Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c
Comentários
Penso que é mau quando se vislumbram estes pequenos indicadores... é que algo vai mal na corte do rei Artur.
A coesão está a desmoronar-se. Será mesmo?
Manuel Brito/Porto
É prematuro condenar, desde já, as Forças Armadas pelo ambiente de crispação que, neste momento, se vive no seu seio.
A tensão e a indignação já saltou da caserna para a rua. Significa isto que, os canais de comunicação - e de eventuais entendimentos - no seu interior, estão bloqueados. As Forças Armadas não são mais uma corporação desta País a acrescentar a tantas outras. São uma instituição fundamental do aparelho de Estado, com um poder institucional (poder militar) e uma missão específica, isto é, aprontar e manter um conjunto diversificado de forças operacionais necessárias à execução das tarefas da defesa integrada do território nacional e, ainda, satisfazer, apoiar e dar corpo aos compromissos internacionais assumidos relativos à política externa do Estado.
Para isso, necessita de coesão e disciplina e, o que é importantíssimo, coordenação com os poderes instituidos - Governo e PR. Isto é, uma cadeia hierarquica funcionante e operativa, segundo um modelo democrático. Este modelo é, devemos afirmá-lo desde já, a subordinação do poder militar ao poder político.
Tudo isto ruiu, nos últimos dias e, a prosseguir nesta senda, estaremos a caminho da sua inoperacionalidade, portanto, da incapacidade para desempenhar as suas missões. É, portanto, necessário lidar com extrema prudência com os problemas que afectam as FA's. É, por isso, necessário estudar bem os problemas, discuti-los e resolvê-los em sede própria. O governo não deve ser arrogante, nem as FA's impacientes. Quando mais tempo demorar a encarar e a perceber a gravidade da situação, mais espaço de manobra cria ("oferece" )ao PR.
Introduz um imprevisível "atrito" na política de co-habitação Gov/PR que tem sido o sustentáculo da presente estabilidade política em que vivemos.
Relativamente ao Alm. Mendes Cabeçadas, antes de mais, é preciso entender qual é o seu papel no âmbito das funções que (ainda) desempenha.
Na realidade, penso que o Chefe de Estado Maior das Forças Armadas (CEMFA) é, acima de tudo, um elo de ligação - funcional e instituicional - entre as FA's e o MDN. A sua carta ao MDN é a legítima veiculação do "ambiente interno" da FA's , com observância e o "peso" intrinseco das cadeias hierárquicas de comando.
Uma vez escolhido pelo Governo e nomeado pelo PR, tem a obrigação de veicular os problemas das FA's ao Governo. Não deve funcionar como uma simples "correia de trnasmissão" do Governo para o interior das FA's. Procedeu bem o Alm. Mendes Cabeçadas.
A divulgação do teor da sua "carta", tendo em consideração as suas declarações, não lhe deve ser imputada. Mas quem o fez inquinou, de modo importante, este problema.
Interessa, agora, e com celeridade, concertar posições, desmontar a intriga e enfrentar os problemas.
Isto diz respeito quer ao Governo quer às FA's e, se não houver discernimento a um outro poder - o PR.
Os prólogos com que os portugueses foram "brindados" é desprestigiante, para as ambas partes. Ambas as partes, é preciso entender isso.
p.e.! quem é que gosta de descontar durante 20 anos para um fundo de pensões, e verificar a certa altura que ele está vazio porque foi usado para fins diversos do previsto pelos espertos da política?
De modo semelhante ao que as chefias (CEMGFA e CEM dos ramos) atribuiram ás manifestações de militares na via pública?
O CEMGFA e o MDN, que por acaso têm os gabinetes no mesmo edifício, trabalham assim tão longe, que não possam encontrar-se directa e pessoalmente no gabinete de um deles? Ou cultivam a lusitana propensão para andarem aos papeis, caso da carta?
O CEMGFA, que aturou os desmandos que aturou a um anterior MDN (o nosso pequeno Rumsfeld) sem a emissão de cartas, ganhou coragem agora que está a dias de abandonar o serviço?
Para não alongar muito: as manifestações das associações militares de há um ano, atentavam contra «a disciplina e a coesão das FA», ou foram fruto de uma reduzida e lamentável «disciplina e coesão»?
Ou o resultado do atrazo de uma reforma da Defesa/FA que tarda há década e meia?
E da demagogia cultivada pelas elites políticas, que tudo foram capazes de prometer e consentir na lei/AR, para depois ignorarem a sua aplicação?
BM