇÃO SOBRE OS CRITÉRIOS DE DISCERNIMENTO VOCACIONAL ACERCA DAS PESSOAS COM TENDÊNCIAS HOMOSSEXUAIS E DA SUA ADMISSÃO AO SEMINÁRIO E ÀS ORDENS SACRAS"
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"2. A homossexualidade e o ministério ordenado
Desde o Concílio Vaticano II até hoje, diversos documentos do Magistério, e especialmente o Catecismo da Igreja Católica, confirmaram o ensinamento da Igreja sobre a homossexualidade. O Catecismo distingue entre os actos homossexuais e as tendências homossexuais.
Quanto aos actos, ensina que, na Sagrada Escritura, esses são apresentados como pecados graves. A Tradição considerou-os constantemente como intrinsecamente imorais e contrários à lei natural. Por conseguinte, não podem ser aprovados em caso algum.
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link
Adenda: O Sumo Pontífice Bento XVI, no dia 31 de Agosto de 2005, aprovou a presente Instrução e ordenou a sua publicação.
PS - Raramente um cidadão tem oportunidade de ler um texto onde transpire tanta homofobia!
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