Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
De facto, num momento em que terá de haver uma mudança quanto ao desastre provocado pelos "neo-lib" e os "neo-cons", o arremesso de Santos Silva foi brilhante:
“sujeitos e sujeitas que se situam de facto à direita do PS” e que “gostam de se dizer de esquerda plebeia ou chique” são “das forças mais conservadoras e reaccionárias"
Caro Dr. Augusto Santos Silva:
V.Exª, senhor Ministro, estava numa reunião partidária.
Podia dar largas à sua imaginação, ao seu brilhante improviso e até a torpes insinuações. Valia tudo...para impressionar os militantes.
Faltou, sublinhar a "Esquerda Desenvolvimentista e Pragmática", nova fancaria ideológica de Sócrates, cuja sigla EDP, pode vir a iluminar o próximo Congresso e conquistar os portugueses.
Mas Augusto Santos Silva é um mouro de trabalho e não deixa as coisas a meio caminho.
Tinha de "bater" em alguém!
Podia ter escolhido o carácter revisionista das doutrinas da falecida 3ª. VIA - na realidade um liberal-socialismo, sustentado por personalidades ideologicamente pouco diferenciadas ou, melhor, pouco coesas doutrinariamente, mas que tinham uma importante particularidade, comum:
Exerciam, em determinado momento da História, o poder.
Partiam do exercício do Poder para a construção da Ideologia. Os próprios protagonistas.
Temos assim: Tony Blair, Gerhard Schroeder, Wim Kok, Massimo D’Alema e para fechar o packet Bill Clinton (!).
Mas, Augusto Santos Silva, vai mais longe.
A atoarda: "gostam de se dizer de esquerda plebeia ou chique" são "das forças mais conservadoras e reaccionárias", das duas, uma:
ou, é fundamentada nos escritos de Alvaro Cunhal sobre o movimento operário, do tipo " O radicalismo pequeno-burguês de fachada socialista" ;
ou, num ápice recuou à época de 74/76, e num flash alucinatório, conseguiu, plagiar a longínqua retótica dos MRPP´s...
Depois, transformou-se num "pigmeu", num golpe de magistral ilusionismo que enterneceu a assistência.
Dr. A. Santos Silva: Não nos bastava o circo Lello & Vitalino...?