América do Sul: Os macabros voos do condor….

Afinal, após a desclassificação de documentos, verifica-se que a chamada ‘Operação Condor’ não foi uma invenção da Esquerda para ‘alimentar’ a subversão na América do Sul.

A Argentina de posse de novas provas documentais, nomeadamente a acta subscrita pelos 6 ditadores no poder em Santiago do Chile a 28.12.1975, sob os auspícios de Pinochet, onde (con)firmam um sinistro pacto entre as ditaduras sul-americanas (Brasil, Chile, Argentina, Bolívia, Uruguai e Paraguai) acabou por condenar alguns dos carrascos do seu povo que permanecem ainda vivos, ao contrário dos opositores sistematicamente eliminados por combaterem pela Liberdade link.

Trata-se de um levantar do véu sobre a ignominiosa política de assassinatos políticos que infectou as relações internacionais neste Continente nas décadas de 70 e 80. Na realidade, trata-se de uma memória histórica que deve ser esclarecidamente investigada e desvendada aos vindouros.
Existe, uma outra razão: como alguns (os mais idosos) se devem lembrar os expurgos letais de opositores à ditadura de Pinochet no Chile foram condição sine qua non para os ‘meninos de Chicago’, discípulos de M. Friedman, procederem, no terreno, a uma ‘experiência’ prática das doutrinas económicas neoliberais.

Hoje, o massacre autoritarista conduzido pela manu militar é dispensável. Os carrascos foram substituídos pelos indecifráveis mercados que dificilmente poderão ser indiciados como autores de crimes contra a Humanidade.

Comentários

Tinha programado um post sobre o mesmo assunto. Só se perdem os que não publicamos.
e-pá! disse…
A 'operação Condor' é um típico (e escabroso) produto político-militar dos 'anos de chumbo' (década de 70 e 80) que fustigou a América Latina e vai ainda provocar o batimento de muita tecla (por esse Mundo fora).

Falta revelar em toda a sua extensão quais os frutos oriundos da "School of Américas" instituto do Departamento de Defesa dos EUA que foi conhecido, nos meios democratas, como a 'Escola de Assassinos'.
Um insuspeito americano o senador democrata Martin Meehan (Massachusetts) afirmou: "Se a Escola das Américas decidisse celebrar uma reunião de ex-alunos, reuniria alguns dos mais infames e notórios malfeitores do hemisfério".
De facto, o rol dos 'ex-alunos' é elucidativo: Noriega (Panamá); Banzer (Bolívia); Alvarado e Rodriguez (Peru); Videla e Galtieri (Argentina); etc.
Foi um alfobre para o treino de mais de 60.000 militares sul-americanos que foram aí preparados para todo o tipo de 'guerra suja'.

Esta 'câmara de horrores' foi transformada, após o fim da Guerra Fria, no 'Western Hemisphery Institut for Security Cooperation' (Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança) e continua em atividade no Forte Benning (Georgia), dedicando-se afanosamente ao ensino das técnicas de tortura, extorsão e execução.
Liberty, made in USA?

O 'affaire Condor' que tem vivido num límbico esquecimento volta a entrar na agenda política do Continente americano já que ninguém sabe o que uma hipotética vitória de Donald Trump trará de novo.
Ninguém sabe, mas muitos necessitam de ser informados ...

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