O Governo, as sondagens e o futuro
Quem se interessa por política e, sobretudo, pelo futuro do seu país, não pode manter-se indiferente às sondagens que, cada vez mais se aproximam da realidade, no momento da recolha de opiniões.
Não vou manifestar estados de alma nem fazer a exegese da vontade popular. Não faço análises científicas nem peroro sobre o futuro, que deixo para quem sabe pouco mais do que eu mas tem muito mais experiência a fingir que sabe e acesso à comunicação social.
Limito-me a dar razão ao PR em não ter marcado eleições, apesar de não lhe reconhecer qualidades de isenção e mérito para o cargo. Não havia, face às perspetivas, alternativa.
Penso que cabe ao PS uma profunda reflexão sobre a sondagem, sobre a oposição que tem vindo a fazer e, em última análise, sobre a liderança que tem conduzido o partido.
Face ao indiscutível falhanço político do atual Governo, reconhecido pelo seu principal responsável dos dois últimos anos, Vítor Gaspar, face à ausência de liderança e à troca de papéis entre um partido que parece valer 32% com outro que se fica pelos 3%, com os escândalos que se acumulam e as traições internas no seio da coligação, ter 35% das intenções de voto é para o PS motivo de reflexão profunda e de um sobressalto que lhe dê o impulso de que o país necessita.
Face ao descalabro, a perdurarem estas fidelidades de voto, é altura de a esquerda, no seu conjunto, refletir no seu papel sem que qualquer partido exija a outro aquilo que ele não pode ou não quer ser. A menos que o Governo da direita sirva alguma formação de esquerda.
Comentários
E a nível de oposição não anda longe.
Mais parece Portugal uma romaria à capela da padroeira, ao modo antigo.
O pastor começou a andar à volta, à volta, à volta.
Logo o seguiram as cabeças predilectas, à frente do rebanho inteiro, à volta, à volta, à volta.
Quando a cabeça se juntou à cauda, o pastor saiu do enredo.
E o rebanho continuou em roda livre, entregue a sua própria insanidade.
Eu, se tivesse o papel do deus-ex-machina, a primeira coisa que fazia era mandar o Seguro para o Brasil, para quebrar este velho enguiço pátrio.
Agora então que o Relvas já por lá anda, a promover a Língua Portuguesa Olímpica, era ouro sobre azul, era a mocha com a cornuda, era o roque mais a amiga, o agradável e o útil, era a puta que os pariu.
Dando como boa e incontornável esta conclusão os tempos mais recentes levam-nos a inquirir: certo, mas com estes partidos?
Nada é politicamente imutável e a evolução destes determinantes factores (políticos), no Mundo e com especial acutilância na Europa, nos tempos mais recentes, exibe de forma gritante essa necessidade.
De resto, se não questionarmos o modelo (e não o regime) seremos governados pelos mercados e pelo seu braço armado - as instituições financeiras. É para este 'beco sem saída' que todos os dias estamos a ser empurrados.
Durante os últimos tempos estupefacto perante a perdulária 'novela dos swaps', intriga-me que nenhum membro da comissão de inquérito parlamentar tenha ousado perguntar à actual ministra:
- Quando fez as 'suas' swaps, na Refer, pediu autorização e comunicou-as a quem?
Será que esta simples pergunta não abreviaria as investigações e limitaria a 'infindável' chicana política (governativa, parlamentar e partidária).
A ‘dança’ das sondagens começa cedo. link
Ou quererá prenunciar algum sobressalto que se aproxima velozmente ?