Contratos de associação e parasitismo - 2

O comentário aqui deixado no meu texto anterior complementa-o e supera-o, pelo que o transcrevo na página principal.

Por

E -pá

Existe uma resposta que tarda a ser proferida. A Educação é um assunto demasiado sério e tremendamente importante para o futuro do País para ser entregue à iniciativa privada e circunscrita à 'livre escolha'. Trata-se de um bem (problema) estratégico e terá sempre de ser tratada como uma 'coisa pública' e a sua regulação não pode ser remetida ao 'funcionamento dos mercados'.

Este problema, para além das circunstâncias relativas a interesses sectoriais, mercantis ou de proselitismo religioso que se movimentam com alargados (e encapotados) apoios, tem uma outra origem. Parte do mito neoliberal de que tudo o que é público é mau e, pior, 'não requalificável' pelo que o procedimento adequado será privatizar. É, portanto, o debate (confronto) ideológico que se pretende escamotear. Nem será uma trincheira tão difícil de divisar nem tão sofisticada. A Escola Pública é uma questão de regime. Um emblema paradigmático do regime republicano. Neste campo não poderá haver cedências sob pena de estar em curso um regresso da Educação ao 'ancien regime' sistema que começou a ser desmontado com a reforma do Marquês de Pombal que, no séc. XVIII, denunciou os 'jesuíticos contratos' (então não de associação, mas de pura dominação) e que posteriormente a reforma de João de Barros, em 1911, viria a adaptar a escola ao regime republicano e consolidar a dimensão pública e universal.

Logo, a Escola Pública não se circunscreve a questões de famílias e meninos(as) mas é um factor de integração, renovação e progresso social, portanto, no cerne das opções políticas e ideológicas da governação.
Os manifestantes adeptos dos 'contratos de associação' já perceberam isso quando começam a gritar pela demissão do Governo.

Portanto, de uma natural e legítima contestação centrada na defesa de interesses particulares passamos para um patamar superior e, logo, as respostas institucionais terão de tomar isso em consideração.

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