Antes das 11 horas da manhã, uma numerosa comitiva de polícias, militares da GNR, e alguns outros do Exército, tomaram posições em frente à Igreja de Santa Cruz. Bem ataviados esperavam a hora de deixarem a posição de pé e mergulharem de joelhos no interior do templo do mosteiro beneditino cuja reconstrução e redecoração por D. Manuel lhe deu uma incomparável beleza. Não era a beleza arquitetónica que os movia, era a organização preparada de um golpe de fé definido pelo calendário litúrgico da Igreja católica e decidido pelas hierarquias policiais e castrenses. Não foi uma homenagem a Marte que já foi o deus da guerra, foi um ato pio ao deus católico que também aprecia a exibição de uniformes e a devoção policial. No salazarismo, durante a guerra colonial, quando as pátrias dos outros eram também nossas, não havia batalhão que não levasse padre. Podia lá morrer-se sem um último sacramento!? Éramos o país onde os alimentos podiam chegar estragados, mas a alma teria de seguir lim...
Comentários
Por cada mulher que usa voluntariamente o véu islâmico há milhares que são obrigadas.
Já ouviram falar em ideologia? e na "dominante"?
Pois é!
O que é que tem a ver o uso das calças, vestuário sem qq conotação religiosa, ou de subjugação de género, com a secundarização da mulher e com a sua associação ao "pecado"?
Essa "confusão" do drmaybe em afirmar que haveria uma imposição sobre condutas "europeias" é demasiado grotesca para merecer mais discussão!
acho ainda que representa uma menorização da mulher uma lei que, supostamente feita a pesar na mulher, a restringe na sua escolha.
Quanto às mulheres que são obrigadas a usar burca ou nicab será agora muito melhor para elas porque nem poderão saír de casa.
Tal como já foi dito, o "voluntário" terá quase sempre o factor coação por detrás, seja directa (pressão de familiares ou marido) ou associada ao factor social (para não ser mal vista na comunidade). Uma lei como estas pode colocar algumas mulheres quase em prisão domiciliária, mas representa um não claro do Estado francês a estas práticas.
A esquerda francesa parece desculpar-se com questões do "debate da identidade nacional" (parte da agenda do governo Sarkozy), mas não sei se será mais por medo de perder votos...
Aliás, este tipo de impasses povoam, desde há muito, a[s] Esquerda[s]- nomeadamente a europeia.
Por um lado, são - convictamente - contra a burka e o nikab pelo que estas condicionantes da aparência [vestuário] condicionam liberdades individuais [nomeadamente a das mulheres] e, ainda, por considerarem que estas imposições, de índole religiosa, colidem com a laicidade.
Por outro, não acreditam na repressão como uma solução digna.
Entretanto, não apresentam alternativas que não sejam sucessivas moratórias para tentarem combater estas trágicas situações fora do âmbito religioso, i.e., no terreno cívico e dos Direitos Humanos. No campo social.
A Esquerda a marcar passo e a Direita impaciente... resolutiva!
quanto ao resto está tudo dito neste artº:
http://www.nytimes.com/2010/07/15/opinion/15iht-edsokol.html?_r=1
Uma deputada belga, ex-muçulmana, com uma fatwa, pediu no Parlamento que fosse proibida a burqa pois era uma imposição das famílias, uma tragédia gerada pelo comunitarismo.
É um discurso comovente e desesperado.
Na França ou na Bélgica o problema deve ser o mesmo.