Mário Sottomayor Cardia
Desapareceu mais um fundador do PS e uma vítima das torturas da PIDE.
A sua juventude esteve ligada à luta pela democracia, alvo da violência fascista, da prisão e das torturas que o puseram à beira da cegueira.
Antigo colaborador da Seara Nova, foi sócio da Cooperativa Devir, militante da base do Lumiar e integrou a lista dirigente saída do primeiro plenário clandestino da CDE que reuniu cerca de 800 militantes em Odivelas.
Quando a polícia localizou a base do Lumiar e a cercou antes da habitual reunião das sextas-feiras foi em sua casa, perto do Campo Grande, que essa reunião se realizou.
A fragilidade física escondia um homem corajoso e um intelectual de sólida cultura com alguma tendência para atitudes individuais e um certo isolamento.
Participou nas Jornadas Democráticas de Aveiro ao arrepio da decisão da base do Lumiar que, por divergências ideológicas, decidiu não participar. Cardia não aceitou a decisão e participou a nível individual.
Depois do 25 de Abril, foi deputado, ministro e professor universitário.
Mais um antifascista que parte, enquanto a memória da ditadura se vai perdendo.
Comentários
Manuel de Brito/Porto
Manuel de Brito/Porto
Ah, as saudades fascistas. Se houvesse memoria, lembrar-se-iam da miséria e pobreza que levou milhões de portugueses a procurar outro País.
Eu conheci bem esse tempo, em que ajudava os meus pais no trabalho dos campos, e nem politicamente, nem socialmente desejo a volta dos salazaristas.
Mas a burguesia portuguesa, que nunca viu a miséria em Portugal, (porque não quis) nesse tempo, colaboradores cinzentos do regime, viviam confortavelmente, enquanto os camponeses e os operários não tinham qualquer direito, senão o de morrer há fome.
És um dos NOSSOS.
E Carlos... a memória do anti-fascismo e do espirito de Abril não de perderá.
Há sempre alguém que resiste há sempre alguém que diz presente.
Até sem pre Cardia.
25 de Abril SEMPRE fascismo nunca mais.
Nem que seja preciso ir para a rua GRITAR!!!