Geórgia e Venezuela

O xadrez internacional complica-se com a imprudência e a mediocridade dos dirigentes dos países mais poderosos.

O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, devia ser julgado pela invasão da Ossétia do Sul, pelos mortos provocados e pelas alterações que provocou na região do Cáucaso cujas ondas de choque estão longe de terminar. Em vez do julgamento que merecia, teve a solidariedade imediata do desacreditado presidente Bush e dos pouco recomendáveis líderes da Polónia, Estónia, Letónia e Lituânia.

Ainda não começou a retirada das forças russas da Geórgia, investida cujo pretexto uma grande potência nunca desperdiçaria, sobretudo depois do desfecho do problema Sérvia/ Kosovo, já a senhora Angela Merkel foi a Tbilissi apoiar o demente agressor da Ossétia do Sul e garantir-lhe o ingresso na NATO. Nem guardou um período de nojo antes de afrontar a Rússia.

Depois de Merkel apoiar o ingresso da Geórgia na Nato com que critério se condenará a Hugo Chavez entusiasmado com a presença da armada russa nas águas da Venezuela?

A Rússia não deve agitar a América do Sul nem a Nato destabilizar a região do Cáucaso.

Comparado com Bush e a Senhora Merkel, Sarkozy mostrou-se um notável estadista.

Comentários

Anónimo disse…
está desgraçadamente coerente esta analise

que aliás felizmente tem tido suporte na generalidade dos analistas da nossa praça.

Bush na sequencia de alguns antecessores, provocaram demasiado a Russia,

em particular com a instalação dum sistema antimisseis teoricamente virado para o Irão...

o próprio alargamento da nato,

que não tem qualquer sentido

quando se diz querer ter boas relações com a grande Russia.

Algum dia, e com a "independencia" do kosovo, seria agora,

haveria de haver uma resposta destas.

É um mau precedente, mas há quem tenha muitas culpas nestes factos de guerra agora prolongados,

depois da invasão do iraque, afganistão,

e na vontade de Bush, da proxima do Irão...

abraço
Pois é ... concordo a 100%. Agora sem querer entrar na teoria da conspiração algumas perguntas de algibeira:
1) O que há na Ossétia do Sul que seja assim tão interessante ?
2) O que fez Condoleza na Georgia um dia antes da tentativa de recuperação da Ossétia ?
Fernando Vasconcelos:

Onde posso confirmar que a senhora C. Rice esteve na Geórgia na véspera da invasão da Ossétia do Sul?
Caro Carlos Esperança

Confesso que fiz essa citação de memória e não encontro essa referência (já procurei). Mas tenho a sensação que alguém da administração americana esteve na Geórgia na véspera da invasão. Vou tentar descobrir porque razão tenho essa impressão. Caso esteja em erro desde ja as minhas desculpas. Mantém-se a primeira interrogação, no entanto.
Fernando Vasconcelos:

A minha pergunta teve a ver exclusivamente com as minhas suspeitas de que a invasão da Ossétia do Sul foi feita com conhecimento americano.

Claro que, se for verdade, a sua impressão, justifica uma leitura mais ampla e as minhas suspeitas tornam-se certeza.
andrepereira disse…
A facilidade com que a direita recupera as ganas da guerra fria atingem até a sensata Sr.a Merkel.
Realmente é um disparate um país que se quer equilibrado e moderador como a Alemanha andar a fazer a diplomacia de serviço às forças anti-russas. É que não me convenço que a afronta constante à Rússia seja positiva para a Europa ou para os nossos aliados americanos.
Claro que não pode a Europa ficar completamente nas mãos do gás da Rússia e é necessário manter essa autonomia estratégica, mas está visto que não com o patético menino dos americanos colocado a (des)governar a Geórgia que se consegue isso.
... eu também li que a Sr.a Rice esteve na Geórgia na véspera da invasão em qualquer jornal...

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