Ramalho Eanes referiu como trágica a descolonização em que «milhares de pessoas foram obrigadas a partir para um país que não era o seu». Tem razão o ex-PR cujo papel importante na democracia e o silêncio o agigantou depois da infeliz aventura por interposta esposa na criação do PRD e da adesão à Opus Dei, sempre por intermédio da devota e reacionaríssima consorte, que devolveu o agnóstico ao redil da Igreja. Eanes distinguiu-se no 25 de novembro, como Dinis de Almeida no 11 de março, ambos em obediência à cadeia de comando: Costa Gomes/Conselho da Revolução . Foi sob as ordens de Costa Gomes e de Vasco Lourenço, então governador militar de Lisboa, que, nesse dia, comandou no terreno as tropas da RML. Mereceu, por isso, ser candidato a PR indigitado pelo grupo dos 9 e apoiado pelo PS que, bem ou mal, foi o partido que promoveu a manifestação da Fonte Luminosa, atrás da qual se esconderam o PSD e o CDS. Foi nele que votei contra o patibular candidato do PSD/CDS, o general Soares...
Comentários
Por cada mulher que usa voluntariamente o véu islâmico há milhares que são obrigadas.
Já ouviram falar em ideologia? e na "dominante"?
Pois é!
O que é que tem a ver o uso das calças, vestuário sem qq conotação religiosa, ou de subjugação de género, com a secundarização da mulher e com a sua associação ao "pecado"?
Essa "confusão" do drmaybe em afirmar que haveria uma imposição sobre condutas "europeias" é demasiado grotesca para merecer mais discussão!
acho ainda que representa uma menorização da mulher uma lei que, supostamente feita a pesar na mulher, a restringe na sua escolha.
Quanto às mulheres que são obrigadas a usar burca ou nicab será agora muito melhor para elas porque nem poderão saír de casa.
Tal como já foi dito, o "voluntário" terá quase sempre o factor coação por detrás, seja directa (pressão de familiares ou marido) ou associada ao factor social (para não ser mal vista na comunidade). Uma lei como estas pode colocar algumas mulheres quase em prisão domiciliária, mas representa um não claro do Estado francês a estas práticas.
A esquerda francesa parece desculpar-se com questões do "debate da identidade nacional" (parte da agenda do governo Sarkozy), mas não sei se será mais por medo de perder votos...
Aliás, este tipo de impasses povoam, desde há muito, a[s] Esquerda[s]- nomeadamente a europeia.
Por um lado, são - convictamente - contra a burka e o nikab pelo que estas condicionantes da aparência [vestuário] condicionam liberdades individuais [nomeadamente a das mulheres] e, ainda, por considerarem que estas imposições, de índole religiosa, colidem com a laicidade.
Por outro, não acreditam na repressão como uma solução digna.
Entretanto, não apresentam alternativas que não sejam sucessivas moratórias para tentarem combater estas trágicas situações fora do âmbito religioso, i.e., no terreno cívico e dos Direitos Humanos. No campo social.
A Esquerda a marcar passo e a Direita impaciente... resolutiva!
quanto ao resto está tudo dito neste artº:
http://www.nytimes.com/2010/07/15/opinion/15iht-edsokol.html?_r=1
Uma deputada belga, ex-muçulmana, com uma fatwa, pediu no Parlamento que fosse proibida a burqa pois era uma imposição das famílias, uma tragédia gerada pelo comunitarismo.
É um discurso comovente e desesperado.
Na França ou na Bélgica o problema deve ser o mesmo.