O Sr. Duarte Pio e o opúsculo (4)
Os súbditos conhecem-no por Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança. Parece uma lista de nomes para os padrinhos escolherem o mais bonito e, afinal, é um rol com que o titular enfeita as penas da descendência miguelista. Por lei é apenas Duarte Pio de Bragança, tendo deixado cair o João e três arcanjos com que se ornavam os príncipes da Casa de Bragança.
O Sr. Duarte Pio é descendente de família pouco recomendável, de que a própria monarquia se libertou, por higiene política, quando D. Miguel I foi derrotado, exilado e banido do País, assim como os seus descendentes, entre os quais o especialista em milagres e autor do opúsculo sobre o santo Nuno Álvares cuja antiguidade começa a contar a partir de 26 de Abril p.f..
Quando o Sr. Duarte Pio nasceu, ainda sob a lei do banimento, foi logo baptizado tendo como padrinho, da cerimónia católica, o Papa Pio XII (naturalmente por procuração) pois o Papa de Hitler, como ficou conhecido, era mais dedicado aos nazis e às Concordatas do que à família do Sr. Duarte Nuno, seu pai, banida de Portugal.
Duarte Nuno Fernando Maria Miguel Gabriel Rafael Francisco Xavier Raimundo António de Bragança era o nome do pai, um imigrante que veio para Portugal em 1953, depois de três anos antes, por ordem do ditador Salazar e interferência dos monárquicos que colaboravam com o fascismo, a Assembleia Nacional ter revogado a lei do banimento. No regresso foi-lhe cedida uma residência disponibilizada pela Fundação da Casa de Bragança com a autorização do déspota de serviço, monárquico por convicção e ditador por decisão própria.
Com nomes deste tamanho não é difícil escrever um opúsculo, referência que custou ao Ponte Europa ter-se transformado em Paço Real, à míngua de instalações para o regime que expirou, para a família que se extinguiu e para o candidato a rei que existe pela fé de umas dezenas de bem intencionados candidatos a súbditos.
Com nomes destes, bastava referir duas gerações de primos e tios para, em vez do opúsculo, ter o Sr. Duarte matéria para um tratado, ainda que lhe faltasse o método e o objecto para o transformar em ciência.
Segundo o Diário de Notícias, de Sábado, o Sr. Duarte, mulher e filhos são, conforme o sexo, cavaleiros ou damas da «Soberana Ordem Militar de S. João de Jerusalém, de Rodes e Malta».
Se os portugueses ensandecessem ainda voltariam a ter, pela graça de Deus e desgraça nossa, um Rei de Portugal e dos Algarves d'Aquém e d'Além Mar em África, Senhor da Guiné e do Comércio, da Conquista e da Navegação da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, Senhor Fidelíssimo, etc..
Felizmente, estes títulos e a varíola foram erradicados e da sereníssima Casa de Bragança resta uma fundação. No passado foi uma instituição de geometria variável que começou a encolher com D. João II, que escusava de ter degolado o seu 3.º duque, e que tem sofrido, ao longo da História, as vicissitudes políticas de quem detém o poder.
Nota: Termino hoje a série de posts sobre o Sr. Duarte Pio, só voltando ao pesquisador de milagres quando, e se, o autor voltar aos opúsculos e às mensagens.
O Sr. Duarte Pio é descendente de família pouco recomendável, de que a própria monarquia se libertou, por higiene política, quando D. Miguel I foi derrotado, exilado e banido do País, assim como os seus descendentes, entre os quais o especialista em milagres e autor do opúsculo sobre o santo Nuno Álvares cuja antiguidade começa a contar a partir de 26 de Abril p.f..
Quando o Sr. Duarte Pio nasceu, ainda sob a lei do banimento, foi logo baptizado tendo como padrinho, da cerimónia católica, o Papa Pio XII (naturalmente por procuração) pois o Papa de Hitler, como ficou conhecido, era mais dedicado aos nazis e às Concordatas do que à família do Sr. Duarte Nuno, seu pai, banida de Portugal.
Duarte Nuno Fernando Maria Miguel Gabriel Rafael Francisco Xavier Raimundo António de Bragança era o nome do pai, um imigrante que veio para Portugal em 1953, depois de três anos antes, por ordem do ditador Salazar e interferência dos monárquicos que colaboravam com o fascismo, a Assembleia Nacional ter revogado a lei do banimento. No regresso foi-lhe cedida uma residência disponibilizada pela Fundação da Casa de Bragança com a autorização do déspota de serviço, monárquico por convicção e ditador por decisão própria.
Com nomes deste tamanho não é difícil escrever um opúsculo, referência que custou ao Ponte Europa ter-se transformado em Paço Real, à míngua de instalações para o regime que expirou, para a família que se extinguiu e para o candidato a rei que existe pela fé de umas dezenas de bem intencionados candidatos a súbditos.
Com nomes destes, bastava referir duas gerações de primos e tios para, em vez do opúsculo, ter o Sr. Duarte matéria para um tratado, ainda que lhe faltasse o método e o objecto para o transformar em ciência.
Segundo o Diário de Notícias, de Sábado, o Sr. Duarte, mulher e filhos são, conforme o sexo, cavaleiros ou damas da «Soberana Ordem Militar de S. João de Jerusalém, de Rodes e Malta».
Se os portugueses ensandecessem ainda voltariam a ter, pela graça de Deus e desgraça nossa, um Rei de Portugal e dos Algarves d'Aquém e d'Além Mar em África, Senhor da Guiné e do Comércio, da Conquista e da Navegação da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, Senhor Fidelíssimo, etc..
