Criticado por ter proposto uma competição que pretendia eleger a freira mais bonita, via internet, um padre italiano voltou atrás e suspendeu tudo. Donde vem este ódio ao corpo feminino, a fúria misógina, o ranger de dentes, perante a forma de um corpo, as curvas do desejo e a beleza da mulher? Paulo de Tarso, um místico desequilibrado, rotulou o cabelo e a voz das mulheres como coisas obscenas e Agostinho de Hipona entrava em desvario por não poder resistir-lhes. E ambos foram santos na infância dos milagres, quando a produção em série estava por inventar e a Igreja católica era avara na produção de taumaturgos. Mas que obsessão é essa dos que lhes querem cobrir o corpo, seja com o hábito, alvo, de freira ou com a negrura da burca, lhes escondem as formas, porque temem a beleza, e as reduzem a um corpo sem feitio porque lhe adivinham a inteligência da alma? Não, não é dessa alma que falo, da criação ontológica que alimenta um deus sedento no Olimpo de todos os medos, da metafísica d...