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A mostrar mensagens de maio, 2016

Notas soltas – maio/2016

Brasil – O Juiz Baltasar Garzón, que prendeu o ditador chileno Augusto Pinochet e cuja firmeza democrática é indubitável, acusou de golpe de Estado a destituição de Dilma. A votação parlamentar foi um deprimente espetáculo de agressão à democracia. Espanha – A falta de entendimento entre os partidos de esquerda impôs a repetição das eleições, quando havia uma boa oportunidade para punir a teia de corrupção que enleou o PP. Frustrado, o eleitorado vai aumentar a abstenção e deslizar para a direita. El País – Referência da imprensa escrita europeia, o melhor diário da Península Ibérica, celebrou no dia 4 o 40.º aniversário. Nasceu da transição política em Espanha, vitória da democracia sobre o fascismo, que o 25 de Abril português tornou inadiável. EUA – O Partido Republicano nomeará, para disputar as eleições presidenciais, Donald Trump, após derrotar Ted Cruz, ainda pior do que ele. Teme-se a derrota de Hillary, um mal menor no país ameaçado do pior e que enjeita o m

Marginal e provocador

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O cardeal convida à desobediência civil O cardeal arcebispo de Valência, Antonio Cañizares, (foto) pediu aos católicos que desobedeçam às leis que considera injustas baseadas na “ideologia mais insidiosa e destruidora da humanidade de toda a história, que é a ideologia de género”. E ninguém o prende!

De amarelo trajando…

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Ontem, o País teve oportunidade de assistir a uma manifestação pública de alunos e professores de colégios privados frente à Assembleia da República: Uma manif apoiada pela Conferência Episcopal Portuguesa, onde se integraram crianças e adolescentes, agitando palavras de ordem absolutamente inusitadas: “Não matem o interior”; “Os nossos impostos podem escolher?”; “onde não há escola, não há liberdade”; etc. link . De ‘inovador’ a presença de cravos amarelos condicentes com a cor das T-shirts.  A ‘onda amarela’ assume assim um inopinado significado. O “amarelecido” ar da turba está em consonância com o declínio da causa em que apostam… .  Os cravos, bem, isso é outra coisa, será o desespero. Existe um proverbio português que é muito insinuante acerca do colorido destas manifestações: “ o que seria do amarelo, se não fosse o mau gosto? ”!

As frases

«O cinismo com que PSD e CDS falam de despedimentos de professores nas escolas com contratos de associação fica bem patente na política de encerramentos e cortes e cortes de mais de três mil milhões de euros nos últimos quatro anos na educação e que teve, entre outras consequências, o despedimento de 28.000 professores.» (Jerónimo de Sousa, líder do PCP, sobre luta dos colégios com contratos de associação) *** «Não é evidente que uma escola que presta um bom serviço, que tem bons resultados, que é a preferida pelos pais e que não custa mais para o Estado, deva ser sacrificada só porque ao lado há uma escola pública estatal que deve ser sempre mantida.» (Assunção Cristas, líder do CDS, sobre luta dos colégios com contratos de associação) Fonte: DN, hoje

A peregrinação das esmolas

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Ungidos pelos bispos, os apóstolos das escolas privadas pagas com dinheiros públicos, organizaram uma cruzada para conquistar Lisboa aos mouros. Nos púlpitos, pregadores incitaram os fiéis. Agitaram-se as mitras, ergueram-se anelões, brandiram-se os báculos, foram concedidas indulgências plenas aos peregrinos e lançada uma fatwa ao Governo. Sem novenas, missas ou orações pias, mal confessados e pior comungados, fizeram-se à estrada os peregrinos, a exigir o dízimo aos excomungados. No bornal ia a rasteira que pregaram ao PR e a mentira engendrada do Tribunal de Contas. Como ensina a sharia romana, é lícito mentir em benefício de Deus; o ensino privado não é sacramento, por lapso, e os contratos de associação não são o 11.º mandamento, por não caberem no decálogo. Os colégios, para cujo funcionamento os senhores bispos reclamam o dízimo, situam-se em zonas pobres, para filhos de operários e trabalhadores rurais. São colégios de Viana do Castelo (2) [Caminha-1 e Cerveira-1]; Braga

