Momento de poesia
O sábio da minha aldeia…
O sábio da minha aldeia
tirou fama e proveito
em tudo onde punha a mão
a ele vinham gentes de todo o lado
gente desenganada pelos médicos
pedir-lhe a milagrosa cura
o sábio de tudo sabia
era um mestre na arte da adivinhação
curava todas as maleitas e mazelas
fazia sinapismos e sangrias
endireitava ossos
tratava a espinhela caída
arrancava dentes
tirava as dores da espinha
o sábio de tudo sabia
só não sabia ler e escrever
até homens aflitos
o procuravam em desespero
por lhes faltar o tesão
e ele apalpava-lhes os testículos
(como fazia aos cavalos que ferrava,
e que também curava)
e dizia descorçoado: está malhado
já não tem cura
nunca mais pode foder.
Alexandre de Castro
O sábio da minha aldeia
tirou fama e proveito
em tudo onde punha a mão
a ele vinham gentes de todo o lado
gente desenganada pelos médicos
pedir-lhe a milagrosa cura
o sábio de tudo sabia
era um mestre na arte da adivinhação
curava todas as maleitas e mazelas
fazia sinapismos e sangrias
endireitava ossos
tratava a espinhela caída
arrancava dentes
tirava as dores da espinha
o sábio de tudo sabia
só não sabia ler e escrever
até homens aflitos
o procuravam em desespero
por lhes faltar o tesão
e ele apalpava-lhes os testículos
(como fazia aos cavalos que ferrava,
e que também curava)
e dizia descorçoado: está malhado
já não tem cura
nunca mais pode foder.
Alexandre de Castro
Comentários
Olhe que isso é feudo da direita mais conservadora !!!
Estou mesmo a ver: Como você gostaria... como gostaria... mas não chega lá !!!