Felizmente, estes títulos e a varíola foram erradicados e da sereníssima Casa de Bragança resta uma fundação. No passado foi uma instituição de geometria variável que começou a encolher com D. João II, que escusava de ter degolado o seu 3.º duque, e que tem sofrido, ao longo da História, as vicissitudes políticas de quem detém o poder.
Nota: Termino hoje a série de posts sobre o Sr. Duarte Pio, só voltando ao pesquisador de milagres quando, e se, o autor voltar aos opúsculos e às mensagens.
Comentários
Tolos são aqueles que julgam liberdade é poderem "vomitar" o que lhes apetece, a isso, todos sabemos, chamar-se libertinagem, ou então, só para alguns, brincadeiras de "pardais à solta".
Ainda mais tolos (a quem chamo de tolinhos) são os que julgam que Monarquia é valsa e não poder ser do Benfica.
Para os outros, quando "calçarem" pela 1ª vez o avental lembrarem que a noção de igualdade é uma coisa que acabam de perder.
se o artificie não desbastasse correctamente a pedra esta não serviria para a edificação do edifício ...
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D.Miguel I foi um homem de honra que deixou os seus bens para ajuda da reconstrução de Portugal, partiu para o exílio sem riquezas.
D.Duarte é uma pessoa de bem, sustenta a sua Família com o seu trabalho. Ama o seu País e zela por seu Povo dentro de suas possibilidades.
Sejam livres de serem republicanos mas não ajam como nas campanhas eleitorais em que é a má-língua, a difamação que dominam.
Cada um pode expor os seus ideias sem descer ao insulto, à ofensa.
eu sou Monárquica e democrática e com muito orgulho.
Só que nenhum monárquico me explicou quais as estratégias e soluções defendidas pelo Sr. Duarte Pio... é pena...
Senhora Dona Maria,
Eu quero discutir serenamente sobre o ideal da monarquia e gostava que me explicasse correctamente as vantagens de termos um rei.
Pela parte que me toca, não pretendo insultar o Sr. Duarte Pio, mas simplesmente nem a senhora nem nenhum dos seus amigos monárquicos me elucidaram sobre as competências do rei no sistema actual de governo. Fiz várias perguntas para tentar compreender como é que o Sr. Duarte Pio poderia colaborar com o governo e com o poder judicial.
Nunca, mas nunca tive nenhuma resposta concreta. Em vez disso, tive direito a insultos e a insinuações de que estaria a aproveitar-me do sistema actual (e isto sem me conhecerem de lado algum), sistema esse que condeno tanto como a Senhora Dona Maria e os monárquicos condenam: condeno a corrupção, a exploração, o desemprego, a falta de competitividade, o estado da educação, da cultura, da saúde e da justiça.
Eu queria dialogar de maneira civilizada. Pode ajudar-me?
Segundo o que aprendi nas aulas de história, D.Miguel desposou a sobrinha, filha do seu irmão D.Pedro, imperador do Brasil que abdicou do trono a favor da filha (sendo D.Miguel o regente). Segundo o acordo de casamento, D.Miguel casava com D. Maria da Glória e jurava respeitar a Carta Constitucional de 1826. No entanto, D.Miguel decidiu desrespeitar a Carta.
Foi isto que aprendi no ensino secundário. Se eu estiver enganada, gostaria que me esclarecessem. Sem polémicas, nem insultos de parte a parte.
Obrigada pela correcção, da próxima vez que vir um erro ortográfico corrijo também.
embora tenha mais que fazer do que reparar nos erros dos outros ...
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Quando diz que a insultaram esquece-se que insultou outras pessoas, a mim chamou-me BURRA ...
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A sua questão está respondida em vários tópicos, mas ok, resumidamente, outra vez, :
.Um Rei é a identidade histórica e cultural de um Povo, é Rei de todos.
.Não está ligado a nenhum partido político.
.É preparado desde sempre para ser o representante de seu Povo
.Estamos no séc XXI, as Monarquias Europeias existentes são Países democráticos, o Rei é o representante de um Estado, o governo eleito por eleições livres governa.
.Os poderes do Rei na época em que vivemos seria como os poderes do presidente que temos.
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D.Miguel não chegou a casar com sua sobrinha D.Maria, fez esponsais, o casamento realizar-se-ia quando esta atingisse a maioridade.
"Esponsais é o nome dado àquela fase anterior, preparatória do casamento, mais conhecida simplesmente por noivado.
Presente no direito romano, os esponsais eram fase integrante do casamento e motivo para grande celebração, que culminaria com o próprio casamento. O próprio nome "esponsais" decorre da palavra latina utilizada na solenidade que selava o compromisso: "spondere" (prometo), daí originando a denominação do instituto, "sponsalia". Embora tenha variado o grau de responsabilidade decorrente de tal acto, sempre acarretou um razoável número de direitos e deveres."
D.Miguel casou com Adelheid, Prinzessin zu Löwenstein-Wertheim-Rochefort
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=5591
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Infelizmente no ensino escolar ensinam-nos meias-verdades ou coisas erradas ...
Bem me parecia que havia algo do género, se não era o casamento teria sido uma espécie de noivado ou de esponsais (aprendi isto há muitos anos e não tinha a certeza...).
No entanto, se D.Miguel não cumpriu o que prometeu ao seu irmão D.Pedro IV (I do Brasil), então isso será perjúrio e traição... É com coisas dessas que começam as guerras...
http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=100000