Argentina – Julgamento da ditadura militar

Começou na passada quarta-feira o julgamento de criminosos do Plano Condor que, de forma concertada, perseguiram e eliminaram opositores de 7 ditaduras sul-americanas, com os ditadores conluiados. Pinochet foi o paradigma da crueldade. Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Paraguai, Perú e Uruguai são países que choram mortos e desaparecidos, na orgia de sangue e violência ordenada por ditadores que, nas décadas de 70 e 80 do Século XX, assaltaram o poder. Muitos assassinos e mandantes morreram impunes, mas nunca é tarde para julgar crimes e devolver a reparação possível às famílias das vítimas. Para muitas é a resposta tardia ao destino que coube aos entes queridos. Jorge Videla (1976-1981) e Reynaldo Bignone (1982-1983), ditadores argentinos ainda terão o julgamento justo que negaram aos que fizeram desaparecer e mandaram assassinar sumariamente. À medida que os EUA forem desclassificando documentos, permitindo acesso público, será feito o inventário do período tenebroso em que os

América do Sul: Os macabros voos do condor….

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Afinal, após a desclassificação de documentos, verifica-se que a chamada ‘Operação Condor’ não foi uma invenção da Esquerda para ‘alimentar’ a subversão na América do Sul. A Argentina de posse de novas provas documentais, nomeadamente a acta subscrita pelos 6 ditadores no poder em Santiago do Chile a 28.12.1975, sob os auspícios de Pinochet, onde (con)firmam um sinistro pacto entre as ditaduras sul-americanas (Brasil, Chile, Argentina, Bolívia, Uruguai e Paraguai) acabou por condenar alguns dos carrascos do seu povo que permanecem ainda vivos, ao contrário dos opositores sistematicamente eliminados por combaterem pela Liberdade link . Trata-se de um levantar do véu sobre a ignominiosa política de assassinatos políticos que infectou as relações internacionais neste Continente nas décadas de 70 e 80. Na realidade, trata-se de uma memória histórica que deve ser esclarecidamente investigada e desvendada aos vindouros. Existe, uma outra razão: como alguns (os mais idosos) se dev

Pensando em meu pensamento

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Os que amanhã, apoiados pelos bispos, vão vociferar contra os cortes nos contratos com os colégios, junto à AR, são os que se manifestariam a favor dos cortes no Colégio Moderno, v.g., da família Soares, se porventura gozasse de tão obsceno privilégio a instituição criada pelo grande pedagogo, Dr. João Soares. Eis uma possibilidade de me encontrar em tão má companhia.

28 de maio

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Há 90 anos, a República vergou-se à sedição militar, nacionalista e antiparlamentar que lhe pôs termo. O que poderia ser mais um golpe de Estado, transformou-se na ditadura que as forças reacionárias já haviam tentado com Pimenta de Castro e Sidónio Pais. As sequelas da Primeira Guerra Mundial, nas finanças e na política, a instabilidade, o mal-estar generalizado, a convergência de monárquicos, clérigos e outros fascistas que germinavam no CADC, criaram as condições para a ditadura a que poucos se opuseram na presunção do seu carácter benigno e passageiro. Em comum, todos nutriam um ódio fanático ao parlamentarismo. De Coimbra, Cerejeira e Salazar seriam os artífices de uma aliança que não restaurou o trono, mas uniu o fascismo português e a Igreja católica, seguindo a Itália de Mussolini como, mais tarde, a Espanha do genocida Franco e vários países europeus. Em Portugal, a reflexão política foi medíocre e, longe de se afirmar numa ideologia clara, aproveitou as rivalidades entr

O estado a que a direita portuguesa chegou

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A direita portuguesa atual, esta direita incubada nas madraças juvenis, geneticamente salazarista e fertilizada pelo ressentimento à descolonização e ao 25 de Abril, tomou o poder, nos partidos que Sá Carneiro e Freitas do Amaral fundaram, e pôs em marcha a contrarrevolução cultural. Esta direita, pouco instruída, exonerou a ética da práxis política e vive de cumplicidades avulsas e da proteção de interesses instalados. O Partido Popular Europeu (PPE) é cada vez mais sectário e as suas metástases, em Bruxelas, alinham o discurso com esta direita que instala o medo e faz chantagem enquanto se afasta da herança que deixou. Não surpreende que os altos funcionários europeus se submetam aos amos, espanta-nos que os partidos portugueses possam ser os agentes entusiastas de interesses alheios, sem disfarce nem civilidade. Hoje, na AR, a deputada Assunção Cristas, uma estudiosa do método de locomoção das vacas, acusou o grupo parlamentar do PS de ser «uma excrescência do Governo», o qu

