A direita e a subversão da verdade
A direita portuguesa, que já dispensou o rosto humano, excluiu as referências morais e expulsou os melhores, esta direita tóxica, moldada no magistério cívico e intelectual de Cavaco e Passos Coelho, não hesita em apelar à chantagem, às agências de rating, ao PPE e à mentira, para ocultar a herança que deixou, derrubando um Executivo legítimo.
Durão Barroso, esse sólido talento da ética e do patriotismo, acusa o Governo de não ter convidado a União Europeia para a inauguração do túnel do Marão e insinua que Jorge Sampaio foi solidário com a cimeira das Lajes (isto é, cúmplice da invasão do Iraque). António Costa convidou dois comissários europeus que se fizeram representar por um representante permanente daquela Comissão em Portugal. Quanto a Jorge Sampaio, convém lembrar que invocou a qualidade de Comandante Supremo das Forças Armadas para não permitir a participação na criminosa aventura que só o PSD e o CDS apoiaram. Tiveram de recorrer à GNR para obterem a medalha de participantes.
Passos Coelho, esquece agora as inaugurações que fez e as que faz, convencido ainda de que continua PM, tal como outrora esquecia os pagamentos à Segurança Social, quando afirma que nunca fez inaugurações.
Quando vejo defender esta direita, na configuração a que chegou, por gente que tinha por respeitável, dou-me conta das dificuldades que enfrenta a extrema-direita autóctone, mas não precisa de se constituir em partido para ambicionar o regresso ao poder.
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