Similitudes estratégias do antanho e actuais…
“Livro-vos da guerra, mas não vos livro da fome” é uma conhecida frase de António de Oliveira Salazar nos idos anos 40, perante as consequências da II Guerra Mundial.
A memória destes tempos difíceis que já serão residuais entre os portugueses não deve ser esquecida.
Foi a época da ‘sopa dos pobres’ sucedânea da famosa ‘sopa do Sidónio’ que surgiu nos anos subsequentes à I Guerra Mundial.
Actualmente, as filas à porta das instituições de solidariedade social nada devem ao que se verificou nos anos 40.
É certo que ainda não existem senhas de racionamento mas existe o racionamento implícito, isto é, a denegação da acessibilidade ao crédito (não só financeiro, mas também social), a confrangedora ausência de rendimentos, o desemprego, a incapacidade física, a velhice e a exclusão social. A fome é a consequência directa de todos estes vectores, actuando conjugada ou isoladamente, tal é a instabilidade social reinante. A fome mantém-se como uma inseparável companheira do empobrecimento e indiferente à marcha dos tempos.
Estamos, portanto sob uma nova constatação. Passos Coelho (ainda) não o disse explicitamente mas terá acordado para os seus fiéis:
- ‘Livro-vos da troika, mas não da fome’.
Esta será a macabra e repetitiva estratégia para resolver os problemas nacionais que ciclicamente nos fustigam. Esta será a verdade ocultada por detrás de cegas medidas de austeridade. Esta a rota para o subdesenvolvimento que nos cercou no ‘consulado’ ditatorial de Salazar e que nos ameaça de novo.
Os tempos são outros mas o histórico denominador comum permanece inalterado: A ameaça de FOME!
Comentários
Com Passos Coelho, não me recordo de nenhuma guerra ou causa externa que influenciasse as políticas de austeridade sobre parte da população. Têm sido medidas discriminatórias que só abrangem a classe média. Têm sido medidas cirúrgicas que em qualquer país onde a Justiça funciona teriam dificuldade de se manter. Pelo menos a Justiça moral!
Comparar a actuação desta gente de Abril com o que se passou durante a 2ª República…
Qualquer parentesco mesmo político com o Prof. Salazar, só vindo de alguém que não está atento à realidade.