Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Mas qual incongruência, Odete. Mas a senhora acha que o governo quer combater a corrupção? A mim não me parece nada.
Manuel de Brito/Porto
No entanto o post é demonstrativo duma ideia generalizada em Portugal e que é falsa. Tão sómente a ideia de que na Madeira há corrupção.
Pois não há nem mais nem menos do que em outros sítios do País. E mais: em matéria de execução orçamental a Madeira tem loas. Não é o governo que anda a dizer que a Madeira tem um indice de desenvolvimento superior à média nacional?
Pois se isso de conseguiu com corrupção, bendita seja.
De concreto (isto do concreto está na moda!) sabemos - porque João Cravinho interpelou no Parlamento o Min. das Finanças - que 5 milhões euros, inscritos no Orçamento de Estado em vigor e destinados ao combate à corrupção, não foram utilizados, nem requeridos às Finanças pelo ministro da Justiça.
Sendo assim, o que se passa é que o governo dá uma no cravo outra na ferradura.
Mas se nos ativermos à Europa ocupamos a 14ª. posição - à frente da Eslovénia, Itália e Grécia - o que é mediocre, havendo a perspectiva de caírmos, a breve trecho, mais algumas posições.
Tudo isso agravado pela noção de que a corrupção em Portugal parasita, essencialmente, o Estado. Todo o aparelho de Estado, não só mas também, a Madeira, como é óbvio.
Agora, vir a terreiro defender a teoria terceiromundista, de "roubo, mas faço!" é insuportável. O combate à corrupção em qualquer País desenvolvido é (tem de ser) uma prioridade política.
Foi isso que o deputado socialista João Cravinho exigiu - e bem - por não ver o problema contemplado no orçamento de 2007.