O Vaticano e a agenda reaccionária de Ratzinger
À semelhança do islão e do cristianismo evangélico, o catolicismo, sob a égide dos dois últimos pontífices, tem desenvolvido uma agenda ultra-conservadora com que pretende restaurar o obscurantismo a que condenou os países que reprimiu.
Desde o negócio dos milagres, à prática de exorcismos e às beatificações e canonizações de alguns bem-aventurados resgatados do opróbrio dos seus actos para as peanhas dos templos, com a designação de santos, tudo tem servido ao Vaticano para imbecilizar os mais crédulos e afastar os mais lúcidos.
Nesta caminhada beata as coisas começaram a correr mal, e cada vez pior, com os casos de pedofilia, que acontecem em qualquer instituição mas só as menos transparentes se esforçam por ocultar. O «Santo súbito», João Paulo II, de quem o marketing fez estrela pop e que gozava de credibilidade, acaba infamado, de nada lhe valendo o milagre que obrou. Protegeu pedófilos, ocultou os crimes e envolveu-se nas trafulhices bancárias do Banco Ambrosiano e, como já está documentado, no branqueamento de dinheiro do IOR, sem que o actual Papa possa negar os documentos publicados em Vaticano, S. A..
Mas a mais sórdida das vidas pertence ao fundador dos Legionários de Cristo, o padre Marcial Maciel que o Vaticano queria fazer rapidamente santo. JP2 nutria uma enorme ternura e uma ilimitada gratidão pelo dinheiro que recebia.
Ora, o padre Maciel era pederasta, ladrão e morfinómano, pecados que não o coibiriam de fazer dois milagres e virar santo. Vinte seminaristas violados eram um mero detalhe na vida de quem tinha conquistado um império para a ICAR, uma holding eclesiástica com 15 universidades e 48 mais, no México, para as classes populares, 177 colégios, 133 mil alunos, 20 mil empregados, 3.450 sacerdotes e religiosos e um milhar de consagradas (ramo feminino de religiosas sem hábito); um braço laico, Regnum Christi, com 75 mil membros divididos em células; e uma enorme quantidade de seminários, comunidades, institutos, casas de retiro e formação, acampamentos, clubes juvenis e de debate, órgãos de comunicação e imóveis em 45 países, entre os quais os que abrigam nove colégios, duas escolas infantis e uma universidade, em Espanha.
Não admira que o inefável e infalível JP2, na comemoração dos 60 anos sacerdotais do padre Maciel, o recebesse no Vaticano com estas palavras: «A minha afectuosa saudação dirige-se antes de tudo ao querido padre Maciel, a quem de bom grado, acompanho com os meus mais cordiais desejos de um ministério sacerdotal cheio de dons do Espírito santo».
Azar! Não lhe bastavam os seminaristas para acalmar a concupiscência deste piedoso padre que pregava obsessivamente a castidade e a pobreza mas viaja sempre em classe executiva e frequentava hotéis de luxo. Abandonado pelo Espírito Santo, uma filha e a respectiva mãe, que os legionários de Cristo julgavam ser da família (e eram!!!) vieram complicar-lhe a canonização.
O nojo de uma vida de crápula vem hoje em «El País semanal» ao longo de uma dúzia de páginas, donde são retirados os dados deste artigo. Para felicidade de B16 as fortunas que foram extorquidas pelo padre Maciel pertencem à Legião de Cristo, holding de vício e crime que é propriedade da ICAR.
Desde o negócio dos milagres, à prática de exorcismos e às beatificações e canonizações de alguns bem-aventurados resgatados do opróbrio dos seus actos para as peanhas dos templos, com a designação de santos, tudo tem servido ao Vaticano para imbecilizar os mais crédulos e afastar os mais lúcidos.
Nesta caminhada beata as coisas começaram a correr mal, e cada vez pior, com os casos de pedofilia, que acontecem em qualquer instituição mas só as menos transparentes se esforçam por ocultar. O «Santo súbito», João Paulo II, de quem o marketing fez estrela pop e que gozava de credibilidade, acaba infamado, de nada lhe valendo o milagre que obrou. Protegeu pedófilos, ocultou os crimes e envolveu-se nas trafulhices bancárias do Banco Ambrosiano e, como já está documentado, no branqueamento de dinheiro do IOR, sem que o actual Papa possa negar os documentos publicados em Vaticano, S. A..
Mas a mais sórdida das vidas pertence ao fundador dos Legionários de Cristo, o padre Marcial Maciel que o Vaticano queria fazer rapidamente santo. JP2 nutria uma enorme ternura e uma ilimitada gratidão pelo dinheiro que recebia.
Ora, o padre Maciel era pederasta, ladrão e morfinómano, pecados que não o coibiriam de fazer dois milagres e virar santo. Vinte seminaristas violados eram um mero detalhe na vida de quem tinha conquistado um império para a ICAR, uma holding eclesiástica com 15 universidades e 48 mais, no México, para as classes populares, 177 colégios, 133 mil alunos, 20 mil empregados, 3.450 sacerdotes e religiosos e um milhar de consagradas (ramo feminino de religiosas sem hábito); um braço laico, Regnum Christi, com 75 mil membros divididos em células; e uma enorme quantidade de seminários, comunidades, institutos, casas de retiro e formação, acampamentos, clubes juvenis e de debate, órgãos de comunicação e imóveis em 45 países, entre os quais os que abrigam nove colégios, duas escolas infantis e uma universidade, em Espanha.
Não admira que o inefável e infalível JP2, na comemoração dos 60 anos sacerdotais do padre Maciel, o recebesse no Vaticano com estas palavras: «A minha afectuosa saudação dirige-se antes de tudo ao querido padre Maciel, a quem de bom grado, acompanho com os meus mais cordiais desejos de um ministério sacerdotal cheio de dons do Espírito santo».
Azar! Não lhe bastavam os seminaristas para acalmar a concupiscência deste piedoso padre que pregava obsessivamente a castidade e a pobreza mas viaja sempre em classe executiva e frequentava hotéis de luxo. Abandonado pelo Espírito Santo, uma filha e a respectiva mãe, que os legionários de Cristo julgavam ser da família (e eram!!!) vieram complicar-lhe a canonização.
O nojo de uma vida de crápula vem hoje em «El País semanal» ao longo de uma dúzia de páginas, donde são retirados os dados deste artigo. Para felicidade de B16 as fortunas que foram extorquidas pelo padre Maciel pertencem à Legião de Cristo, holding de vício e crime que é propriedade da ICAR.
FONTE: Los legionarios se confiesan – El país semanal
Ponte Europa / Sorumbático
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