Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Penso que tivemos, por cá, situações idênticas em algumas áreas montanhosas, relativamente isoladas, como na serra da Lousã e na do Caldeirão...
Hoje, praticamente, não se nota, no terreno, a presença dessas gentes que, tinham optado por reconstruir uma vivência social do estilo tribal, e tentando percorrer um caminho de recuo civilizacional (regresso às origens) afastando-se (privando-se) das mordomias e avanços tecnológicos da civilização moderna, substituindo-as por um esquema organizativo do tipo comunitário primitivo (comercial, educativo, sanitário, etc.)
Há muitos poucos anos recorriam aos Hospitais e aos Centros de Saúde, elementos dessas comunidades portadores situações sanitárias do tipo infecto-contagioso ou de infestações parasitárias que, dado o tipo de vivência adoptado, rapidamente adquiriam um carácter endémico.
Terá havido alguma migração, ou levaram o seu isolamento social ao extremo e desapareceram do nosso horizonte de visão?