Ainda sobre as ‘vacas voadoras’…

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Assunção Cristas, a recém-empossada líder do CDS mais parece uma daquelas virginais vestais romanas que se dedicavam a manter sempre vivo o fogo ‘sagrado’. Viviam afastadas do Mundo para mais facilmente manterem as suas castas virtudes. Libertavam-se da autoridade paterna (terá sido esse o caso?) e entravam para o efémero limbo das pré-divindades.  Neste momento, com mais de 41 anos, Cristas veio a terreiro confessar que só entre 2011 e 2015 (não precisou o ano da revelação) teve a vaga noção que de as vacas não voam link . Depreende-se que no resto da vida (infância, adolescência e adultícia) andou distante do Mundo animal e não conhecia o gado vacum a não ser através dos bifes que frequentemente voam para cima dos grelhadores. António Costa deveria saber que o humor e a ironia são refúgios do pensamento imperceptíveis para alguns. Muitos(as) não conseguem descobrir qualquer sentido quando ouvem uma fala metafórica. Cristas deveria conhecer um dos pensamentos de Flo

Milagres em segunda mão

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Fica provado que não foi apenas o milagre das rosas que a Rainha Isabel de Aragão copiou da tia-avó, homónima, que já o havia feito na Hungria. Era certamente um truque de família. Também na Bíblia.

Passos Coelho: “espelho meu…”

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Ver-se ao espelho e congeminar aquela postura ‘conheces alguém mais virtuoso do que eu?’ é um exercício de narcisismo que muitos praticam pela calada, no recôndito da sua privacidade, mas trata-se de uma atitude que, quando trazida para o domínio público, cai mal. Foi exactamente esta a mais recente prestação do ex-primeiro-ministro, Passos Coelho, quando se apressou a avaliar 6 meses de Governo (e 3 de vigência do OE 2016!) invocando, interpretando e adulterando os últimos dados do INE sobre a execução orçamental. Mais uma vez tomou a nuvem por Juno e debitou toda a sua bílis sobre a actual governação. Grave e estapafúrdia foi a tirada demagógica, populista e perversamente fantasiosa de que “o País está a ser levado para o declínio social, económico e político” . link . Depois de 4 anos e meio de empobrecimento forçado e, diga-se, da subserviência que, sob a liderança desta avantesma, submeteu o País aos caprichos e experimentações de uma troika, completamente ignorante ace

A deriva nacionalista e ultraliberal da União Europeia (EU)

Milton Friedman foi provavelmente o economista mais influente da segunda metade do século XX e a influência deletéria, que o brilhante académico e excecional comunicador exerceu, subsiste. A sua teoria é hoje o catecismo capitalista que excluiu os mais fracos e acumulou 50% da riqueza mundial nas mãos de 62 pessoas. Beneficiário do New Deal, de Franklin D. Roosevelt, que permitiu a sua sobrevivência e a de jovens economistas, tornou-se o principal teólogo de uma nova religião. Líder do grupo ultraliberal, ‘bando de Chicago’, foi consultor do Partido Republicano dos EUA e moldou o capitalismo, convertido à vulgata ultraliberal, cruel e amoral, de que Ronald Reagan, Margaret Thatcher e João Paulo II foram as referências políticas. A URSS, em fase de implosão, facilitou o uso da democracia política como argumento estimulante, para acelerar a queda do comunismo, e acabou por ser mero pretexto para a imposição de uma ditadura do capital financeiro. O Chile foi o laboratório da primeira

As mudanças de Governo e a dança de cadeiras

Salvo os cargos políticos, todos os lugares da Função Pública deviam ser de carreira, sujeitos a concursos e de provimento definitivo, incluindo diretores-gerais. A Função Pública, passada a instabilidade política decorrente da Revolução, tinha todas as condições para se transformar numa estrutura técnica leal a qualquer governo que se formasse pela via democrática. Os mais esquecidos não se lembram do consulado cavaquista onde a confiança política foi de tal modo obsessiva que até médicos do CDS foram impedidas de ocupar lugares tão naturais como o de diretor de um Centro de Saúde. A colonização da função pública pelo partido do poder atingiu aí a forma mais despudorada e pertinaz e os altos quadros passaram a ser comissários políticos do partido de turno, com mais ou menos fervor, e uma fonte de emprego para fidelizar ou aliciar clientelas. Nas autarquias, cujo número e dimensão interessam a todos os partidos, é um regabofe que nenhum partido tem condições de resolver, nem o Pa

A notícia

Um espião português foi ontem preso em Roma a tentar passar segredos ultrassecretos aos serviços de informação russa. Desde a Irmã Lúcia que não há notícia de algum português ter aí passado, com êxito, algum segredo. A falta de mistério e da intermediação do Vaticano foram-lhe fatais.

