Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Penso que tivemos, por cá, situações idênticas em algumas áreas montanhosas, relativamente isoladas, como na serra da Lousã e na do Caldeirão...
Hoje, praticamente, não se nota, no terreno, a presença dessas gentes que, tinham optado por reconstruir uma vivência social do estilo tribal, e tentando percorrer um caminho de recuo civilizacional (regresso às origens) afastando-se (privando-se) das mordomias e avanços tecnológicos da civilização moderna, substituindo-as por um esquema organizativo do tipo comunitário primitivo (comercial, educativo, sanitário, etc.)
Há muitos poucos anos recorriam aos Hospitais e aos Centros de Saúde, elementos dessas comunidades portadores situações sanitárias do tipo infecto-contagioso ou de infestações parasitárias que, dado o tipo de vivência adoptado, rapidamente adquiriam um carácter endémico.
Terá havido alguma migração, ou levaram o seu isolamento social ao extremo e desapareceram do nosso horizonte de visão?