PT – a “golden chair”…

A PT poderá vir a ser objecto de todos os bloqueios que o mundo financeiro conseguir imaginar.
Não vale a pena alimentar ilusões!

Mas a utilização da golden chair, por parte do Estado, na assembleia de accionistas da PT de hoje, é a mais dura machadada na epopeia neoliberal nacional [ver reacção da Direita] e, quiçá, europeia [ver reacção da Comissão Europeia].

Quem “obrigou” o Estado a intervir no sector bancário [criando fundos de sustentabilidade] na sequência da falência da Lehman Brothers Holdings, tem pouca autoridade [pouca carga ética] para, neste momento, aparecer a criticar a atitude governamental …

Desde há muito tempo que não tínhamos oportunidade de ver a política [o interesse público] impor-se às manobras bolsistas, no fundo, comandadas pelo mundo financeiro.

De facto, para a maioria dos portugueses, aqueles que não estão envolvidos neste gigantescos negócios, parece claro e transparente que a área das telecomunicações é um inegável sector estratégico, a defender da voracidade dos mercados.

Isto não é – como afirma a CE / UE - um obstáculo à livre circulação dos capitais. É, antes, a propalada regulação dos mercados [sempre citada e prometida] que tarda a concretizar-se. E quando mais tardar mais perigos corremos de termos de voltar a enfrentar [e pagar] “novas bolhas”, geradas pela permanente e perseverante ganância dos investidores e pela crescente onda especulativa que trucida as finanças públicas portuguesas [e da Europa do Sul].

É cada vez mais notório que a saída desta dramática "crise" só será possível pela via do crescimento económico e de uma mais equitativa distribuição da riqueza [também à revelia dos mercados...!].

Comentários

Morcego disse…
Concordo com quase todo o post, excepto na questão de fundo do modo de fazer as coisas. Se se considera este sector (e outros) de interesse estratégico, porque se privatizou a PT? E a EDP? E a GALP? E se fala agora nos CTT. E tantas outras. Desde os governos de Cavaco Silva, todos os governos, sem excepção, seguiram uma política de privatizações. Nos últimos 15 anos tivemos, com uma breve interrupção, governos PS que continuaram essa política. A quem interessa esta promiscuidade entre publico e privado? Para quê privatizar? Para gastar mais a seguir? Que sectores são estratégicos e porquê?
Não podemos dizer, quando interessa, que essas empresas são privadas e cotadas em bolsa, para em seguida o Estado intervir, em nome do interesse nacional. Que partido político tem claramente definidos os sectores estratégicos nacionais? O que fez para os defender? Como, quando e onde se tem debatido tal tema? NADA. É o grau zero da política partidária rosa e laranja.

Chegados aqui, compreenderia a utilização da golden share no caso da empresa correr o risco de cair em mãos estrangeiras ou de ser desmembrada. Neste caso, tenho mais dificuldades em compreender.

Qual a visão estratégica para o país?
Graza disse…
Bem sei que o capital não tem Pátria, mas este trás o rótulo na testa e está a chegar com os maus ventos...

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