Afirmações de um humanista informado

«O mundo está a assistir a uma multiplicação de situações humanitárias dramáticas, quer por causa dos conflitos quer em consequência de catástrofes naturais. Por estas razões, é essencial que haja um despertar de consciências e que os diferentes Estados possam fazer ofertas firmes de diversos tipos de ajudas, designadamente ajudas financeiras às vítimas e aos países que as apoiam na linha da frente, caso dos vizinhos da Síria e da Somália.» (António Guterres, ex-Comissário da ONU para os Refugiados) Fonte: DN, hoje

Quando o fascismo regressa à Europa...

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Os fascistas andam aí...

Os fascistas andam aí e escrevem. Aliás, são os preferidos dos órgãos de comunicação social. A prosa de um execrável fascista, em um único parágrafo, no dia em que o Prémio de Consagração de Carreira – momento alto das comemorações do Dia do Autor Português – , foi entregue ao escritor e político Manuel Alegre numa cerimónia presidida pelo PR. Para o homúnculo, Manuel Alegre é «Uma nulidade reformada». Eis um parágrafo do repulsivo texto: «Zeitgeist Um ministro é acusado de fraude em redor de uma bolsa de estudo? Caso fosse de "direita", seria um trafulha sem princípios, alvo da fúria do Facebook e de rábulas de comediantes - demissão já! Como é de esquerda, foi obviamente vítima de uma conspiração sórdida e de péssimo jornalismo. Um autarca decide escorraçar munícipes e espatifar milhões de euros na construção de um templo religioso? Caso fosse de "direita", seria um inaceitável aviltamento do regime laico, uma prepotência atroz e uma despesa crimi

UFF!: por uma nesga...

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O que se passou nas ultimas eleições presidenciais austríacas deve ser debatido e ter consequências. A vitória de Alexander Van Der Bellen no confronto com o populista e nacionalista de direita (extrema-direita?) Nobert Hofer não chega para sossegar os espíritos.  Estamos a fazer o mesmo percurso que já vimos em França, em 2002, na disputa eleitoral entre Jean-Marie Le Pen e Jacques Chirac. Na realidade, a Áustria tem pouco tempo para refazer o leque partidário, ou seja, um mandato presidencial.  A ‘grande coligação’ (sociais-democratas e democratas-cristãos) que há largos anos governa os austríacos, um modelo semelhante ao que designamos cá por ‘centrão’, chegou ao fim.  A candidatura de Hofer fez (re)nascer velhos espantalhos integradores da reconstituição do Sacro-Império.  Ficamos por aqui, para não falar do trágico Anschuluss onde as vacilações do então SDAPÖ (Partido Social-Democrata Operário) facilitaram a vida ao Reich. Desta vez a Áustria (e por '

Contratos de associação e parasitismo - 2

O comentário aqui deixado no meu texto anterior complementa-o e supera-o, pelo que o transcrevo na página principal. Por E -pá Existe uma resposta que tarda a ser proferida. A Educação é um assunto demasiado sério e tremendamente importante para o futuro do País para ser entregue à iniciativa privada e circunscrita à 'livre escolha'. Trata-se de um bem (problema) estratégico e terá sempre de ser tratada como uma 'coisa pública' e a sua regulação não pode ser remetida ao 'funcionamento dos mercados'. Este problema, para além das circunstâncias relativas a interesses sectoriais, mercantis ou de proselitismo religioso que se movimentam com alargados (e encapotados) apoios, tem uma outra origem. Parte do mito neoliberal de que tudo o que é público é mau e, pior, 'não requalificável' pelo que o procedimento adequado será privatizar. É, portanto, o debate (confronto) ideológico que se pretende escamotear. Nem será uma trincheira tão difícil

