Masturbações constitucionais...


“Foi uma 'prova dura', um 'momento histórico' e o PSD saiu ganhador. Assim foi o Conselho Nacional do PSD, segundo o seu secretário-geral, Miguel Relvas. 'Pela primeira vez o partido leva a conselho nacional uma proposta de revisão constitucional e acabou demonstrada a unidade inabalável do PSD', afirmou ao PÚBLICO. O debate, afirma, assentou no 'princípio da boa-fé' e as alterações aceites foram só 'precisões semânticas'. As críticas, Miguel Relvas guarda-as todas para o PS, por ter tido uma "reacção desproporcionada" vinda de 'alguém que, há um mês, precisou da nossa ajuda para se agarrar ao poder'.
'O PS tem medo da mudança porque sabe que vai com ela' , afirma.
Miguel Relvas in J Público, 23.07.2010, pág. 10 [os sublinhados são da responsabilidade do postador]
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Um partido proteiforme. Um dia diz que subscreveu o PEC [com o PS] em nome dos superiores interesses do País. Agora aparece o his master voice de Pedro Passos Coelho [Miguel Relvas] a afirmar que, há um mês, “segurou” o PS no poder… Faltou acrescentar – por oportunismo ou vergonha - que o fez em nome do tacticismo eleitoral do PSD, visando um planeado e eminente “assalto” ao poder.

Enfim, um partido com uma agenda política atabalhoada. Voltamos aos velhos tempos de sobrevivência à sombra de factos políticos. Criados ou imaginados.

Este questionamento do regime democrático [não é menos do que isso] através de propostas de revisão constitucional, esta inconcebível deriva sobre as prioridades políticas, estas retorcidas chicanas retóricas com semânticas viciosas, este execrável calculismo na ante-câmara do poder, não abonam nada de bom, quando à credibilidade política e social do PSD.

Mas, infelizmente, não é só no PSD que existem erros quanto ao actual momento político. Haverá [julgo] um grande desacerto de todos os partidos que se consubstancia no destaque dado a este arremedo de facto político. Melhor seria deixá-los a discutir sozinhos...

A revisão constitucional do PSD merecia ter sido recebida com a mais profunda indiferença. Não mereciam qualquer resposta. O País não está obrigado a cumprir o calendário partidário definido no último Congresso do PSD. As questões domésticas não devem influenciar a crise sistémica que o País vive…
São, em termos políticos, meras jactâncias! Uma masturbação constitucional [sem direito a relax!] .

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