Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c
Comentários
provérbio popular
No discurso de abertura do último Congresso do PS, Sócrates, atacou, sem nunca explicitar ou nomear, um director de um jornal e um canal televisivo.
Refugiou-se na ambiguidade, deu azo a falsos suspenses e à disseminação de todo o tipo de especulações.
Sócrates, tem todo o direito de se indignar contra uma imprensa que, precipitadamente, o tenta indiciar como culpado.
Refiro-me ao caso Freeport.
Já teve outros casos com a Imprensa, envolvendo outros meios de comunicação social, como a licenciatura na ex-Universidade Independente, os projectos na Câmara da Guarda, etc.
Estas situações são incómodos pessoais que, levam à suposição de que o pretendem atingir enquanto actual governante e dirigente do PS.
Mas, em primeiro lugar, são questões que dizem respeito ao percurso da vida privada ou profissional e precedem o exercíco das actuais funções.
Se, algum dia, vierem a afectar o exercício do poder, terão necessáriamente de passar pelo crivo da prova.
Caso contrário, penso que a Imprensa deve ser chamada a responder em sede própria, o que, nos casos anteriores, não se verificou.
Hoje, os meios mediáticos tem outros e novos âmbitos e, também, pretendem atingir novos e mais ousados objectivos.
Bob Woodward e Carl Bernstein, jornalistas do Washington Post, ao denunciar o escândalo Watergate, levou à renuncia do presidente de uma dos Estados mais poderosos so Mundo.
Nasceu, aqui, e continua a crescer uma "imprensa de investigação", com grandes meios técnicos ao seu alcance e um tremenda capacidade de intrusão na esfera pública e privada.
Há uma imprensa pré-Watergate e outra que, ainda, actua nos dias de hoje, tendo o Washington Post como paradigma.
Sócrates, tem todo o direito de se defender. Penso, contudo, que para estes casos, existe sede própria para o efeito. Õs casos em referência não dizem directamente respeito ao exercício de Secretário-Geral do PS, nem à chefia do XVII Governo Constitucional.
Por outro lado, temos uma Imprensa que não é, nem nunca será, inocente.
Tem o seu estatuto editorial, têm as suas cartas de estilo.
Para além disso, dissimuladamente ou às claras, mas quse sempre de modo encoberto, colocam-se à Direita, ao Centro ou à Esquerda do espectro político.
Acontece assim em todo o Mundo.
Todos gostaríamos que existisse em Portugal, e no Mundo, uma imprensa livre, isenta e responsável.
Já que não será tão isenta como muitos (e não só Sócrates) desejávamos, que seja ao menos livre.
Livre, até, para "criar" factos políticos...até, para cultivar a "asneira" e a "maldicência".
É preferível essa Imprensa absolutamente imperfeita e mesmo conotada com interesses vários, mas livre de publicar o que aprouver do que outra sensível a qualquer tipo de intimidações ou que seja, repressivamente, pelos poderes públicos, amordaçada.
Porque, uma das outras vertentes (há muitas), - a necessidade da Imprensa ser responsável - é um assunto da alçada do poder judicial.
Declaração de interesses:
Não nutro qualquer tipo solidariedade ou de respeito pela idoneidade profissional por Manuela Moura Guedes ou por José Manuel Fernandes. Não os considero "bons" jornalistas. Ponto final.
A minha opção prioritária é por uma Imprensa Livre.
O resto vem por acréscimo...na lenta aprendizagem da vivência democrática.