Contratos de associação e parasitismo

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O Estado é obrigado a facultar ensino público a todos os alunos e não o exonera o facto de, por motivo de urgência, ter assinado contratos de associação com colégios privados. O oportunismo e a má fé querem tornar definitivo o que, pela sua natureza, é transitório. O alarido das instituições privadas, pias e profanas, reflete os interesses e influência dos donos nos órgãos de comunicação social, misturando a qualidade do ensino próprio com o de outras, que não têm subsídios, e como se fosse a qualidade e não a legitimidade do pagamento que estivesse em causa. É obsceno ver colégios que disputam alunos ao ensino público na mesma área, a exigir a perpetuação de contratos cuja celebração, em alguns casos, devia ser investigada. O amarelo é a cor de quem pretende que o Estado lhe pague a liberdade de escolha. É a mancha, quase inexistente no sul do País, que vai crescendo a caminho de Braga, quiçá pela Estrada de Santiago, como a dos peregrinos nas romagens medievais. Há colégi

Presidencias nos EUA: o ‘pesadelo’ Trump…

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Uma pergunta oportuna e necessária é quem - para além do populismo infantil, demagógico e caricato (sexista, racista e boçal) - sustenta a candidatura de Donald Trump à Presidência dos EUA. Até aqui não parece existir uma razão política que seja oriunda do Partido Republicano que tudo fez ao longo dos mandatos de Obama para colocar na Casa Branca um homem do ‘Tea Party’ e nunca um indisciplinado ‘franco atirador’. Depois da Convenção do Partido Republicano, que se realizará em Julho (Cleveland, Ohio) esta realidade poderá alterar-se ao sabor de oportunismos e conveniências. Mas independentemente das decisões que serão tomadas na Convenção continuarão no ar dúvidas insanáveis ou, melhor, inquietações insolúveis e temerárias. Vejamos alguns pormenores que foram revelados ao longo da campanha: - Donald Trump não recusa o apoio do Klu-Klux-Klan ‘oferecido’ pelo seu líder histórico David Duke. - Por outro lado, Rocky Suhayda, líder do Partido Nazi Norte-Americano, expresso

O Papa Francisco e a laicidade

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Em entrevista ao diário católico francês , La Croix, de 17 de maio, o Papa Francisco acusou a França «de exagerar a laicidade». Na mesma entrevista, defendeu que um Estado não deve ser confessional, reconhecendo a laicidade, mas afirmando que «há um conflito radical entre as sociedades governadas pela lei de Deus e as que se organizam pela lei dos homens». Pese embora o carácter dialogante do atual pontífice, que tem a santidade por profissão e estado civil, revela uma animosidade mal disfarçada, a assimilação genética do poder temporal que confunde com uma sociedade organizada pela lei de Deus, lei que, por ser divina, é irrevogável e alheia ao sufrágio. No fundo, a lei divina é a mais totalitária das leis. Nem o próprio Deus a pode revogar nem os que lhe são sujeitos a podem contestar. Em primeiro lugar, o Papa disfarçou mal a azia que a laicidade lhe provoca, ao defini-la exagerada, como se a neutralidade pudesse ter graus, como se pudesse haver abstenções violentas e abstenç

A frase

«Como não há livros que gostaria de ler, escrevo-os eu» (José Rodrigues dos Santos, jornalista e escritor, ao Jornal I)

A União Europeia e o Partido Popular Europeu (PPE)

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Para quem sonha com um governo mundial, o maior pesadelo é pensar que ele já existe, na clandestinidade de poderes ocultos, nas decisões inapeláveis que fogem ao escrutínio dos povos e à ética, ao serviço dos poderosos contra os mais fracos. Não sei se o Conselho Europeu é a sucursal europeia desse Governo invisível, executor de uma instância cuja sede, composição e objetivos os povos europeus ignoram. Conhecemos melhor a Comissão Europeia (CE) e o Parlamento Europeu (PE), este com poderes tão limitados que deixam ao arbítrio ou, como n’Os Pássaros, de Hitchcock, ao imprevisível, os ataques às economias dos países mais pobres. Portugal, Espanha, e, sobretudo, a Grécia foram usados como cobaias do neoliberalismo e continuam provetas das experiências da CE que o Partido Popular Europeu (PPE) quer testar antes de as aplicar em Itália e França, no dealbar da desintegração e do caos. Ontem, Aznar, aríete do capitalismo selvagem, ligado ao Opus Dei, reclamava a Rajoy, seu sucessor

