Sócrates e a golden share da Portugal Telecom
Como escreveu o próprio Santana Lopes: o que se diria se o Governo não tivesse usado a golden share na aquisição que a Telefónica tentou fazer?
Cabe ao Governo defender o que julga serem os interesses nacionais, de acordo com a sua visão, e aos capitalistas defenderem as mais valias, de acordo com a sua natureza. O que espanta é ver quem exigia facilidades na privatização, para manter o controlo da PT em mão nacionais, pretender agora que o Governo se afaste para poder realizar as mais-valias.
O radicalismo neoliberal que percorre a Europa faz deste Governo um Executivo de esquerda e de Sócrates um perigoso esquerdista. Perante Passos Coelho que defendia a privatização da CGD e que, segundo as sondagens, poderá vir a ser primeiro-ministro, é motivo para temermos que aos problemas que nos afligem acresçam as soluções que nos esperam.
Há, curiosamente, algumas perplexidades neste processo que não estão ao alcance da lógica. O que levará Paulo Portas a defender a posição do Governo e Passos Coelho a insistir em posições neoliberais que se afiguram prejudiciais para o país e impopulares?
Admito que numa Europa que eu gostaria de ver social, política e economicamente mais integrada não faça muito sentido manter uma golden share, mas não posso deixar de me interrogar por que motivo a Espanha, a França e a Itália têm protegido as suas principais empresas de serem absorvidas por outros países da Comunidade Europeia.
Pode perguntar-se se uma empresa com tal valor estratégico devia ter sido alguma vez privatizada mas os apertos financeiros servem de desculpa.
Só não se entende para que serve um instrumento – a golden share – se não pode ou não deve ser usado. Que desculpa têm para isso os que ora contestam a decisão do Governo?
Cabe ao Governo defender o que julga serem os interesses nacionais, de acordo com a sua visão, e aos capitalistas defenderem as mais valias, de acordo com a sua natureza. O que espanta é ver quem exigia facilidades na privatização, para manter o controlo da PT em mão nacionais, pretender agora que o Governo se afaste para poder realizar as mais-valias.
O radicalismo neoliberal que percorre a Europa faz deste Governo um Executivo de esquerda e de Sócrates um perigoso esquerdista. Perante Passos Coelho que defendia a privatização da CGD e que, segundo as sondagens, poderá vir a ser primeiro-ministro, é motivo para temermos que aos problemas que nos afligem acresçam as soluções que nos esperam.
Há, curiosamente, algumas perplexidades neste processo que não estão ao alcance da lógica. O que levará Paulo Portas a defender a posição do Governo e Passos Coelho a insistir em posições neoliberais que se afiguram prejudiciais para o país e impopulares?
Admito que numa Europa que eu gostaria de ver social, política e economicamente mais integrada não faça muito sentido manter uma golden share, mas não posso deixar de me interrogar por que motivo a Espanha, a França e a Itália têm protegido as suas principais empresas de serem absorvidas por outros países da Comunidade Europeia.
Pode perguntar-se se uma empresa com tal valor estratégico devia ter sido alguma vez privatizada mas os apertos financeiros servem de desculpa.
Só não se entende para que serve um instrumento – a golden share – se não pode ou não deve ser usado. Que desculpa têm para isso os que ora contestam a decisão do Governo?
Ponte Europa / Sorumbático
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