Espanha – Eleições legislativas

O resultado eleitoral, como claramente se previa, não permitiu uma maioria absoluta, o que, no futuro, dificilmente voltará a acontecer sem um cataclismo partidário. O PSOE terá de procurar uma coligação num país onde, até em democracia, só houve governos monopartidários.

A direita saiu vencida e o mimetismo e a condescendência com o partido fascista Vox, cujo programa extremista normalizou, foram-lhe adversos. A aritmética parlamentar não lhe permite aspirar a ser governo.

O PSOE ganhou as eleições com maioria absoluta no Senado, um número de deputados igual à soma do PP e CS e a liderança clara da esquerda. O partido fascista VOX foi o outro vencedor, com votação de dois dígitos e, embora aquém do que se temia, com 24 deputados. A direita, se a esquerda formar um governo coerente e eficaz, terá pela frente uma guerra fratricida a corroê-la.

O grande derrotado foi o PP, onde Aznar, o cúmplice da invasão do Iraque, provou ser o ativo tóxico que se revelou letal para o partido cuja moderação de Rajoy o distanciou. A propaganda de bispos a favor dos partidos da direita, a participação massiva de freiras nas assembleias de voto e a máquina franquista foram impotentes para ganhar eleições.

O medo, a imigração, o desemprego e os centros de decisão nas mãos de velhos e novos franquistas foram insuficientes para construir a maioria de direita com os extremistas. O franquismo, o Opus Dei e o clero reacionário foram arrastados na derrota eleitoral.

Estas eleições foram o vale dos caídos que drenou o lixo tóxico do aznarismo, esse resquício franquista.

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