Aznar: previsões, maldições, suposições…

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" Hay que volver a tomar en serio la disciplina y las reformas", insistió el expresidente. "La presunta incompatibilidad entre disciplina y crecimiento económico es un debate ideológico, no económico, y avivado por las posiciones de alguna izquierda europea empeñada en hacer de quienes defienden los compromisos adquiridos algo así como criminales sociales ". link . José Maria Aznar foi um protagonista da cimeira das Lajes. Gosta de guerras e aparece agora – num evento da CaixaForum - a comprar nova contenda com os espanhóis. Na altura (das Lajes) não teve qualquer rebuço em violar compromissos internacionais. Subscreveu (apoiou) uma guerra ao arrepio da comunidade internacional (ONU) e dos compromissos de paz subjacentes. Tratava-se de política externa e aí a flexibilidade é tamanha que até deu para ver imagens de ‘armas de destruição massiva’. Nas questões fiscais e financeiras não pode – na sua douta opinião - haver derivas. É tudo para correr com d

O que revelam as ameaças de sanções?

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As ameaçadoras sanções a Portugal e Espanha sobre questões do défice orçamental não passam de mais uma chantagem da Comissão Europeia (CE) sobre os Países do Sul. Bem, custa a acreditar que a ameaça de sanções seja uma iniciativa da UE (enquanto 'União') e mais parece uma subserviência política da CE ao Partido Popular Europeu (PPE) ou mesmo um favor para aplacar os maus humores do Sr.  Schauble. A carta do Sr. Manfred Weber (líder parlamentar do PPE) à Comissão Europeia link não é concebível que tenha sido redigida e decidida sem o conhecimento dos partidos integrantes deste lobby político, entre eles o PSD (de Passos Coelho) que ocupa uma das vice-presidências do grupo parlamentar conservador. Na realidade, trata-se de condenar antecipadamente o novo Governo Português censurando-o antes que tenha resultados. Uma condenação apriorística baseada em preconceitos políticos e sustentada por (falíveis) projeções construídas à revelia de uma Europa em nítido definhamento

Manuel Alegre, um obscuro tenente-coronel e a liberdade de expressão

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O fascismo português foi derrotado em 25 de Abril, mas não se submeteu à democracia. Não sendo a verdade a sua arma de eleição, a Pide acusou Mário Soares de ter pisado a bandeira nacional, quando Marcelo Caetano foi enxovalhado na sua visita a Londres. A direita, ainda hoje, depois da condenação simbólica de uma jovem, embrutecida em casa e perdoada por Soares, continua nas redes sociais a repetir a calúnia da polícia fascista. Salazar acusou o PCP do assassinato de Humberto Delgado, numa comunicação ao país, na RTP. Mentiu, com ar beato, para encobrir o crime da polícia e seu. A calúnia é uma arma a que a política recorre e, não sendo exclusiva da direita, é esta a que mais descarada e eficazmente a usa. Há anos que um obscuro tenente-coronel, nas ‘cartas ao diretor’, dispara contra o 25 de Abril, a democracia e a descolonização. Através das redes sociais alimenta o ódio que o cega e a mentira que, reconhecida num recente acórdão da Relação, lhe custará 25 mil € por, entre ou

Cartunista atento

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Laicidade, crenças e liberdades

Quando a jihad islâmica começou a ameaçar a Europa, depois de o Islão ter sido insignificante, várias vozes advogaram o diálogo entre civilizações, confundindo estas com as religiões, como se os valores civilizacionais pudessem incluir todos os preceitos e preconceitos das diversas crenças. De algum modo, tentou fazer-se a síntese de preconceitos para criar um novo paradigma comum, esquecendo que a civilização europeia se tornou secular e laica e que, mesmo a contragosto do clero, já foi assimilada pelos cristãos. O ecumenismo, a utópica busca unitária entre cristãos, passou a designar, na apressada aceitação da semiótica cultural, uma quimera, o fraterno e definitivo diálogo entre todas as religiões, de modo a banir a concorrência entre si e, quiçá, eliminar os não crentes. Rejubilaram os clérigos no seu proselitismo, pensando na conjugação de esforços para a eliminação do ateísmo, agnosticismo, racionalismo e ceticismo, isto é, uma vitória sobre o livre-pensamento. Esqueceram

