A burqa, o niqab e a laicidade
É surpreendente que cidade a cidade, país a país, a tolerante Europa comece a proibir os símbolos identitários que atingem sobretudo as comunidades muçulmanas. Várias vezes discuti o assunto, quando ainda não tinha o actual grau de premência, com o meu velho amigo e condiscípulo no liceu, Vital Moreira.
Os seus argumentos contra a proibição tinham o brilho da inteligência e da convicção e nunca me persuadiu, apesar de ambos defendermos a laicidade como uma exigência da democracia.
É difícil convencer alguém de que os crentes podem ser tolerantes mas as crenças não o são e de que há uma evidente afinidade entre crenças e acção. Os islamitas podem ser pacíficos, e geralmente são, mas não o são o livro que os intoxica nem os pregadores que os fanatizam.
Os cristãos já não queimam judeus mas quando eu frequentei a catequese gostava que eles morressem. Muitas décadas depois de pensar que deus foi uma perigosa invenção dos homens e um instrumento do poder ao serviço das classes dominantes, aprendi que os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Actos dos Apóstolos têm cerca de 450 versículos abertamente anti-semitas.
O sionismo não seria o que é se não fosse a crença no Armagedão e a demência da fé que devora aqueles crentes com trancinhas que se julgam o povo eleito com uma escritura no notariado celeste que lhes outorga a Palestina.
Quanto ao Corão e aos horrores que Alá reserva aos infiéis basta uma leitura na diagonal para nos apercebermos do fascismo islâmico contido nos versículos que são debitados nas pregações das mesquitas e recitados nas madraças. Não vale a pena esconder que mais de cento e cinquenta versículos do Corão são dedicados à jihad.
As Cruzadas, a Inquisição, a Evangelização, o imperialismo sionista e o terrorismo islâmico não seriam possíveis sem o livro horroroso que Saramago chamou, e bem, manual dos maus costumes.
O facto de hoje os cristãos se comportarem de forma humanista deve-se mais à repressão política sobre as Igrejas, desde o Iluminismo, do que à bondade dos textos sagrados. O Papa actual, tal como o anterior, sente a nostalgia do Concílio de Trento.
Em nome da liberdade defendo a interdição da burka e do niqab, sinais de submissão da mulher e instrumentos de provocação contra a sociedade laica. Por cada mulher que quer usar livremente tais adereços há milhares que são obrigadas.
Provem-me que a Tora, a Bíblia e o Corão só defendem o bem, apesar dos intérpretes encartados que querem convencer-nos, quando lhes convém, que tais livros não afirmam o que lá vem.
Qualquer religião, filosofia ou ideologia política que não respeite a igualdade entre homens e mulheres, não merece a menor consideração. E nenhuma religião respeita.
Os seus argumentos contra a proibição tinham o brilho da inteligência e da convicção e nunca me persuadiu, apesar de ambos defendermos a laicidade como uma exigência da democracia.
É difícil convencer alguém de que os crentes podem ser tolerantes mas as crenças não o são e de que há uma evidente afinidade entre crenças e acção. Os islamitas podem ser pacíficos, e geralmente são, mas não o são o livro que os intoxica nem os pregadores que os fanatizam.
Os cristãos já não queimam judeus mas quando eu frequentei a catequese gostava que eles morressem. Muitas décadas depois de pensar que deus foi uma perigosa invenção dos homens e um instrumento do poder ao serviço das classes dominantes, aprendi que os quatro Evangelhos (Marcos, Lucas, Mateus e João) e os Actos dos Apóstolos têm cerca de 450 versículos abertamente anti-semitas.
O sionismo não seria o que é se não fosse a crença no Armagedão e a demência da fé que devora aqueles crentes com trancinhas que se julgam o povo eleito com uma escritura no notariado celeste que lhes outorga a Palestina.
Quanto ao Corão e aos horrores que Alá reserva aos infiéis basta uma leitura na diagonal para nos apercebermos do fascismo islâmico contido nos versículos que são debitados nas pregações das mesquitas e recitados nas madraças. Não vale a pena esconder que mais de cento e cinquenta versículos do Corão são dedicados à jihad.
As Cruzadas, a Inquisição, a Evangelização, o imperialismo sionista e o terrorismo islâmico não seriam possíveis sem o livro horroroso que Saramago chamou, e bem, manual dos maus costumes.
O facto de hoje os cristãos se comportarem de forma humanista deve-se mais à repressão política sobre as Igrejas, desde o Iluminismo, do que à bondade dos textos sagrados. O Papa actual, tal como o anterior, sente a nostalgia do Concílio de Trento.
Em nome da liberdade defendo a interdição da burka e do niqab, sinais de submissão da mulher e instrumentos de provocação contra a sociedade laica. Por cada mulher que quer usar livremente tais adereços há milhares que são obrigadas.
Provem-me que a Tora, a Bíblia e o Corão só defendem o bem, apesar dos intérpretes encartados que querem convencer-nos, quando lhes convém, que tais livros não afirmam o que lá vem.
Qualquer religião, filosofia ou ideologia política que não respeite a igualdade entre homens e mulheres, não merece a menor consideração. E nenhuma religião respeita.
