Notas soltas: Maio/2005
1.o de Maio – O entusiasmo e a força das comemorações empalidecem com a ameaça neoliberal, o furor do individualismo e a chaga do desemprego a alastrar.
Timor – A detenção e agressão a dois portugueses na residência do bispo de Díli e o julgamento popular por manifestantes católicos são o início de uma teocracia e um vigoroso ataque aos mais elementares princípios do Estado de direito.
PSD – Marques Mendes, ao vetar as candidaturas de Isaltino Morais e Valentim Loureiro às câmaras de Oeiras e Gondomar, respectivamente, comprometeu a liderança mas deu uma lição de ética a outros partidos. Tem ainda um acto de higiene cívica à sua frente – afastar Alberto João Jardim.
Inglaterra – A reincidente vitória de Tony Blair mostra que os ingleses têm um ressentimento maior aos conservadores do que à invasão do Iraque, mas não há desculpa para um bom governante ter embarcado numa aventura idiota e criminosa.
USA – A condecoração atribuída a Paulo Portas, na sequência da compra de duas fragatas americanas, mostra que não basta a subserviência política. Há encomendas que dão comendas e não há medalhas grátis.
Iraque – O terror desencadeado após a posse do novo Governo é um desmentido brutal da normalização democrática e um revés para os alegados objectivos que serviram de pretexto à ocupação.
Madeira – A bizarra concepção de democracia e a subserviência ao líder vitalício levou os deputados do PSD/M a retirarem a imunidade parlamentar a um colega do PS, para ser julgado por ofensas verbais a Jardim a quem chamou «tiranete».
Lisboa – José Sá Fernandes é uma excelente opção do Bloco de Esquerda para as autárquicas. O apoio de António Barreto e outras personalidades de direita prova que não acreditam no candidato da sua área e procuram combater a esquerda através do BE.
Orçamento – Perante o estado calamitoso a que o défice público chegou, sem que a alienação do património e o congelamento de salários servisse de alívio, devemos perguntar-nos para que serviram os últimos três anos.
PSD/CDS – A leviandade ou má fé com que ministros pactuaram em negócios suspeitos, indignos de quem jurou servir o País, não lesaram apenas o interesse público, arruinaram a confiança nas instituições que lhes cabia acautelar.
Terrorismo ideológico – O padre Domingos Oliveira, do Porto, disse na missa do 7.º dia de uma criança assassinada à pancada pelo pai e avó: «matar uma criança no seio materno ainda é mais violento do que matar uma menina de 5 anos».
Desemprego – A chaga continua a aumentar. A percentagem de portugueses sem trabalho atinge números aterradores. As débeis redes de segurança ameaçam romper-se e o aumento da criminalidade espreita.
Clonagem – Cientistas coreanos produziram células estaminais embrionárias, com capacidade de darem origem a todos os tecidos humanos, devolvendo a esperança a numerosos doentes. Clonar para curar, SIM, sem hesitações. Para outros fins, NÃO.
Alemanha – A derrota do SPD na Renânia do Norte, o Estado mais populoso da Alemanha, levou o chanceler Schröder, líder do partido, a pedir a antecipação de eleições legislativas para as quais os conservadores da CDU partem com vantagem.
Nações Unidas – A escolha de António Guterres para Alto Comissário para os Refugiados é uma enorme vitória pessoal e a consagração internacional da elevada competência e destacadas qualidades intelectuais, éticas e humanas que o exornam.
Governo – Quando a generalidade dos economistas garante que as medidas de contenção são escassas para fazer face ao orçamento de ficção legado por Bagão Félix, é obrigação cívica vigiar os alvos sobre quem recai o pagamento da crise.
Luís Nobre Guedes – A trapalhada do abate de sobreiros, mesmo sem efeitos penais, merece uma forte sanção política. Valha-nos o humor português que encontrou semelhanças entre o ex-ministro e o Papa: ambos adoram o Espírito Santo.
França – A vitória do NÃO foi talvez o princípio do fim de uma comunidade multicultural que precisava da aprovação do tratado para legitimar a integração de novos países e o aprofundamento da solidariedade social.
União Europeia – O próximo NÃO holandês é mais uma ferida no corpo dorido de um gigante que agoniza. Não tarda, estão à solta os demónios nacionalistas e disputas internas que comprometem a paz e o progresso para gáudio dos EUA e de potências emergentes.
Monumento ao 25 de Abril em Almeida – Durante mais dois meses teremos de esperar decisões que a Câmara e o IPPAR procuram. Quem esperou sete anos!...
Timor – A detenção e agressão a dois portugueses na residência do bispo de Díli e o julgamento popular por manifestantes católicos são o início de uma teocracia e um vigoroso ataque aos mais elementares princípios do Estado de direito.