Central Nuclear de Almaraz

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A 100 km de Portugal, arrefecida por água do rio Tejo, já falhou os testes de resistência e mostrou a falha do mesmo tipo de válvulas que permitiu o acidente em Fukushima, no Japão. É a central nuclear mais antiga e obsoleta de Espanha, no Alto Tejo. A ocorrência de um acidente será trágica para a Península Ibérica e devastadora para a cidade de Portalegre. Os técnicos dizem que não dá garantias suficientes de que o sistema de refrigeração da central possa funcionar com normalidade, um eufemismo para aviso de perigo iminente, depois da repetição de avarias nas bombas de água, provando a existência de falhas do sistema de refrigeração. Quem se recorda da inquietação com que foi acolhida a decisão do Governo espanhol de construir a central nuclear junto à fronteira portuguesa, quer da parte dos espanhóis quer dos portugueses, fica hoje perplexo perante a débil referência da comunicação social aos persistentes problemas da central nuclear e à efetiva possibilidade de uma tragédia

A fé e a descrença - alguns números

(…) «Javier Elzo dá exemplos de percentagens de pessoas que se dizem religiosas em diferentes países. Itália, 74%; Rússia, 70%; Portugal, 60%; Estados Unidos, 56%; França, 40%; Espanha, 37%; Alemanha, 34%; Israel, 30%; Reino Unido, 30% e Suécia, 19%. Percentagens de pessoas que se dizem “ateus convictos”: Espanha, 20%; França, 18%; Alemanha, 17%; Suécia, 17%; Reino Unido, 13%; Portugal, 9%; Israel, 8%; Itália, 6%; Rússia, 5% (“por alguma razão, os estudiosos do fenómeno religioso na Rússia falam da era pós-ateia”). O número de cidadãos que se dizem ateus é superior na República Checa, 30%; Japão, 31%; Hong Kong, 34% e China, com 61%. Excluindo a China e o Japão, é na Europa que se concentra a maior parte de ateus. Mas, como a BBC acaba de anunciar, a China, apesar do controlo governamental, pode tornar-se já em 2030 o país com maior número de cristãos do mundo.» (…) Padre Anselmo Borges, anteontem, no DN.

Óbvio ululante

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A frase

«Antes de mais, [a ruidosa polémica] tem ocultado que entre nós a “liberdade de escolha” é maior do que em outros países europeus se a entendermos com base no peso da rede pública no total da oferta educativa (cerca de 80% enquanto na Finlândia é de quase 100%).» (Paulo Guinote, Professor e historiador da Educação) In « Interesses e ruído na educação », DN, hoje.

Aperegrinação de 13 de maio, em Fátima

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‘Sua Eminência Reverendíssima Dom Manuel Cardeal Clemente’*, aproveitou o comício do dia 13 de maio, na Cova da Iria, para defender os interesses comerciais dos colégios. É altura de acabar com os benefícios e isenções fiscais, que vão do IMI ao IVA e aos rendimentos do próprio Santuário. Não consta que os grandes eventos recreativos estejam isentos nem se compreende que espetáculos pios gozem de discriminação. * Tratamento canónico a que tem direito.

O PPE é uma central política europeia mal frequentada

Manfred Weber, líder parlamentar do PPE, enviou uma carta ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, onde aconselhou uma severa punição contra Portugal e Espanha, pelo não cumprimento das metas do défice: “Todos os instrumentos, incluindo os da vertente corretiva [do PEC], devem ser usados na sua força máxima” – escreveu. Quando se esperava que os eurodeputados do PSD e o solitário representante do CDS se indignassem, reina silêncio da R. de S. Caetano, à Lapa, até ao Largo do Caldas. Apenas surgiu na comunicação social o eco de um piedoso apelo para que Portugal não seja punido, em relação ao ano de 2015, alegadamente feito por Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque, com odor a hipocrisia e sem o mínimo sinal de contrição pela culpa. Quanto ao ano de 2016, deduz-se da divulgação do eventual pedido, que o líder do PPE, onde se incluem o PSD e o CDS, os encantaria com a atitude persecutória. É bom lembrar que Manfred Weber, o líder dos deputados do PSD e do CDS no PE

António Barreto, um político ressentido

Só António Barreto, o mais viajado político, cá dentro e lá fora, do PCP para a extrema-esquerda, desta para o PS, a quem deve a notoriedade, por mau desempenho ministerial, percorrendo a Aliança democrática com monárquicos, o eanismo com quem apareceu e, há anos, a destilar ódio ao PS, PCP e, agora ao BE, só António Barreto – dizia –, se deu conta de que António Costa convidou Sócrates para a inauguração do túnel do Marão que as vidas perdidas exigiram. O provinciano reacionário omitiu que convidou também Passos Coelho, isto é, os PMs cujos mandatos estiveram ligados à realização da obra. Na sua homilia de domingo, no DN, o excelente fotógrafo, medíocre cidadão e político falhado, tem vindo a ser porta-voz do anticomunismo mais primário e dos ataques mais obsessivos contra o PS, rancor que cultiva desde que viaja no comboio da direita, desde que o PS o dispensou e Sá Carneiro o fez deputado. Contra Guterres, Sócrates, António Costa e o próximo, cá estará o dissimulado pregador da

