Burkíni – uma lamentável coincidência
Um mês depois do massacre de Nice, perpetrado por um demente fascista islâmico, foi uma infeliz coincidência que as mulheres islâmicas, sedentas de sol e água, procurassem as praias locais para estrear fatos de banho adequados às normas do Corão.
E houve quem, malevolamente, visse na pudica manifestação lúdica de fé uma provocação e não uma coincidência.
Há quem veja política em tudo e confunda a piedade com a provocação, quando as vítimas já levam 1 mês de defunção. Podiam lá lembrar-se as muçulmanas de uma tragédia tão antiga!
E houve quem, malevolamente, visse na pudica manifestação lúdica de fé uma provocação e não uma coincidência.
Há quem veja política em tudo e confunda a piedade com a provocação, quando as vítimas já levam 1 mês de defunção. Podiam lá lembrar-se as muçulmanas de uma tragédia tão antiga!
Comentários
Ainda não percebi que parte da ideia "liberdade religiosa" certas pessoas não entendem.
O problema é que as religiões tentaram, sempre, regulamentá-lo. Alguns diktats religiosos, 'pseudo-moralistas', caíram, ou pelo ridículo, ou pelo incumprimento generalizado, que levou a simples e pura revogação.
Isto sucedeu em todas as religiões - nomeadamente as do 'livro' - mas elas tendo um tronco comum, regem-se por códices diferentes.
Não parece preocupante a permanência destes preconceitos ou reminiscências no que diz respeito aos fiéis islâmicos que têm um códice simultaneamente abrangente e restritivo, regulando a prática religiosa, a vida social e até a conduta militar. Aos poucos e paulatinamente estas 'normas' cairão, exatamente pela mesma ordem de razões que levaram à sua derrogação tácita por todo o lado.
Agora, quando se contestam e questionam os diktats religiosos (e bem) devemos ter a mesma conduta quanto aos ditames da moda. As convenções sociais e as suas vanguardas estilistas ou, no polo oposto, os baluartes moralistas, não conseguem escapar a um continuo processo de renovação e mudança.
Na época contemporânea os dogmas e os mitos são resquícios de crenças (mesmo sob o ponto de vista filosófico) e vão tendo cada vez menos espaço. Os que pretendem resistir à erosão social e cultural das suas crenças serão diariamente confrontados por novas vivencias e inexoravelmente ultrapassados por novas realidades e outros factos.
Trata-se de uma caminhada natural e sucessiva (progresso, para muitos) que tem de ser percebida (tolerada para alguns) e não deve causar alarme social (porque basicamente é um atributo natural e humano).
Não posso exigir que partilhe a minha convicção de que se trata de uma conspiração política do Islão político. A partir daqui a nossa troca de argumentos torna-se repetitiva.
Portanto a sua resposta foi do tipo; ataca-se o mensageiro, pois a mensagem não agrada (ou quando não temos contraditório à altura).
É caso para dizer: Também tu, Brutus?
Habitualmente até estamos de acordo. Abraço. E obrigado pelos seus comentários,