Ponte Europa / Sorumbático
Comentários
muito bem!
Em que estudo é que se baseia para dizer que há milhares de mulheres que são obrigadas a usar burqa ou niqab. Parece-me que é um palpite esclarecido e que há razões que nos podem levar a presumir isso.
Porém, não é preciso pensar em laicidade para defender a proibição desses adereços. Nós prezamos a segurança e, como tal, não podemos permitir que se tenha a cara completamente tapada em público. Mais parecerá que estamos rodeados de assaltantes que não querem ser reconhecidos.
Já o que se faz em privado... temos apenas de ter a certeza de que os cidadãos estão certos de estar protegidos na lei e nas polícias e que a eles recorrerão em caso de qualquer ilegalidade, sem que as suas queixas caiam em saco roto (coisa que não sinto que se passe em Portugal).
A tolerância tem limites. Uma sociedade democrática e tolerante tem legitimidade para recusar certas práticas, mas devemos pensar bem quais e qual a justificação. Na minha opinião devemos recusar as práticas que objectivamente violam os direitos humanos. É inegável que isso sucede no caso da excisão, por exemplo, mas não é inegável que suceda no caso da burqa (há mulheres muçulmanas adultas e inteligentes que dizem querer usá-la). Recusar a excisão não nos faz cair no etnocentrismo, proibir a burqa faz.
Por outro lado, a componente cívica e social dos Estados laicos impele-os para essa proibição pela defesa de princípios de socialibização e dos direitos fundamentais da pessoa humana.
Pelo meio, surgem razões securitárias, alguma vezes pertinentes, mas perigosas quando assentam em restrições (de liberdades e comportamentais)
E, deste modo, voltamos à questão inicial.
Um situação difícil já que o problema não são os epifenómenos como a burqa ou o niqab, mas globalmente a "doutrina muçulmana" que, como sabemos, não se cinge às questões religiosas, atingindo toda a vida de relação pessoal e comunitária.
Finalmente, não será um bom caminho dividir o Mundo em "quintas".
Alguma mulher da dita civilização judaico-cristã está preparada para ao visitar um país islâmico ser compelida a vestir uma burqa?
Solução: Francamente, não sei. Talvez, antes de continuar por esta via, deixar assentar a poeira.
Não me incomoda nada as muçulmanas usarem os seus adereços em casa, ou na rua, presumo que o façam por gosto, delas ou de alguem a quem elas queiram agradar, desde que não ponham em causa a segurança publica. Tal como não me incomoda nada andar pessoas de crucifixo ao peito, padres e freiras fardados etc... nem sequer ponho as coisas bem em termos de laicidade (ainda que haja naturalmente um efeito colateral), porque o Estado não deve interferir nas religiões, nem tão pouco permitir que estas se imiscuam em coisas do estado.
Agora andarem pessoas de cara tapada na rua, parece-me ser passível de atentar contra a segurança publica (seja a justificação religiosa ou não).
Já muitas vezes para identificar as pessoas em situações do quotidiano, como pequenos acidentes automobilisticos nas grandes cidades é terrivel, a matricula era a X, sim, mas quem era o condutor? visivelmente um menor? visivelmente um homem ou uma mulher? visivelmente embriagado? ( daí uma das causas da vulgar proibição dos "vidros fumados/opacos nos carros).
Por isso como antes, em conclusão, não deve ser permitido andarem pessoas de cara tapada na rua, seja a motivação religiosa ou outra. Claro está, que não há regra sem excepção, é comum e socialmente aceite na terça feira de Carnaval, ou as entidades policiais/militares, para ocultar a identidade dos seus agentes quando em situações que assim o exija.
2 – O ALCORÃO Também pode ser chamado «O Corão», um vez que o termo árabe "AL"equivale ao artigo "O". Corão, que significa "Recitação", é o Livro Sagrado do Islamismo, totalmente ditado pelo profeta Maomé (Mohammad) e redigido na linguagem Árabe por seus seguidores no século VII d.C, em várias cidades da Arábia.
A Wikipédia e a Desciclopédia, bem como numerosos escritores usam «O Corão» embora a forma mais correcta devesse ser «Alcorão», como registam numerosos dicionários;
3 – Não há qualquer surata ou versículo do Corão, nem qualquer hadith que obrigue ao uso da burqa apesar do carácter misógino de «o livro», mas foi imposta em nome da decência feminina pelos talibãs no Afeganistão e continua obrigatória pelo menos em várias regiões do Paquistão;
4 – Reitero a minha convicção de que, para além da inaceitável discriminação da mulher, é um instrumento da provocação islâmica contra a laicidade dos Estados europeus;
5 – Em nome do multiculturalismo não se pode ter para quem quer impor o Corão à força uma atitude diferente da que as democracias usam para impedir doutrinas totalitárias. Vale para o Corão e, igualmente, para a Tora e a Bíblia.
6 – É bom que cada um de nós pense sobre o que terá levado os mais tolerantes países europeus a restringir o uso da burqa e do niqab.
Fico feliz por despertar uma discussão que se agudizará com o tempo e com as rápidas alterações demográficas que se verificam na Europa.