Uma andorinha não faz a Primavera

D. Januário Torgal Ferreira, bispo das Forças Armadas considerou hoje que proibir o preservativo é consentir em muitas mortes e criticou a imprensa por não aproveitar bem o poder do Papa para denunciar a corrupção em África. Aproveitou ainda para criticar os conselheiros de Bento XVI que, nesta matéria, deviam ser mais cultos.

Comentário: Criticar os conselheiros do Papa é minimizar as suas responsabilidades.

Comentários

e-pá! disse…
Por este andar, Bento 16, acaba - sob a douta opinião dos seus conselheiros - por ser proibido de ausentar-se do Vaticano...tantas são as asneiras!

A denúncia da corrupção em África é uma daquelas verdades estafadas que nada acrescenta de novo ao conhecimento do Mundo.
Esta tentativa de emendar a mão, só tem algum significado porque foi proferida na presença de José Eduardo dos Santos que, como Presidente de Angola, vence uns milhares de dólares mensais e, hoje, ele, e o seu empório familiar, são dos mais poderosos potentados financeiros do Mundo.

Portugal, dentro da sua passeata pragmática, recebeu-o, recentemente, festivamente.
Se algo sobre corrupção foi falado, ficou circunscrito ao silêncio dos gabinetes.

O que se tornou público e notório foi a constituição de um novo Banco (luso-angolano) de parceria: Sonangol/CGD.
Não será um banco comercial para ajudar a resolver os problemas dos angolanos necessitados, com menor capacidade de económica para desenvolverem um ganha pão.
Será, segundo foi anunciado, um banco de investimento para cobrir e apoiar financeiramente os grupos empresariais (portugueses e angolanos).

Esperemos que este novo banco, invista alguns dólares em Centros de Diagnóstico e Tratamento da SIDA.
Muitos angolanos morrem vítimas da SIDA, sem terem, algum dia, visto um medicamento anti-retroviral.
Quanto mais tomá-los...!

O bispo e capelão das Forças Armadas, se algum dia esteve em África, saberá que as ofensas graves, muitas vezes são redimidas, com aquilo que os africanos chamam o "lavar a cara". E o lavar a cara pode ser efectuado de muitas maneiras...
As "outras" denúncias de Bento 16, que o bispo Januário valoriza, e bem, não conseguiram essa "limpeza" facial" a povos que ao longo dos séculos foram, primeiro escravizados, depois colonizados e agora excluídos do desenvolvimento.
Falta ao Vaticano através da sua hierarquia teocrática, ao mais alto nível, retractar-se perante os africanos, em primeiro lugar e, depois, perante o Mundo que se ten empenhado, em África e noutros Continentes, no combate a essa terrível e fatal doença, pelo dislate proferido na chegada à República dos Camarões.

Assobiar para o lado, não chega!
E a Primavera já chegou...
Anónimo disse…
este bispo sofrerá punições, imagino...

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