É este, hoje, o tema de uma reflexão política de Mário Soares...
Chamou, também (como o título do post) , a esse óbice de Durão Barroso, um "estigma". Acha (Mário Soares), aliás, como a maioria dos democratas, que a referida personalidade política não pode ser desligada da "cimeira da vergonha" (sic) que decorreu, tendo-o como anfitrião, nas Lajes (Açores).
Neste momento, a posição de Sócrates acerca de Barroso tem, para um governante adepto da modernidade e do desenvolvimento tecnológico, um cheiro bafiento a um nacionalismo decadente, decrépito e, politicamente, inconsequente.
A argumentação nacionalista nada tem a ver com a Europa actual, sofrendo uma violenta crise económica e em pré-convulsão social. As manifestações de ontem em França, foram claros e estrondosos avisos ao poder político para trabalhar mais, com redobrado afinco, na rápida resolução dos problemas, nomeadamente, no drama do desemprego. De facto, uma estimativa de 3 milhões de franceses na rua (1,2 milhões segundo a polícia), manifestando-se na rua contra Sarkozy, não é confortável para o Presidente francês. Numa sondagem efectuada pela BVA-BPI-France Info-Les Echós, 74% dos franceses auscultados "estiment que ces mesures ne profitent pas équitablement à tous"...link.
Poettering, presidente do PE, quer que a nomeação do presidente da CE tenha lugar logo após as eleições europeias. Assim, o presidente será eleito segundo as normas do Tratado de Nice e, caso a Irlanda aprove o Tratado de Lisboa, terá de mudar de cartilha e actuar com base no novo Tratado. Uma legitimidade, dupla, duvidosa, já que os mecanismos de representatividade são diferentes e "aparecem" novos cargos políticos...
Se, como espero, a Esquerda vencer as eleições europeias, em consequência da resposta dos eleitores à maioria dos governos conservadores europeus, punindo nas urnas o modo como têm lidado com a crise, está criado um embróglio jurídico. É que a nomeação do presidente da CE deixa de ser "cozinhada" (como está neste momento) nestas cimeiras, para ser uma das importantes perrogativas do Parlamento Europeu.
Resta-me, como a muitos portugueses que ficaram indignados com o servilismo de Barroso a G. W. Bush na desastrosa guerra do Iraque, confiar na argúcia e na clarividência política dos europeus.
Um dos homens que em Portugal sabe desta ‘poda’ (financeira), isto é, das suas ' maningâncias ' assente num saber camoniano (de 'experiência feito') é João Rendeiro (de sua graça) que resolveu produzir sobre o ‘caso GES/BES’, em desenvolvimento, algumas afirmações deveras preocupantes. Trata-se de um expert que sendo, neste momento, um dos principais arguidos no processo BPP ostenta publicamente o ‘ savoire faire ’ relativo a estas coisas e é tido pelos ‘ mercados ’ como um analista qualificado (que terá apreendido com o ‘desastre BPP’). Este ex-banqueiro (actualmente está inibido de exercer essa ‘profissão’) que virou comentador económico-financeiro na blogosfera ( link ; link ) admite que o impacto na economia gerado pela ‘crise GES/BES e associados’ poderá ser quantificado numa queda do PIB que atingirá 7,6% link . Até aqui as preocupações políticas (do Governo e dos partidos) têm-se centrado sobre quem vai pagar a falência do Grupo (BES incluído) e as c...
1789 – A Assembleia Constituinte francesa aprova a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. (Fizeram mais os deputados franceses num só dia do que todos os clérigos desde que o deus de cada um deles criou o Mundo). 1931 – Tentativa de golpe de Estado em Portugal contra a ditadura. (Há azares que se pagam durante duas gerações. Este levou quase 43 anos a reparar). 2004 – O Supremo Tribunal do Chile retirou a imunidade ao antigo ditador Augusto Pinochet. (Vale mais tarde do que nunca).
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...OU NÃO?
É este, hoje, o tema de uma reflexão política de Mário Soares...
Chamou, também (como o título do post) , a esse óbice de Durão Barroso, um "estigma". Acha (Mário Soares), aliás, como a maioria dos democratas, que a referida personalidade política não pode ser desligada da "cimeira da vergonha" (sic) que decorreu, tendo-o como anfitrião, nas Lajes (Açores).
Neste momento, a posição de Sócrates acerca de Barroso tem, para um governante adepto da modernidade e do desenvolvimento tecnológico, um cheiro bafiento a um nacionalismo decadente, decrépito e, politicamente, inconsequente.
A argumentação nacionalista nada tem a ver com a Europa actual, sofrendo uma violenta crise económica e em pré-convulsão social.
As manifestações de ontem em França, foram claros e estrondosos avisos ao poder político para trabalhar mais, com redobrado afinco, na rápida resolução dos problemas, nomeadamente, no drama do desemprego.
De facto, uma estimativa de 3 milhões de franceses na rua (1,2 milhões segundo a polícia), manifestando-se na rua contra Sarkozy, não é confortável para o Presidente francês.
Numa sondagem efectuada pela BVA-BPI-France Info-Les Echós, 74% dos franceses auscultados "estiment que ces mesures ne profitent pas équitablement à tous"... link.
Poettering, presidente do PE, quer que a nomeação do presidente da CE tenha lugar logo após as eleições europeias.
Assim, o presidente será eleito segundo as normas do Tratado de Nice e, caso a Irlanda aprove o Tratado de Lisboa, terá de mudar de cartilha e actuar com base no novo Tratado.
Uma legitimidade, dupla, duvidosa, já que os mecanismos de representatividade são diferentes e "aparecem" novos cargos políticos...
Se, como espero, a Esquerda vencer as eleições europeias, em consequência da resposta dos eleitores à maioria dos governos conservadores europeus, punindo nas urnas o modo como têm lidado com a crise, está criado um embróglio jurídico.
É que a nomeação do presidente da CE deixa de ser "cozinhada" (como está neste momento) nestas cimeiras, para ser uma das importantes perrogativas do Parlamento Europeu.
Resta-me, como a muitos portugueses que ficaram indignados com o servilismo de Barroso a G. W. Bush na desastrosa guerra do Iraque, confiar na argúcia e na clarividência política dos europeus.