A balcanização do Cáucaso
O oportuno ruído dos Jogos Olímpicos pode fazer esquecer os mortos e o som dos gritos de dor dos feridos e estropiados da disputa entre a Rússia e a Geórgia pelo domínio da Ossétia do Sul.
O último drama europeu começou no desmembramento da Jugoslávia com o irreflectido apoio da Alemanha e do Vaticano à Croácia e à Eslovénia e que acabou, por ora, com o reconhecimento avulso do Kosovo, à margem do direito internacional e dos acordos firmados, com a diplomacia da União Europeia tão dividida quanto os territórios que foram a ex-Jugoslávia.
Por boas razões que assistam ao Kosovo para ter declarado a independência, como já aqui, no Ponte Europa, demonstrou Rui Cascão, a verdade é que desde o País Basco à Ossétia do Sul não faltam agora razões para outras regiões seguirem a decisão unilateral do Kosovo, minguando aos países que o reconheceram a legitimidade para condenarem a Rússia, país cujo nacionalismo ressurgiu em força e que tem razões de queixa do cerco que a NATO parece fazer-lhe.
A Ossétia do Sul é a região que conteve pelas armas, em 1991 e 1992, os nacionalistas da Geórgia, tendo declarado a independência, que nenhum país reconheceu, e se virou para a Rússia de que muitos dos seus habitantes têm passaporte e afinidades. Os 82.000 habitantes e os 390 km2 de superfície são insignificantes territorial e demograficamente mas só 25% da população é georgiana, pretendendo a restante unir-se à Ossétia do Norte e integrar a Federação russa.
A Geórgia escolheu a abertura dos Jogos Olímpicos para a invasão e, se bem sucedida, tinha em agenda a Abcásia. A morte de 15 militares russos precipitou a reacção brutal, própria da democracia musculada do Sr. Putin.
Nada garante que os sangrentos acontecimentos que põem em choque dois desvairados nacionalismos se limitem ao actual teatro de guerra. O Cáucaso pode balcanizar-se e as numerosas vítimas deste trágico ensaio podem ser o prenúncio de um conflito que altere a geopolítica mundial. As armas nucleares e imensos arsenais bélicos estão lá, com os ingredientes que cegam os povos e destroem países.
O conflito caucasiano pode antecipar o que Israel e o Irão se esforçam por desencadear. O mundo não está só à beira do precipício. Está à espera de dar um passo em frente.
O último drama europeu começou no desmembramento da Jugoslávia com o irreflectido apoio da Alemanha e do Vaticano à Croácia e à Eslovénia e que acabou, por ora, com o reconhecimento avulso do Kosovo, à margem do direito internacional e dos acordos firmados, com a diplomacia da União Europeia tão dividida quanto os territórios que foram a ex-Jugoslávia.
Por boas razões que assistam ao Kosovo para ter declarado a independência, como já aqui, no Ponte Europa, demonstrou Rui Cascão, a verdade é que desde o País Basco à Ossétia do Sul não faltam agora razões para outras regiões seguirem a decisão unilateral do Kosovo, minguando aos países que o reconheceram a legitimidade para condenarem a Rússia, país cujo nacionalismo ressurgiu em força e que tem razões de queixa do cerco que a NATO parece fazer-lhe.
A Ossétia do Sul é a região que conteve pelas armas, em 1991 e 1992, os nacionalistas da Geórgia, tendo declarado a independência, que nenhum país reconheceu, e se virou para a Rússia de que muitos dos seus habitantes têm passaporte e afinidades. Os 82.000 habitantes e os 390 km2 de superfície são insignificantes territorial e demograficamente mas só 25% da população é georgiana, pretendendo a restante unir-se à Ossétia do Norte e integrar a Federação russa.
A Geórgia escolheu a abertura dos Jogos Olímpicos para a invasão e, se bem sucedida, tinha em agenda a Abcásia. A morte de 15 militares russos precipitou a reacção brutal, própria da democracia musculada do Sr. Putin.
Nada garante que os sangrentos acontecimentos que põem em choque dois desvairados nacionalismos se limitem ao actual teatro de guerra. O Cáucaso pode balcanizar-se e as numerosas vítimas deste trágico ensaio podem ser o prenúncio de um conflito que altere a geopolítica mundial. As armas nucleares e imensos arsenais bélicos estão lá, com os ingredientes que cegam os povos e destroem países.
O conflito caucasiano pode antecipar o que Israel e o Irão se esforçam por desencadear. O mundo não está só à beira do precipício. Está à espera de dar um passo em frente.
Comentários
que acha?
É uma interpretação possível.
Abraço.