Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Não sou muito sensível à afirmação de MRS quando diz que a entrevista de Cavaco está cheia de banalidades, pois estou mais virado para a outra afirmação do mesmo Marcelo, quando refere a falta de oportunidade da entrevista.
Aqui estou de acordo, pois foi uma entrevista a destempo e gratuita porque nela havia muito a perder e pouco a ganhar. E acho que Cavaco perdeu.
Mas como a questão que está em cima da mesa são as banlidades comentadas por Marcelo, entendo que o MRS até pode ter razão no que diz, mas penso que não tem direito a esse comentário porque ele não tem competência para ocupar aquela cadeira. Está testado. Ele já tentou e não conseguiu nem chegar à cadeira de nosso Primeiro MINISTRO. Cito isto para dizer que ele, MARCELO, tem a experiência de vida de ciddão como eu, mais a experiência política que eu não tenho. Portanto está melhor preparado e melhor colocado para emitir opiniões. E também para dizer disparates, que é uma atitude que goza de plena liberdade em Portugal.
Eu acho que se pode dizer não com mais elegância; e Marcelo roçou a ordinarice. Ele que teve um berço de oiro.
Pode perguntar-se, com que objectivo? Nenhum em especial, simplesmente evidenciar-se. É verdade, o meu colega e amigo MRS excedeu-se.
Manuel Brito/Porto
Na verdade, à medida que passam os dias, são cada vez mais nítidos os "alvos" da mensagem do PR.
Cavaco falou, não exclusivamente, mas essencialmente, para a Direita.
Mais especificamente falou para o PSD.
Os constantes apelos - na sequência da lei de finanças regionais - para uma intervenção do PR por parte de AJJardim, posteriormente corroborados por MMendes, davam a sensação ao País que, estes, estavam a cobrar qualquer coisa ao "seu" presidente.
Em minha opinião, e na interpretação que faço da personalidade de Cavaco, entraram da pior maneira. Jamais o PR, com menos de 1 ano de mandato, estaria "disponível" para fazer um "favor" à Direita. O horizonte de Cavaco são dois mandatos. Em política, não se "queimam" cartuchos tão cedo.
Cavaco continuando, no meu entendimento, a ser uma homem de Direita, nunca estaria (ou estará?) "disponível" para proteger o PSD (seu partido de origem). Não era admissível perder a "virgindade" da isenção presidencial nesta altura do campeonato.
Os malabarismos de MMendes na Madeira devem tê-lo incomodado muito.
Aproveitou a oportunidade para mandar uma mensagem para o interior do PSD.
A mensagem é simples e directa: com MMendes como lider o PSD não vai longe.
Depois de este abalo telúrico vindo de Belém vão suceder-se, no interior do PSD, os tsunami, as réplicas e as tréplicas. Tanto mais que para reforçar o seu posicionamento político, neste momento, não se inibiu de, publicamente, apoiar o "reformismo" de Sócrates.
Marcelo, como progenitor de um parecer sobre a lei das finanças regionais, empurrou MMendes para este "abismo" político, é - apesar de membro do Conselho de Estado - subliminarmente visado na entrevista do PR. Como visado não pode gostar dela.
Por isso chama-lhe uma "banalidade".
A mim parece-me que a grande banalidade (terá outro nome) é um membro do Conselho de Estado dar (ou vender) pareceres sobre leis.
É, no meu entendimento, uma banal promiscuidade. Adiante.
MRS vai a todas!