PSD – Marques Mendes, ao vetar as candidaturas de Isaltino Morais e Valentim Loureiro às câmaras de Oeiras e Gondomar, respectivamente, comprometeu a liderança mas deu uma lição de ética a outros partidos. Tem ainda um acto de higiene cívica à sua frente – afastar Alberto João Jardim.
Inglaterra – A reincidente vitória de Tony Blair mostra que os ingleses têm um ressentimento maior aos conservadores do que à invasão do Iraque, mas não há desculpa para um bom governante ter embarcado numa aventura idiota e criminosa.
USA – A condecoração atribuída a Paulo Portas, na sequência da compra de duas fragatas americanas, mostra que não basta a subserviência política. Há encomendas que dão comendas e não há medalhas grátis.
Iraque – O terror desencadeado após a posse do novo Governo é um desmentido brutal da normalização democrática e um revés para os alegados objectivos que serviram de pretexto à ocupação.
Madeira – A bizarra concepção de democracia e a subserviência ao líder vitalício levou os deputados do PSD/M a retirarem a imunidade parlamentar a um colega do PS, para ser julgado por ofensas verbais a Jardim a quem chamou «tiranete».
Lisboa – José Sá Fernandes é uma excelente opção do Bloco de Esquerda para as autárquicas. O apoio de António Barreto e outras personalidades de direita prova que não acreditam no candidato da sua área e procuram combater a esquerda através do BE.
Orçamento – Perante o estado calamitoso a que o défice público chegou, sem que a alienação do património e o congelamento de salários servisse de alívio, devemos perguntar-nos para que serviram os últimos três anos.
PSD/CDS – A leviandade ou má fé com que ministros pactuaram em negócios suspeitos, indignos de quem jurou servir o País, não lesaram apenas o interesse público, arruinaram a confiança nas instituições que lhes cabia acautelar.
Terrorismo ideológico – O padre Domingos Oliveira, do Porto, disse na missa do 7.º dia de uma criança assassinada à pancada pelo pai e avó: «matar uma criança no seio materno ainda é mais violento do que matar uma menina de 5 anos».
Desemprego – A chaga continua a aumentar. A percentagem de portugueses sem trabalho atinge números aterradores. As débeis redes de segurança ameaçam romper-se e o aumento da criminalidade espreita.
Clonagem – Cientistas coreanos produziram células estaminais embrionárias, com capacidade de darem origem a todos os tecidos humanos, devolvendo a esperança a numerosos doentes. Clonar para curar, SIM, sem hesitações. Para outros fins, NÃO.
Alemanha – A derrota do SPD na Renânia do Norte, o Estado mais populoso da Alemanha, levou o chanceler Schröder, líder do partido, a pedir a antecipação de eleições legislativas para as quais os conservadores da CDU partem com vantagem.
Nações Unidas – A escolha de António Guterres para Alto Comissário para os Refugiados é uma enorme vitória pessoal e a consagração internacional da elevada competência e destacadas qualidades intelectuais, éticas e humanas que o exornam.
Governo – Quando a generalidade dos economistas garante que as medidas de contenção são escassas para fazer face ao orçamento de ficção legado por Bagão Félix, é obrigação cívica vigiar os alvos sobre quem recai o pagamento da crise.
Luís Nobre Guedes – A trapalhada do abate de sobreiros, mesmo sem efeitos penais, merece uma forte sanção política. Valha-nos o humor português que encontrou semelhanças entre o ex-ministro e o Papa: ambos adoram o Espírito Santo.
França – A vitória do NÃO foi talvez o princípio do fim de uma comunidade multicultural que precisava da aprovação do tratado para legitimar a integração de novos países e o aprofundamento da solidariedade social.
União Europeia – O próximo NÃO holandês é mais uma ferida no corpo dorido de um gigante que agoniza. Não tarda, estão à solta os demónios nacionalistas e disputas internas que comprometem a paz e o progresso para gáudio dos EUA e de potências emergentes.
Monumento ao 25 de Abril em Almeida – Durante mais dois meses teremos de esperar decisões que a Câmara e o IPPAR procuram. Quem esperou sete anos!...
Comentários
O gajo arranjou um tacho do género da ex ministra Celeste Cardona, ou não foi?
Não me parece que os EUA precisem de qualquer falhanço da UE para soltarem os demónios nacionalistas e disputas internas(à Europa ou outros continentes)e comprometerem a paz e o progresso - nisso, conforme se sabe, têm longa experiência.
Quanto ao aprofundamento da solidariedade social na UE, e por via deste tratado (a que se quer cahmar constituição) ... fico um pouco espantado! Ou entendi mal o que foi dito?
Entendeste bem, como não podia deixar de ser. Mas eu sou mesmo adepto do «SIM». E não deixo de ser por ficar em minoria. Estou habituado.