Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Mas qual incongruência, Odete. Mas a senhora acha que o governo quer combater a corrupção? A mim não me parece nada.
Manuel de Brito/Porto
No entanto o post é demonstrativo duma ideia generalizada em Portugal e que é falsa. Tão sómente a ideia de que na Madeira há corrupção.
Pois não há nem mais nem menos do que em outros sítios do País. E mais: em matéria de execução orçamental a Madeira tem loas. Não é o governo que anda a dizer que a Madeira tem um indice de desenvolvimento superior à média nacional?
Pois se isso de conseguiu com corrupção, bendita seja.
De concreto (isto do concreto está na moda!) sabemos - porque João Cravinho interpelou no Parlamento o Min. das Finanças - que 5 milhões euros, inscritos no Orçamento de Estado em vigor e destinados ao combate à corrupção, não foram utilizados, nem requeridos às Finanças pelo ministro da Justiça.
Sendo assim, o que se passa é que o governo dá uma no cravo outra na ferradura.
Mas se nos ativermos à Europa ocupamos a 14ª. posição - à frente da Eslovénia, Itália e Grécia - o que é mediocre, havendo a perspectiva de caírmos, a breve trecho, mais algumas posições.
Tudo isso agravado pela noção de que a corrupção em Portugal parasita, essencialmente, o Estado. Todo o aparelho de Estado, não só mas também, a Madeira, como é óbvio.
Agora, vir a terreiro defender a teoria terceiromundista, de "roubo, mas faço!" é insuportável. O combate à corrupção em qualquer País desenvolvido é (tem de ser) uma prioridade política.
Foi isso que o deputado socialista João Cravinho exigiu - e bem - por não ver o problema contemplado no orçamento de 2007.