Uma reflexão ou um estado de alma?
Temos no poder a direita mais jurássica, que acumula a incompetência com uma agenda de fazer inveja ao «tea party» americano. O Governo odeia a Constituição e o PR só se preocupa em fazer-lhe respiração assistida, enquanto a maioria, há muito extinta, lhe dá a aparência de legitimidade.
Pois é neste momento, nas atuais condições, num país que se desfaz, com um povo em desespero, que a esquerda se permite o exercício masoquista de se digladiar como se o inimigo principal estivesse dentro dela.
Ignorar a história dos partidos políticos atuais e a relação afetiva criada com o povo que vota, é interessante para fazer alarde de paradigmas políticos que a prática se encarregou de superar, mas a cegueira que nos amarra a modelos falhados é igual à que nos mantém reféns do redil partidário.
A direita não me desilude, só me surpreende a truculência da minoria que se apoderou do poder, afastada da matriz dos partidos que a legitimam. Quem verdadeiramente me desilude é, paradoxalmente, a esquerda, mais interessada no mercado eleitoral do que na construção de um programa comum em que todos terão de ceder.
Confesso que não estou otimista. Continuo a assistir à destruição sistemática de pessoas que fazem falta para construir uma alternativa e à ausência de propostas exequíveis.
«Não queremos a troika» é um slogan equivalente às reivindicações académicas, de há uns anos, em relação às propinas: «Não pagamos, não pagamos!». E não é sequer mobilizador.
Pois é neste momento, nas atuais condições, num país que se desfaz, com um povo em desespero, que a esquerda se permite o exercício masoquista de se digladiar como se o inimigo principal estivesse dentro dela.
Ignorar a história dos partidos políticos atuais e a relação afetiva criada com o povo que vota, é interessante para fazer alarde de paradigmas políticos que a prática se encarregou de superar, mas a cegueira que nos amarra a modelos falhados é igual à que nos mantém reféns do redil partidário.
A direita não me desilude, só me surpreende a truculência da minoria que se apoderou do poder, afastada da matriz dos partidos que a legitimam. Quem verdadeiramente me desilude é, paradoxalmente, a esquerda, mais interessada no mercado eleitoral do que na construção de um programa comum em que todos terão de ceder.
Confesso que não estou otimista. Continuo a assistir à destruição sistemática de pessoas que fazem falta para construir uma alternativa e à ausência de propostas exequíveis.
«Não queremos a troika» é um slogan equivalente às reivindicações académicas, de há uns anos, em relação às propinas: «Não pagamos, não pagamos!». E não é sequer mobilizador.
Comentários
Aliás, a semelhança entre estes membros de um governo em desagregação impressionante. De facto, Machete, na India, tentou 'vender ilusões'...
Não há dúvida.