Jogos Olímpicos e outros jogos
Todos nos lembramos da batalha psicológica que, durante a guerra-fria, era feita através da contabilidade das medalhas numa competição sub-reptícia para avaliar a bondade dos regimes através do número de vezes que os seus atletas subiam ao pódio.
A União Soviética não deixou de desmoronar-se e os EUA não se tornaram o paradigma da felicidade, apesar dos êxitos das duas grandes potências olímpicas.
Hoje é a China, a afirmar-se como grande potência emergente, que aproveita o evento para se impor à escala global, graças à sumptuosidade, beleza e entusiasmo dos jogos que a globalização mediática leva a todo o mundo.
Enquanto os atletas estão sujeitos a uma pressão indigna do ideal olímpico, travam-se nos bastidores as grandes batalhas, da diplomacia à política, da publicidade das marcas à luta pelos mercados.
A China investiu forte neste espectáculo e não olha a meios para que o êxito fascinante da sua organização prove que o modelo ditatorial do seu regime é capaz de vencer o confronto com o capitalismo liberal.
O que hoje se espera dos Jogos Olímpicos, para além da queda sucessiva dos recordes desportivos, é, como aconteceu de forma exuberante na Alemanha de Hitler, que o vigor dos atletas e a beleza das modalidades ajudem a consagrar a legitimidade do regime por mais cruel e pusilânime que se mantenha.
A China empenhou-se em mostrar ao mundo a sua grandeza, mas já não consegue evitar que lhe vejam as misérias. Estas olimpíadas podem ser o início duma ampla abertura e o fim do obscuro regime que foi de Mao a pior, que oscilou entre a Revolução cultural e o capitalismo selvagem, que se debate entre as contradições internas e a necessidade de novos mercados.
Depois dos Jogos Olímpicos a luta interna pela conquista do aparelho de Estado vai agudizar-se. Resta saber se o rumo é a abertura democrática ou se um novo bando, de número indeterminado, tentará um regresso ao passado.
Não é fácil o caminho entre um anacrónico regime estalinista e o intolerável capitalismo selvagem que têm convivido de mãos dadas.
A União Soviética não deixou de desmoronar-se e os EUA não se tornaram o paradigma da felicidade, apesar dos êxitos das duas grandes potências olímpicas.
Hoje é a China, a afirmar-se como grande potência emergente, que aproveita o evento para se impor à escala global, graças à sumptuosidade, beleza e entusiasmo dos jogos que a globalização mediática leva a todo o mundo.
Enquanto os atletas estão sujeitos a uma pressão indigna do ideal olímpico, travam-se nos bastidores as grandes batalhas, da diplomacia à política, da publicidade das marcas à luta pelos mercados.
A China investiu forte neste espectáculo e não olha a meios para que o êxito fascinante da sua organização prove que o modelo ditatorial do seu regime é capaz de vencer o confronto com o capitalismo liberal.
O que hoje se espera dos Jogos Olímpicos, para além da queda sucessiva dos recordes desportivos, é, como aconteceu de forma exuberante na Alemanha de Hitler, que o vigor dos atletas e a beleza das modalidades ajudem a consagrar a legitimidade do regime por mais cruel e pusilânime que se mantenha.
A China empenhou-se em mostrar ao mundo a sua grandeza, mas já não consegue evitar que lhe vejam as misérias. Estas olimpíadas podem ser o início duma ampla abertura e o fim do obscuro regime que foi de Mao a pior, que oscilou entre a Revolução cultural e o capitalismo selvagem, que se debate entre as contradições internas e a necessidade de novos mercados.
Depois dos Jogos Olímpicos a luta interna pela conquista do aparelho de Estado vai agudizar-se. Resta saber se o rumo é a abertura democrática ou se um novo bando, de número indeterminado, tentará um regresso ao passado.
Não é fácil o caminho entre um anacrónico regime estalinista e o intolerável capitalismo selvagem que têm convivido de mãos dadas.
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