O BRASIL DE TEMER

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A trampa planetária, de Trump a Duterte, de Washington a Manila

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A mera hipótese da eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, por mais remota que fosse, e cuja probabilidade é cada vez maior, já seria motivo de terror, mas o aparecimento de figuras grotescas que atingem o poder, pela via democrática, não para de nos surpreender e assustar. Da Turquia à Polónia, do Brasil às Filipinas, cresce o pesadelo em todos os continentes e as pessoas, estupefactas, ficam abúlicas. Da Bulgária, Eslováquia e Roménia à França, Áustria e Alemanha, crescem na Europa a xenofobia, o populismo e o racismo e, com eles, os partidos de extrema-direita. Há partidos aterradores que medram a caminho do poder. A República das Filipinas, um país com mais de 7 mil ilhas e 100 milhões de habitantes, cujos católicos (90%), conhecidos pelo primitivismo que os leva a comemorar a Páscoa com crucificações voluntárias de crentes que atraem o turismo mórbido e a devoção pia, acaba de eleger, por larga maioria, Rodrigo “Digong” Duterte. O novo presidente é um d

A viragem...

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O presidente do Brasil em exercício, M. Temer, após a suspensão de Dilma Roussef pelo Senado, tomou posse em Brasília e, no final da cerimónia, foi abençoado, pelo pastor evangélico Silas Malafaia link , conhecido e exaltado defensor de causas homofóbicas. Um bom começo! De facto, o Brasil está a ‘ virar ’…

Os contractos de associação, ‘associados’ ao 13 de Maio…

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Nada como a Esquerda para ‘espevitar’ a Igreja Católica. Do burburinho que se levantou com os contractos de associação dos colégios privados até Fátima há sempre um crucifixo ou uma genuflexão pelo meio.  A ICAR que nunca aceita perder privilégios e tem demonstrado uma desmedida ambição de dominar o sector social trava mais uma 'cruzada' no que é (como de costume) apoiada pelos partidos políticos à Direita do espectro político. É enternecedor ver a Direita nacional vociferar contra a alteração destes contractos quando não teve qualquer rebuço em violar, nos últimos 4 anos de Governo, o contrato social vigente cortando nas pensões, reformas, ordenados subsídios , etc. Por outro lado, a Igreja, nestas guerrilhas, nem sempre mostra a cara. Prefere as efabulações místicas já que deverá ter consciência de que desejar transformar uma questão marginal (3% da rede de ensino privado link ) no questionar do sistema educativo é um grande e temerário passo. O cardeal de Li

O milagre eucarístico de Turim

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Quando os milagres eram a sério

A frase

«Pais de crianças do privado também financiam as escolas estatais» (Sua Eminência Reverendíssima Dom Manuel Cardeal Clemente)* *(Tratamento canónico a que tem direito)

Donald Trump e as eleições nos EUA

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As eleições no país mais poderoso do mundo afetam e inquietam todos os países. É natural, e é pena que, influindo na vida de todos, só os americanos possam votar. O presidente eleito tem poder para fazer a guerra ou a paz e, mais moderadamente, para combater ou estimular a poluição, o aquecimento global e o terrorismo. É, aliás, o guardião do botão que pode detonar o arsenal nuclear capaz de destruir a vida na Terra, várias vezes, bastando uma. O Partido Republicano, fundado por abolicionistas, teve em Abraham Lincoln (1861-1865) o primeiro e grande presidente, cuja administração bem-sucedida marcou o fim da escravatura, e em George W. Bush (2001-2009), deplorável invasor do Iraque, o último. A decadência ética iniciou-se com Reagan, acentuou-se com George W. Bush e atingiu o auge com o atual vencedor da primeira volta das eleições presidenciais, Donald Trump, um político histriónico, execrável e boçal. O Partido Republicano é hoje dominado pela Direita Religiosa e os Conservador

Desabafo do Diácono João Roza

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